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Bom dia!
Lula e Trump se encontraram na Malásia pra tentar selar a paz do tarifaço, enquanto uma caravana anti-soja cruza o Brasil rumo à COP30 e os gaúchos lutam contra a bicheira da semente. No resto do campo, a China promete comprar soja americana por anos, a tilápia virou peixe fora da lei, a cannabis segue travada na burocracia e Minas planta esperança em hortas. Tá achando pouco? É só segunda-feira.
Pra você acordar bem informado.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
APRESENTADO POR CHRYSALABS
Agricultura regenerativa sem hype

Sejamos honestos: o que chama a atenção na agricultura regenerativa são as imagens, a biodiversidade restaurada, a saúde do solo em melhora. São essas histórias que inspiram.
Mas o que garante um contrato de carbono de vários anos e milhões de dólares? Essa parte é mais simples: dados irrefutáveis, sustentados pela ciência, que comprovam, sem drama, a mudança mensurável no carbono orgânico do solo. É essa previsibilidade que transforma uma causa nobre em um ativo rentável.
Na ChrysaLabs, entregamos justamente esses dados cruciais e discretos. Fornecemos a certeza silenciosa que faz o lado comercial da agricultura regenerativa funcionar.
ASSUNTO DE GABINETE
Lula e Trump, o match improvável na Malásia

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
O agro brasileiro virou espectador de um encontro que parece fanfic: Lula e Trump lado a lado na Malásia, tentando resolver o tarifaço de 50% que travou as exportações brasileiras pra terra do Tio Sam. O papo durou 45 minutos, mas o enredo renderia uma temporada inteira de House of Cards versão tropical.
Trump chegou empolgado, distribuindo sorrisos e entrevistas antes mesmo de sentar pra prosa. Disse que tudo era “justo”, que respeita o Brasil e que provavelmente vai rolar um acordo. Lula, meio sem paciência, entregou um documento em inglês pedindo o fim das tarifas e mandou avisar: o Brasil quer diálogo, não DR.
No fim, o americano aceitou o pedido e mandou sua equipe começar as negociações ainda no domingo (26). Segundo o chanceler Mauro Vieira, Trump quer tudo resolvido em pouco tempo, o que, no dialeto de Washington, pode significar amanhã ou ou só depois da próxima eleição deles Mas pelo menos agora a conversa tá no campo do comércio, e não da política, o que já é meio gol.
Enquanto os dois apertavam mãos e massageavam egos, o agro fazia até promessa. A carne e o café brasileiros foram os mais atingidos pelo tarifaço, e as associações do setor saíram otimistas desse date. A Abiec, a Abic e o Cecafé comemoraram o clima positivo e esperam que o próximo embarque venha sem pedágio americano.
No fim, o saldo foi positivo. Trump disse que “tudo é justo”, Lula saiu dizendo que foi “ótima reunião” e as equipes já marcaram a próxima rodada de conversas. Se o acordo sair mesmo, o agro agradece.
O AGRO EM NÚMEROS
Carne pra cá e carne pra lá

Gif by DrRoots on Giphy
O porto de Paranaguá virou passarela de proteína. Só de carne bovina foram 736 mil toneladas exportadas até setembro, um aumento de 49% comparado a 2024, e a China levou quase 60% dessa brincadeira. Mas o frango também segue voando alto, com 1,7 milhão de toneladas exportadas no ano, 228 mil só em agosto. E pra ajudar, Paranaguá tem o maior pátio refrigerado da América do Sul. Haja contêiner pra despachar tudo isso.
Nos canaviais, o futuro vem no embalo do Hauler. A startup Agricef investiu R$ 1,5 milhão pra criar o equipamento que automatiza a distribuição de tubos de fertirrigação e aposenta a gambiarra em cima do caminhão. A Atvos já comprou 12 unidades e outras usinas tão de olho. É tecnologia que evita acidente, economiza tempo e mostra que, no agro, até o trator anda pensando.
PAUTA VERDE
Caravana anti-soja entra na estrada rumo à COP30
Enquanto o agro se prepara pra mostrar números e tecnologia na COP30, um outro comboio vai na direção contrária. A chamada “Caravana da Resposta”, formada por cerca de 300 indígenas e um punhado de movimentos sociais, pegou a estrada pra denunciar o que chamam de modelo exportador do agronegócio. O roteiro é digno de reality show rodoviário: três mil quilômetros entre Mato Grosso e Belém, paradas na rota da soja e protestos contra monocultura e grandes obras de logística.
O alvo principal é a Ferrogrão, aquela ferrovia que ligaria Sinop a Itaituba e prometia baratear o frete dos grãos, mas que nem saiu do papel ainda. Pra Aliança Chega de Soja, que reúne mais de 40 organizações e responsável pela caravana, o projeto simboliza a concentração de renda e os impactos ambientais que o campo ainda tenta apagar com discursos de sustentabilidade. Além da Ferrogrão, o grupo também critica planos pra transformar rios como Tapajós e Madeira no que eles chamam de “hidrovias mortas”.
A viagem deve durar 14 dias, passando por BRs, portos e comunidades ribeirinhas até chegar em Belém. Lá, os manifestantes participam da Cúpula dos Povos e da COP do Povo.
RADAR SANITÁRIO
Bicheira da semente: o terror do brotinho gaúcho

