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Bom dia!
O domingo termina com Bolsonaro trocando tornozeleira chamuscada por cela na PF enquanto a COP30 sai de Belém com um Pacto de 29 acordos que turbina grana pra adaptação, mas escorrega na hora de encarar combustíveis fósseis. No resto da xícara, tarifas americanas somem e derrubam o café, o tempo ameaça lavoura com granizo e o campo segue inovando em leite, genética, cooperativismo e dinheiro novo girando no agro.
Pra você acordar bem informado
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
APRESENTADO POR CHRYSALABS
O que realmente importa em um projeto de carbono não aparece nos holofotes das apresentações comerciais

Não entregamos promessas ousadas, entregamos previsibilidade: a certeza simples de que seus dados se sustentam, sua metodologia é defensável e seus resultados são confiáveis.
Em um mercado tão dinâmico quanto o brasileiro, a previsibilidade é a melhor ferramenta para reduzir riscos: dá confiança a quem investe e fornece às registradoras a evidência necessária. E isso só se conquista com rigor científico contínuo.
Na ChrysaLabs, nossa plataforma reduz o risco ao garantir que cada dado é defensável. Seguimos os padrões globais mais altos, credenciado pela ISO 17025, verificado pelo NAPT e elegível pela metodologia Verra VM0042. O resultado? Projeto livre de especulações, apenas a tranquilidade técnica de quem coloca a ciência no lugar certo, desde o início.
Veja na prática como dados científicos podem reduzir riscos no seu projeto.
ASSUNTO DE GABINETE
Meteu o ferro quente e ganhou um nascer do sol quadrado

Foto: Sergio Lima
A novela da tornozeleira ganhou temporada nova. Depois de 100 dias em prisão domiciliar vigiada, Jair Bolsonaro trocou o tédio de sua casa pela cela da PF ao admitir que esquentou o monitor eletrônico com um ferro de solda. O alerta de violação pipocou na central pouco depois de meia noite, a equipe foi até casa dele e ouviu a confissão ao vivo: “meti um ferro quente”. A pulseira seguia inteira, mas o equipamento tava chamuscado o suficiente pra virar caso de polícia e de Supremo.
Com o relatório técnico na mesa e a tornozeleira queimada a caminho da perícia, Alexandre de Moraes decidiu que tinha indício de tentativa de rompimento do aparelho e risco real de fuga. Na decisão da prisão ele citou a violação do monitor, um histórico de plano de asilo em embaixada e o fato de Bolsonaro cumprir pena em casa enquanto recorre da condenação por tentar barrar a posse de Lula.
Na audiência deste domingo (23), Bolsonaro tentou esfriar o clima dizendo que não queria fugir, só teve um “surto”. Ele ainda alegou uso recente de remédios como pregabalina e sertralina, falou de paranoia com escuta na tornozeleira e disse que só abriu a tampa por curiosidade técnica, já que sabe operar ferro de solda. A juíza não comprou a tese: manteve a preventiva, registrou tudo em ata e lembrou que tornozeleira não é brinquedo nem detector de conspiração, é condição de medida cautelar.
A cronologia também pesou. Horas antes da queimadura no equipamento, o filho Flávio Bolsonaro tinha convocado uma vigília religiosa na porta do condomínio do pai, onde a prisão domiciliar tava valendo. Pra Moraes, juntar aglomeração de apoiadores, monitor eletrônico violado e antecedentes de conversa com gente nos Estados Unidos pra tentar interferir em processo no Brasil é uma receita de risco pra ordem pública.
Enquanto a defesa tenta emplacar a versão de surto e pede que a futura pena seja cumprida em casa por questões de saúde, o ex-presidente soma frentes de batalha. Além da condenação a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe e afins, Bolsonaro já tá inelegível até 2030 por decisão do TSE e acumula medidas cautelares descumpridas.
POR DENTRO DA COP30
Pacto de Belém fecha a conta, engorda o caixa e engole os fósseis

Foto: Antonio Scorza
A COP30 saiu de Belém com um Pacto cheio de vírgula na conta e silêncio constrangedor no papo. As partes aprovaram 29 decisões que miram triplicar, até 2035, o dinheiro pro financiamento climático pra algo na casa de US$1,3 trilhão por ano e lançar o Fundo Florestas Tropicais Pra Sempre, já com US$6,7 bilhões prometidos pra quem segurar árvore em pé. De quebra, vieram roteiros pra adaptação, florestas, comércio e até um quadro de cobrança internacional pra acompanhar quem paga e quem só promete.
