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Bom dia!
O milho ganhou vitrine com a maior biorrefinaria da América Latina, inaugurada no Maranhão, que coloca o estado no mapa da transição energética. Já o “morango do amor” perdeu fôlego e voltou ao preço normal. E o Brasil vai responder a Trump com diplomacia e protegendo os produtores daqui.
Também tem:
• Cartaz especial nos 70 anos da Festa de Barretos
• Etanol no preço mais baixo desde janeiro
• StoneX projeta safra gorda de soja e milho
Pra você ficar por dentro do que rolou no agro nessa segunda-feira.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Mais chuva no Sul e secura no Sudeste e Centro-Oeste

Foto: Freepik
A frente fria que chegou fazendo barulho no fim de semana segue firme no Sul e promete mais pancadas nesta terça (5). O Paraná e Santa Catarina estão no centro da bagunça, com risco de temporais, rajadas de vento e aquela ventania típica de agosto. Curitiba e Floripa já entram no dia de guarda-chuva aberto.
No Sudeste, a instabilidade encosta no leste paulista, mas o resto da região continua com tempo firme e secura brava. Minas, Espírito Santo, Rio e interior de SP seguem sob alerta de umidade baixa e calor no talo.
No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul até ensaia uma chuvinha no sul e sudoeste, e o extremo noroeste do Mato Grosso pode pegar respingo da instabilidade amazônica. Mas o clima geral ainda é de tempo seco e nariz ressecado.
O Nordeste vai na mesma toada: alguma chuva entre a costa e a zona da mata, mas o sertão segue firme no sol, no calor e no pó. E no Norte, Amazonas, Acre e Rondônia continuam com risco de pancadas, enquanto Tocantins e sul do Pará seguem no modo deserto.
ASSUNTO DE GABINETE
Se um não quer, dois não brigam

Foto: Win McNamee/Getty Images
A tarifa de 50% imposta por Trump começa a valer nesta quarta (6) e o Brasil, ao invés de revidar no grito, decidiu respirar fundo e fechar o corte de quem vai sangrar primeiro. Nada de retaliação por enquanto.
A estratégia agora é proteger os setores mais atingidos com crédito direcionado, ajustes no seguro à exportação e ações pontuais. Segundo Haddad, tudo dentro do teto e sem gambiarra fiscal.
Nos bastidores, a temperatura subiu, e pode subir ainda mais após Alexandre de Moraes, Ministro do STF, decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro. Trump justifica o tarifaço com a suposta caça às bruxas contra o ex-presidente do Brasil. Lula chegou a prometer resposta com base na Lei da Reciprocidade, mas a ideia foi rechaçada por exportadores e pessoas ligadas ao setor.
O governo agora mira na diplomacia e vai acionar a OMC, mesmo sabendo que o sistema de arbitragem da entidade está parado e que os Estados Unidos flertam abertamente com a saída.
Internamente, a leitura é que quem conseguiu alívio foi quem jogou quieto. Setores com forte presença americana, como aviação, mineração e energia, escaparam do imposto. Já a carne, o café e o pescado seguem no alvo. A ordem agora é conter o estrago e buscar alternativas. O ministro da Fazenda falou até em comprar pescados para escolas públicas como forma de apoio imediato.
O agro se antecipou e levou suas demandas direto à mesa de Alckmin. Entidades como Cecafé, Abiec, Abipesca e Abrafrutas pediram a ampliação do programa Acredita Exportação para empresas prejudicadas. Também cobraram a abertura de novos mercados, especialmente na Europa, onde antigas barreiras sanitárias podem finalmente cair.
O pacote completo ainda está em rascunho. Mas a postura já está desenhada. O Brasil não vai retaliar agora. Vai estancar, conter e esperar. Se o clima piorar, o contra-ataque sai da gaveta.
RADAR DO AGRO
Preço da ureia subiu 29% desde janeiro

Foto: Freepik
Com oferta curta e demanda bombando, o preço da ureia disparou nos portos brasileiros. Só em 2025, a alta já chega a 29%. A Índia tá puxando o bonde com uma compra gigante que pode chegar a 2 milhões de toneladas. E o mercado tá colado nesse leilão, de olho no preço que vai sair.
Nos Estados Unidos, as tarifas de Trump jogaram um balde de água fria nas importações, e agora a ameaça de novas sanções à Rússia deixou os compradores ainda mais tensos. Sem a ureia russa, os americanos teriam que bater em outras portas, o que mexe nos preços do mundo inteiro.
Aqui no Brasil, as compras até seguem mornas, mas o aperto na oferta global e o medo de sobrar pra gente na onda de sanções fazem o preço seguir firme. Resultado? Custo de produção nas alturas pra quem vai plantar em 2025/26.
DE OLHO NO PORTO
Vai ter frango de volta na estrada

Foto: Freepik
O ministro Carlos Fávaro confirmou que o Brasil está nas tratativas finais com União Europeia e China pra retomar os embarques de carne de frango. Depois do susto com a gripe aviária, o país já resolveu a pendência sanitária e agora corre pra recuperar dois dos seus maiores mercados.
Segundo Fávaro, o Chile também já deu sinal verde e tá pronto pra voltar a importar frango brasileiro. A expectativa é que os acordos com europeus e chineses sejam fechados nos próximos dias, garantindo fôlego extra pros frigoríficos e alívio no setor exportador.
SAFRA DE CIFRAS
Arroba sente o baque, mas não entrega os pontos

