
APRESENTADO POR
Bom dia!
Em Brasília, o STF manteve o desconto de imposto pros agrotóxicos e o setor já saiu comemorando. Lá fora, a assinatura do Mercosul com a União Europeia escorregou pra janeiro porque a Itália pediu tempo pra convencer o agro local. No resto do cardápio, Trump deu uma canetada que muda o jogo da cannabis nos EUA, a Embrapa mostra onde as PecTechs tão entrando na pecuária, e o Plantão Rural chega com cancro cítrico destrinchado, tilápia barrada em SC e incubatório gigante turbinando o frango em MG.
Pra você acordar bem informado
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).
APRESENTADO POR AGNEST
Tem parceria nova na área: AgNest + Agro Espresso

A gente puxou o AgNest pra mesa do café. A parceria entre o AgNest e o Agro Espresso tá nascendo pra jogar mais luz no que tá rolando dentro do Farm Lab e encurtar a distância entre quem testa tecnologia no talhão e quem rala todo dia na lavoura. Nas próximas edições, você vai ver cada vez mais notícias, atualizações e bastidores direto desse laboratório a céu aberto.
O AgNest é um ambiente de experimentação e conexão feito pra colocar o campo como protagonista no desenvolvimento, no teste e na validação de soluções pro agro. No Farm Lab, as tecnologias encaram solo, clima e perrengue de verdade, com foco em gerar aprendizado consistente, resultado que aparece na planilha e ganho prático pra produtor, pesquisador, startup e parceiro.
Com essa parceria, a ideia é simples: dar visibilidade pros experimentos em andamento, pros desafios que aparecem na porteira, pros tombos e pros acertos de campo, e pras boas ideias que nascem no barro e não só no slide. A gente cuida do café e da newsletter, o AgNest cuida do laboratório. E você acompanha tudo de camarote.
Saiba mais sobre o AgNest aqui.
ASSUNTO DE GABINETE
Defensivos seguem com desconto no imposto

Foto: Adobe Stock
O imposto até ameaçou entrar no jogo, mas o STF puxou a cadeira e mandou ficar sentado do lado de fora. Na última quinta-feira (18), o STF decidiu que os benefícios fiscais sobre agrotóxicos continuam valendo. A maioria dos ministros escolheu não mexer na regra que deixa o imposto mais leve pra esses produtos, então o agro não vai acordar com uma paulada tributária de surpresa. O placar terminou com 6 ministros dizendo pra deixar como tá, e as ações foram consideradas improcedentes.
O caso girava em torno de uma regra antiga, o Convênio ICMS 100, de 1997, que permite reduzir em 60% a base de cálculo do ICMS sobre agrotóxicos, além de outros trechos que dão tratamento tributário diferenciado pra esses insumos. PSOL e PV entraram com as ações dizendo que essas vantagens fiscais batem de frente com o direito ao meio ambiente e à saúde, e que a lógica fica torta, como se o imposto aliviasse justo o que deveria ser mais controlado.
Só que a votação foi cheia de racha. O relator Edson Fachin votou pra considerar os benefícios inconstitucionais e teve apoio de Cármen Lúcia. André Mendonça ficou no meio do caminho, aceitando parte do pedido, com Flávio Dino acompanhando. Quem puxou a fila pedindo pra manter foi Cristiano Zanin, dizendo que a ideia do desconto não é incentivar uso, e sim reduzir custo de produção de alimentos e manter competitividade, já que o setor trata esses produtos como insumo técnico da agricultura atual. Zanin foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Nunes Marques.
O setor comemorou mais que rival depois da derrota do Flamengo no Mundial: a CropLife celebrou dizendo que a decisão ajuda a evitar perdas no campo e segurar repasse de custos pro preço da comida. No fim das contas, é um alívio no bolso de todo mundo, produtor, indústria e consumidor.
O AGRO EM NÚMEROS
Dívida alongada, soja gigante e rota desviada