O problema é o elefante fóssil sentado no meio da plenária. Pra fechar acordo com 195 partes e não deixar a negociação rodar madrugada adentro sem desfecho, a presidência brasileira tirou combustíveis fósseis do texto principal e jogou o tema pra um documento paralelo. Colômbia, Panamá, Uruguai e União Europeia reclamaram alto, dizendo que pacto climático que não fala em petróleo, gás e carvão parece só mais um acordo de boas intenções ao invés de outro recado duro pro setor de energia. Do outro lado, a Arábia Saudita (terceiro maior produtor de petróleo do mundo) e seus aliados deixaram claro que qualquer menção a fósseis tava fora de cogitação.
Mesmo com o nó político, Belém saiu fotografada como novo palco global do clima. A COP30 juntou mais de meio milhão de acessos somando Green Zone, Blue Zone e espaços oficiais, lotou o Pavilhão Pará com mais de 300 atividades e transformou o estado no centro da conversa sobre floresta, justiça socioambiental e bioeconomia. Helder Barbalho vendeu a narrativa da Amazônia que lidera solução e não só problema, mas o recado pros próximos meses tá dado: com a presidência brasileira da COP em vigor até 2026, o Pacto de Belém agora precisa sair do papel antes que o mundo comece a cobrar resultado com a mesma intensidade que lotou as filas da credencial.
DE OLHO NO PORTO
Fim parcial do tarifaço mexeu com café e deve mexer com a carne
A canetada do Trump que tirou os 40% extras sobre uma parte do agro brasileiro encerra, pelo menos por agora, o tarifaço que azedou café, carne e outros alimentos nos EUA. Em poucos dias, a tarifa subiu pra 50%, caiu pra 40% e agora zerou pros produtos do Brasil que tavam na linha de tiro, depois de negociações intensas com o governo. A jogada tenta aliviar a inflação de comida lá na gringa e desarmar um pouco o barril político que misturou tarifa, Moraes, Bolsonaro e exportação na mesma panela.
No café, o efeito bateu mais rápido que expresso de máquina. O Brasil entrega perto de 1/3 dos grãos que matam a sede de cafeína dos americanos e, com a taxa extra indo pro ralo, os contratos futuros do arábica na ICE chegaram a cair mais de 6% no dia e fecharam quase 2% abaixo, no menor valor em 2 meses. O robusta escorregou junto, com queda de 2,7% depois de tombar até 8% intradiário. Enquanto isso o trader tenta descobrir se isso é só um susto de curto prazo ou se muda mesmo o patamar de prêmio e margem no físico.
Na carne bovina, a tesoura nas tarifas recoloca o produto brasileiro nos EUA com algo perto de 26,4% de taxação total e deu um gás nos contratos de boi gordo na B3, que subiram mais de 2% depois do anúncio. No físico, já pintam negócios a R$330 em SP, mas o otimismo ainda tá com um pé no freio, porque a incerteza sobre o apetite da China continua segurando qualquer arrancada mais forte. Enquanto isso, o consumo interno vai esquentando com 13º, vaga temporária e agenda de churrasco cheia pra natal e ano novo, o combo clássico que ajuda a segurar a arroba no fim de ano.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Céu nervoso e lavoura na torcida: granizo mira o Centro Sul
A semana começa com o céu bem temperamental e produtor olhando pro radar mais que pro relógio ou pro solo. O Inmet e os serviços regionais ligaram o alerta pra chuva com granizo em boa parte do Centro Sul do Brasil, com rajadas de até 60 km/h e até 50 mm de água em Goiás, Minas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
Em São Paulo, a Defesa Civil já avisou que tá vindo combo completo com chuva forte, raio, vento e chance de pedra entre hoje e terça feira, com atenção redobrada pro Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira, Grande São Paulo e Baixada Santista.
No resto do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste, a previsão também fala em um resto de semana com pancadão com risco de alagamento, queda de galho e acumulado chegando perto de 100 mm no dia, com rajadas que podem bater 100 km/h em áreas da Amazônia, Centro Oeste e Norte. É bom tomar cuidado pra nao se molhar ou sair voando.