Foto: CNA/Flickr
Com a tarifa de 50% dos EUA batendo na porteira a partir desta quarta, a ordem da União Nacional da Pecuária é segurar os bois. A entidade, que representa quase metade do rebanho nacional, orientou os pecuaristas a vender só o necessário, até o mercado se ajustar.
Segundo Alcides Torres, da Scot Consultoria, a medida ajuda a conter a pressão nas cotações e pode devolver os preços ao patamar pré-tarifaço. Ele lembra que o mercado reage mais ao medo do que aos fatos: a insegurança fez a arroba cair aqui dentro mesmo, antes de pesar no bolso do gringo.
Mas calma: só 2% da carne brasileira vai pros EUA, e redirecionar esse volume pra outros fregueses não será missão impossível. O grosso continua indo pra China, mas o Brasil exporta pra mais de 125 países.
Com abate menor em plena entressafra, reposição mais cara e o rebanho enxuto após anos de descarte de fêmeas, a tendência é de firmeza. Alcides aposta que os preços seguem sustentados até 2027, com o tarifaço sendo só um soluço no meio da curva.
DICA AGRO ESPRESSO
ILPF na palma da mão

Foto: Reprodução
A Embrapa lançou um aplicativo gratuito que pode facilitar, e muito, a vida de quem já pratica ou quer começar na integração lavoura-pecuária-floresta. O Responde ILPF, disponível para Android e iOS, reúne respostas diretas e confiáveis a dúvidas técnicas, desde os fundamentos até o manejo prático no campo.
Baseado na coleção “500 Perguntas 500 Respostas”, o app organiza tudo em formato de perguntas e respostas, com conteúdo validado por pesquisadores e adaptado às realidades de cada região. Além de produtores, o público-alvo inclui técnicos, estudantes e empreendedores do agro.
Por trás da novidade está a API Responde Agro, nova tecnologia da Embrapa que conecta o conhecimento técnico direto ao celular. É o tipo de ferramenta que ajuda a democratizar a informação e fazer a agricultura digital sair do PowerPoint e virar prática no campo.
COLHENDO NÚMEROS
Gasosa e etanol caem com força

Foto: Freepik
Julho deu uma trégua no bolso: gasolina caiu 0,47% e fechou o mês a R$ 6,35. O etanol recuou 0,68% e foi a R$ 4,36, menor valor desde janeiro. A queda é reflexo do desconto da Petrobras em junho, que ainda pinga devagar nos postos.
No ranking da economia, o Centro-Oeste brilhou, com as maiores quedas nos dois combustíveis. Já o Sudeste teve os menores preços médios do país, enquanto o Norte seguiu no topo da tabela. Destaques? Etanol mais barato em SP (R$ 4,08) e gasolina campeã de economia no RJ (R$ 6,13). O Acre, como sempre, segurou a lanterna da gasosa mais salgada: R$ 7,48.
Apesar da vantagem da gasolina no curto prazo, o etanol continua sendo o queridinho do agro e do consumidor consciente. Menos poluente, mais renovável e peça-chave pra quem quer abastecer com futuro.
PLANTÃO RURAL
Amor de morango esfriou. A onda do “morango do amor” passou e os preços voltaram ao normal: R$ 45 a caixa na CEASA/MS. A cebola também despencou, mas o quiabo e a cenoura deram o troco e subiram 20%.
Milho vira energia no Maranhão. Com a maior biorrefinaria da América Latina, a Inpasa abriu as portas em Balsas (MA) e botou o Maranhão de vez no mapa do etanol de milho. O investimento de R$ 2,5 bi embala a transição energética e empurra a produção pra cima.
Cartaz que vale ouro em Barretos. A Festa do Peão chega aos 70 anos com direito a homenagem no pincel: Bettina Alves assina o cartaz “Entre a sela e a canção”, onde o Jeromão, símbolo do rodeio, vai de violão e sela rumo à arena.
Lançamento no mercado. A Oxbo lançou uma colhedora de café tracionada que promete agradar o pequeno produtor. Funciona em morro, dá menos trabalho e oferece um investimento inicial mais baixo que o esperado.
Safra gorda no radar. A StoneX subiu as projeções: 178,2 milhões de toneladas de soja e 139,36 de milho em 2025/26. O Brasil segue embalado, com boas produtividades, mais área plantada e clima que, por enquanto, colabora.
Diplomatas do campo em missão. O Itamaraty vai ganhar reforço agro. Catorze novos adidos agrícolas começaram a preparação pra assumir postos mundo afora. Serão os olhos e a voz do agro brasileiro em mercados como China, Japão e México.
SE DIVERTE AÍ
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VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Café
Pergunta de hoje: Qual raiz cultivada na Amazônia há milênios, virou símbolo da dieta indígena e continua presente em mesas brasileiras hoje?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
