APRESENTADO POR


Bom dia!

Lula e Trump se encontraram na Malásia pra tentar selar a paz do tarifaço, enquanto uma caravana anti-soja cruza o Brasil rumo à COP30 e os gaúchos lutam contra a bicheira da semente. No resto do campo, a China promete comprar soja americana por anos, a tilápia virou peixe fora da lei, a cannabis segue travada na burocracia e Minas planta esperança em hortas. Tá achando pouco? É só segunda-feira.

Pra você acordar bem informado.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 146.172,2 20,98%
MDIA3 R$29,48 51,43%
SMTO3 R$14,62 -39,59%
BEEF3 R$7,07 48,53%
VALE3 R$61,73 15,95%
Bitcoin US$114.724,51 16,94%
Ethereum US$4.138,30 14,79%

Os dados são publicados por BCB e Brapi.
As variações são calculadas em YTD (Year to date)

APRESENTADO POR CHRYSALABS

Agricultura regenerativa sem hype

Sejamos honestos: o que chama a atenção na agricultura regenerativa são as imagens, a biodiversidade restaurada, a saúde do solo em melhora. São essas histórias que inspiram.

Mas o que garante um contrato de carbono de vários anos e milhões de dólares? Essa parte é mais simples: dados irrefutáveis, sustentados pela ciência, que comprovam, sem drama, a mudança mensurável no carbono orgânico do solo. É essa previsibilidade que transforma uma causa nobre em um ativo rentável.

Na ChrysaLabs, entregamos justamente esses dados cruciais e discretos. Fornecemos a certeza silenciosa que faz o lado comercial da agricultura regenerativa funcionar.

ASSUNTO DE GABINETE

Lula e Trump, o match improvável na Malásia

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O agro brasileiro virou espectador de um encontro que parece fanfic: Lula e Trump lado a lado na Malásia, tentando resolver o tarifaço de 50% que travou as exportações brasileiras pra terra do Tio Sam. O papo durou 45 minutos, mas o enredo renderia uma temporada inteira de House of Cards versão tropical.

Trump chegou empolgado, distribuindo sorrisos e entrevistas antes mesmo de sentar pra prosa. Disse que tudo era “justo”, que respeita o Brasil e que provavelmente vai rolar um acordo. Lula, meio sem paciência, entregou um documento em inglês pedindo o fim das tarifas e mandou avisar: o Brasil quer diálogo, não DR.

No fim, o americano aceitou o pedido e mandou sua equipe começar as negociações ainda no domingo (26). Segundo o chanceler Mauro Vieira, Trump quer tudo resolvido em pouco tempo, o que, no dialeto de Washington, pode significar amanhã ou ou só depois da próxima eleição deles Mas pelo menos agora a conversa tá no campo do comércio, e não da política, o que já é meio gol.

Enquanto os dois apertavam mãos e massageavam egos, o agro fazia até promessa. A carne e o café brasileiros foram os mais atingidos pelo tarifaço, e as associações do setor saíram otimistas desse date. A Abiec, a Abic e o Cecafé comemoraram o clima positivo e esperam que o próximo embarque venha sem pedágio americano.

No fim, o saldo foi positivo. Trump disse que “tudo é justo”, Lula saiu dizendo que foi “ótima reunião” e as equipes já marcaram a próxima rodada de conversas. Se o acordo sair mesmo, o agro agradece.

O AGRO EM NÚMEROS

Carne pra cá e carne pra lá

Gif by DrRoots on Giphy

O porto de Paranaguá virou passarela de proteína. Só de carne bovina foram 736 mil toneladas exportadas até setembro, um aumento de 49% comparado a 2024, e a China levou quase 60% dessa brincadeira. Mas o frango também segue voando alto, com 1,7 milhão de toneladas exportadas no ano, 228 mil só em agosto. E pra ajudar, Paranaguá tem o maior pátio refrigerado da América do Sul. Haja contêiner pra despachar tudo isso.

Nos canaviais, o futuro vem no embalo do Hauler. A startup Agricef investiu R$ 1,5 milhão pra criar o equipamento que automatiza a distribuição de tubos de fertirrigação e aposenta a gambiarra em cima do caminhão. A Atvos já comprou 12 unidades e outras usinas tão de olho. É tecnologia que evita acidente, economiza tempo e mostra que, no agro, até o trator anda pensando.