GIF: Tenor/Stranger Things
Os produtores de soja do Rio Grande do Sul tão na mesma enrrascada que o pessoal de Stranger Things, lutando contra um bicho feio. As primeiras plantas começaram a sair do chão, mas quem tá brotando mesmo é a bicheira da semente, uma mosquinha discreta que vira larva e ataca o comecinho da planta. Invisível no campo, mas mortal pro estande, essa praguinha pode transformar uma lavoura promissora num colar de falhas no solo.
A praga, que atende pelo nome científico Delia platura, adora frio, umidade e resto de palha, ou seja, o clima atual tá um spa pra ela. Segundo o pesquisador Glauber Stürmer, da RTC/CCGL, o problema é traiçoeiro: o produtor quase nunca vê o inseto, só as falhas na emergência. E quando percebe, já foi tudo pra casa do chapéu. A dica é intensificar o monitoramento e garantir que o tratamento de sementes esteja daquele jeitol, mais afiado que navalha.
A RTC recomenda semeadura na medida certa e sementes bem tratadas pra evitar surpresas. O alerta vale pra todo o estado, onde o solo úmido e o friozinho seguem firmes. A bicheira pode ser minúscula, mas o prejuízo é grande. No ritmo que tá, o produtor gaúcho vai acabar preferindo enfrentar o El Niño do que essa mosca metida a vilã.
ACONTECEU NO AGRO
Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA
A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Confere aí no vídeo tudo que eles fizeram:
PLANTÃO RURAL
China promete soja made in USA. Depois de meses preferindo o grão brasileiro, e até o argentino em algum momento, a China prometeu comprar soja dos EUA “por muitos anos”. O secretário do Tesouro americano diz que o acordo deve sair já nesta semana.
Tilápia na lista negra. O Ministério da Pesca quer explicações do Meio Ambiente depois que a tilápia e outras espécies comerciais entraram na lista de invasoras. A decisão, segundo o setor, ameaça 90% da aquicultura nacional. O medo é que o peixe que mais gera renda no país acabe sem licença pra nadar.
Cannabis travada na burocracia. Uma nota técnica da Embrapa apontou 481 obstáculos pra quem quer pesquisar cannabis no Brasil. A falta de regras claras deixa universidades e laboratórios à deriva, enquanto o mercado global já fatura bilhões. Aqui, a planta ainda é tratada como tabu, e a ciência, como suspeita.
Horta redonda, ideia boa. Em Minas, a Epamig tá ensinando agricultores familiares a criar hortas circulares que seguram água, evitam erosão e garantem comida na mesa. O projeto envolve arroz de sequeiro, merenda escolar e até hortas pra meninos em vulnerabilidade.
SE DIVERTE AÍ
Tá com o raciocínio mais rápido que o chanceler em coletiva? Então bora testar no Termo, o jogo em que cada tentativa vale mais que um acordo diplomático. Descubra a palavra do dia e veja se tua cabeça tá mais afiada que as notícias da Agro Espresso.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Erva-mate
Pergunta de hoje: Qual fruta asiática, parente do limão, era usada como antisséptico natural em viagens marítimas?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!