Giphy
Quando a conta aperta, o agro também faz um esforço a mais pra sair do vermelho. Em recuperação judicial, a Agrogalaxy aprovou uma emissão de R$ 213,2 milhões em debêntures pra reorganizar dívidas, com vencimento em junho de 2035 e correção pelo IPCA, sem juros além disso. A empresa diz que não vai entrar dinheiro novo no caixa, é só uma troca de dívida antiga por títulos novos pra fornecedores e credores que aderiram ao plano aprovado em maio. A correção começa a pingar a cada 6 meses a partir de dezembro de 2027, com amortização do principal parcelada, Santander coordenando a operação e a Vórtx como agente fiduciário.
Do outro lado do balcão, tem cadeia que tá servindo espresso duplo no PIB. Um estudo do Cepea com a Abiove estima que a cadeia da soja carrega nas costas 23% do PIB do agronegócio em 2025 e 5,7% de toda a economia brasileira, mesmo com preços mais fracos. A projeção ainda ganhou revisão pra cima, embalada por safra recorde 2024/2025 e mais soja virando produto aqui dentro, o que empurra o PIB da cadeia da soja e do biodiesel pra uma alta de 11,66% em 2025. O mesmo estudo ainda calcula que o PIB por tonelada produzida e processada no Brasil pode ser 4,2 vezes maior do que exportar soja in natura.
Falando em embarque, o tarifaço dos Estados Unidos tentou virar a mesa, mas o Brasil só mudou de lugar. O Icomex da FGV mostra que, de agosto a novembro, as exportações pra China cresceram 28,6% em valor na comparação com 2024, enquanto as destinadas aos EUA caíram 25,1% depois do tarifaço iniciado em agosto. Em volume, a China subiu ainda mais, 30%, e os EUA recuaram 23,5%. Se o Tio Sam não quer, tem quem queira.
COMO TÁ LÁ FORA?
Trump dá um tapa no rótulo da maconha e o mercado já sente o cheiro

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A Casa Branca resolveu mexer na ordem das coisas. Donald Trump assinou na quinta-feira (17) uma ordem executiva mandando a administração iniciar o processo pra tirar a cannabis da Lista I, a categoria mais barra pesada do governo federal, e levar pra Lista III, onde ficam substâncias com uso medicinal reconhecido e menor potencial de abuso. Pra ficar mais claro: a maconha sai da mesma prateleira de paradas mais pesadas, como a heroína, e passa a ser algo mais bem visto e com menos tabu, abrindo uma avenida regulatória que pode mudar o jogo legal e comercial nos EUA e ainda respingar no resto do mundo.
O decreto orienta o Departamento de Justiça a tocar os procedimentos, e Trump justificou a canetada falando de pacientes que sofrem há uma cota com dores intensas e casos graves, como cânceres agressivos, distúrbios convulsivos e problemas neurológicos, e a verdinha tem uso comprovado no tratamento de tudo isso. Antes de bater o martelo, ele discutiu o tema com seu gabinete, e também conversou com líderes da indústria da cannabis, incluindo Kim Rivers, da Trulieve. Não foi uma decisão no escuro, foi um mix de lobby e pressão do setor com argumento médico e vontade do povo.
Pra indústria, isso soa como vitória de campanha de anos, e com motivo. A reclassificação pode destravar mais pesquisa clínica e facilitar o caminho pra medicamentos à base de cannabis serem aprovados pelo FDA, além de deixar o setor mais bonitinho pra grandes farmacêuticas.
NOS CORREDORES DE BRASÍLIA
Agora só no ano que vem