PAUTA VERDE

Caravana anti-soja entra na estrada rumo à COP30

Enquanto o agro se prepara pra mostrar números e tecnologia na COP30, um outro comboio vai na direção contrária. A chamada “Caravana da Resposta”, formada por cerca de 300 indígenas e um punhado de movimentos sociais, pegou a estrada pra denunciar o que chamam de modelo exportador do agronegócio. O roteiro é digno de reality show rodoviário: três mil quilômetros entre Mato Grosso e Belém, paradas na rota da soja e protestos contra monocultura e grandes obras de logística.

O alvo principal é a Ferrogrão, aquela ferrovia que ligaria Sinop a Itaituba e prometia baratear o frete dos grãos, mas que nem saiu do papel ainda. Pra Aliança Chega de Soja, que reúne mais de 40 organizações e responsável pela caravana, o projeto simboliza a concentração de renda e os impactos ambientais que o campo ainda tenta apagar com discursos de sustentabilidade. Além da Ferrogrão, o grupo também critica planos pra transformar rios como Tapajós e Madeira no que eles chamam de “hidrovias mortas”.

A viagem deve durar 14 dias, passando por BRs, portos e comunidades ribeirinhas até chegar em Belém. Lá, os manifestantes participam da Cúpula dos Povos e da COP do Povo.

RADAR SANITÁRIO

Bicheira da semente: o terror do brotinho gaúcho

GIF: Tenor/Stranger Things

Os produtores de soja do Rio Grande do Sul tão na mesma enrrascada que o pessoal de Stranger Things, lutando contra um bicho feio. As primeiras plantas começaram a sair do chão, mas quem tá brotando mesmo é a bicheira da semente, uma mosquinha discreta que vira larva e ataca o comecinho da planta. Invisível no campo, mas mortal pro estande, essa praguinha pode transformar uma lavoura promissora num colar de falhas no solo.

A praga, que atende pelo nome científico Delia platura, adora frio, umidade e resto de palha, ou seja, o clima atual tá um spa pra ela. Segundo o pesquisador Glauber Stürmer, da RTC/CCGL, o problema é traiçoeiro: o produtor quase nunca vê o inseto, só as falhas na emergência. E quando percebe, já foi tudo pra casa do chapéu. A dica é intensificar o monitoramento e garantir que o tratamento de sementes esteja daquele jeitol, mais afiado que navalha.

A RTC recomenda semeadura na medida certa e sementes bem tratadas pra evitar surpresas. O alerta vale pra todo o estado, onde o solo úmido e o friozinho seguem firmes. A bicheira pode ser minúscula, mas o prejuízo é grande. No ritmo que tá, o produtor gaúcho vai acabar preferindo enfrentar o El Niño do que essa mosca metida a vilã.

ACONTECEU NO AGRO

Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA

A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Confere aí no vídeo tudo que eles fizeram:

PLANTÃO RURAL

  • China promete soja made in USA. Depois de meses preferindo o grão brasileiro, e até o argentino em algum momento, a China prometeu comprar soja dos EUA “por muitos anos”. O secretário do Tesouro americano diz que o acordo deve sair já nesta semana.

  • Tilápia na lista negra. O Ministério da Pesca quer explicações do Meio Ambiente depois que a tilápia e outras espécies comerciais entraram na lista de invasoras. A decisão, segundo o setor, ameaça 90% da aquicultura nacional. O medo é que o peixe que mais gera renda no país acabe sem licença pra nadar.

  • Cannabis travada na burocracia. Uma nota técnica da Embrapa apontou 481 obstáculos pra quem quer pesquisar cannabis no Brasil. A falta de regras claras deixa universidades e laboratórios à deriva, enquanto o mercado global já fatura bilhões. Aqui, a planta ainda é tratada como tabu, e a ciência, como suspeita.

  • Horta redonda, ideia boa. Em Minas, a Epamig tá ensinando agricultores familiares a criar hortas circulares que seguram água, evitam erosão e garantem comida na mesa. O projeto envolve arroz de sequeiro, merenda escolar e até hortas pra meninos em vulnerabilidade.

SE DIVERTE AÍ

Tá com o raciocínio mais rápido que o chanceler em coletiva? Então bora testar no Termo, o jogo em que cada tentativa vale mais que um acordo diplomático. Descubra a palavra do dia e veja se tua cabeça tá mais afiada que as notícias da Agro Espresso.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Erva-mate

Pergunta de hoje: Qual fruta asiática, parente do limão, era usada como antisséptico natural em viagens marítimas?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

Keep Reading

No posts found