SAFRA DE CIFRAS
Quantas bitcoins tá esse pulverizador
A Baldan resolveu provar que talhão e blockchain podem andar no mesmo rastro. A fabricante de máquinas fez a primeira venda recebendo em criptomoeda e já mira girar até R$1 milhão por mês nesse modelo. A ideia é usar cripto como atalho pra fechar negócio lá fora com menos papel, menos banco no meio do caminho e mais cara de agro conectado com o mundo.
A estreia rolou em parceria com a Foxbit e um representante da Baldan no Mercosul. O cliente pagou em USDT, aquela stablecoin atrelada ao dólar, a exchange converteu tudo pra real e repassou pra empresa, sem precisar reinventar sistema nem inventar gambiarra tecnológica.
Do lado das fintechs, a leitura é que o agro tá virando aluno aplicado em cripto: já tem tokenização de crédito rural, uso de stablecoin em exportação e frigorífico trocando Excel por carteira digital. Os benefícios são liquidação quase imediata, proteção cambial e menos custo financeiro. O lado B é arrumar governança, contabilidade e treinar equipe pra ninguém confundir chave de acesso com senha do Wi Fi.
PLANTÃO RURAL + COP30
Mercosul-UE na reta final. Lula cravou que o acordo entre Mercosul e União Europeia vai ser assinado dia 20 de dezembro, em Brasília, e disse que a cisma da França não vai travar o jogo. Se entregar o combinado, o agro ganha menos barreira e mais prateleira pros produtos no bloco europeu.
Leite que fala gestão fluente. No sul de Minas, a Fazenda Sertãozinho tira pouco mais de 6 mil litros de leite por dia com 160 vacas, batendo 11,5 mil litros por animal no ano, mais de 4 vezes a média do Brasil. O segredo tá na mistura de bem-estar, tecnologia, energia solar, mata preservada e gestão de empresa.
BRF alonga dívida no mercado de CRA. A BRF, parte da MBRF, autorizou emitir até R$2,375 bilhões em CRAs atrelados a debêntures, com prazos que chegam a 30 anos. A grana ajuda a organizar passivo, financiar a cadeia de proteína e reforça que o agro brasileiro tá cada vez mais íntimo do mercado financeiro.
Camta prova que diversificar paga conta. Em Tomé Açu, a Camta montou um condomínio de plantas em formato de sistema agroflorestal, com até 15 culturas no mesmo hectare. Açaí puxa a fila da receita, cacau e outras frutas ajudam a fechar o mês e o modelo levou o faturamento pra perto de R$120 milhões em 1 ano.
Brangus com repelente de nascença. Uma pesquisa da Embrapa Pecuária Sul selecionou brangus mais tolerante a carrapato, com até 1/3 a menos de infestação e melhor ganho de peso. Menos banho químico, mais produtividade e touro resistente podendo render cerca de R$28 mil extras na vida produtiva do rebanho.
Soja recorde mesmo com freio no Matopiba. A Safras & Mercado ainda vê safra recorde de soja em 2025 26, com 178,76 milhões de toneladas e área em 48,31 milhões de hectares. O clima seco no Matopiba e ajustes no Paraná reduziram um pouco o potencial, mas a produção segue robusta e pressiona estoque lá na frente.
Cordeiro valendo mais que boi no RS. A ovinocultura gaúcha vive fase boa com o cordeiro quebrando recorde. Preços giram entre R$13 e R$14 por quilo vivo, pagando de 30% a 40% a mais que o boi e animando confinamentos. O gargalo ainda tá na informalidade, que tira escala e segura o valor que poderia ser maior.
SE DIVERTE AÍ
Hoje a brincadeira é com o Termo, aquele jogo em que você tenta adivinhar uma palavra por dia e vira praticamente auditor de vogal e consoante. Vale usar o cérebro de agrônomo: pensa em insumo, clima, bicho, lavoura, tudo que ronda o agro, testa combinações, erra feio nas primeiras tentativas e vai ajustando igual manejo de safra. Se acertar rapidinho, manda o print no grupo e posa de referência técnica em vocabulário.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Rio Grande do Sul
Pergunta de hoje: Qual destilado de cana nasceu no Brasil colonial e hoje tem indicação geográfica em regiões mineiras e fluminenses?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!