Foto: Getty Images
O acordo UE-Mercosul tava no forno, quase pronto pra sair no sábado (20), mas a Itália pediu pra baixar o fogo e a assinatura foi adiada pro ano que vem. Quem avisou os líderes do bloco foi Úrsula von der Leyen, segundo a AFP. A ideia era assinar em Foz do Iguaçu (PR), mas a agenda virou aquele clássico “só mais 1 mês” que todo mundo conhece. Mas o que são 30 dias pra quem já tá esperando e negociando esse acordo há 25 anos, né?
O empurrão pra frente ganhou força porque a Itália entrou no grupo dos países que querem rever tudo tintim por tintim e ficam caçando pelo em ovo, junto com França, Polônia e Hungria. Em coro, eles tão pedindo mais tempo pra criar salvaguardas pros próprios produtores, além das que a UE já colocou na mesa pra tentar agradar. E o clima na Europa não tá exatamente de abraço coletivo: na quinta-feira (18), em Bruxelas, agricultores protestaram contra o acordo e houve confronto com a polícia, com direito a gente presa e um arsenal improvável de pedras e batatas voando. O medo deles é que produtos agropecuários de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai entrem forte no mercado e virem concorrência desleal por lá, já que a gente chega com os dois pés no peito, sendo competitivo pra caramba..
Lula conversou com Giorgia Meloni, chefona da terra da pizza, e disse que ela não é contra o tratado, só precisa de mais prazo pra convencer os agricultores italianos a aceitarem a ideia. Só que a política do bloco tem regra: com 4 países dissidentes que somem 35% da população, dá pra adiar votação, e foi exatamente o que rolou. Do outro lado, Alemanha, Espanha e países nórdicos como Noruega, Suécia e Finlândia defendiam aprovar logo, com medo de que mais demora tenha consequência. Lula ainda subiu o tom na reunião ministerial de quinta-feira (17), lembrando que o Mercosul já fez concessões em mais de 20 anos de negociação e soltou o recado: se não fechar agora, o Brasil não faz enquanto ele for presidente. Ano que vem a gente vê se esse cão só late ou também morde.
CAMPO ATUALIZADO
Tecnologia chegando pra pecuária

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Se na maior parte do país a pecuária ainda é bem raiz, a Embrapa tá dizendo que já tem muita startup deixando ela nutella, mas no melhor sentido possível. A instituição fez um panorama das chamadas PecTechs, empresas focadas na pecuária que criam tecnologias pra aumentar produtividade, usar melhor os recursos, reduzir impacto ambiental e até ajudar o produtor a encarar as incertezas do mercado com menos susto.
O levantamento analisou 100 agtechs do segmento, com base no Radar Agtech Brasil 2023, e o mapa é bem claro: a maior parte tá no Sudeste, com 54%, e o Sul vem logo atrás, com 35%. E onde essa turma mais atua? Dentro da Porteira, com 79% das categorias, ou seja, focada no dia a dia da fazenda, não só na teoria bonita de evento. As principais entregas são plataformas de integração e sistemas de gestão zootécnica, econômica e financeira, com softwares e aplicativos que prometem dar aquela arrumada no que antes ficava em caderno, planilha perdida e memória de quem sabe de cabeça.
Mas nem tudo é pasto verde pra startup. O maior desafio dessas PecTechs é entrar e se firmar no mercado, enfrentando barreiras de entrada, construindo um modelo de vendas escalável, ganhando clientes e brigando com concorrência. Ainda assim, tem tendência forte crescendo: monitoramento e sensoriamento pra controlar desempenho, saúde e bem-estar animal, além de soluções antes da porteira, com crédito, permuta, seguro e créditos de carbono, e depois da porteira, com rastreabilidade ganhando destaque.
PLANTÃO RURAL
Faec faz 60 e pede mais 60. Na última terça-feira (16), a Faec completou 60 anos como voz da consciência do produtor no Ceará. Amílcar Silveira, presidente desde 2022 e reeleito por mais 4 anos, disse que a Federação tá firme pros próximos 60. Teve agradecimento geral pra produtores, Senar, técnicos, instrutores e também pras gestões antigas.
Cancro cítrico, agora com raio X do golpe. Pesquisadores do CNPEM e da Universidade de Tübingen destrincharam o ataque da Xanthomonas citri e publicaram na Science na quinta-feira (18). A bactéria desarma a planta e ainda sequestra a via de amadurecimento pra liberar açúcar e se multiplicar. No Brasil, a incidência subiu 34% e já tá em 32,71% dos talhões.
Pecuária brasileira entra no clube da FAO. No ano em que o Brasil passou os EUA e virou o maior produtor de carne bovina do mundo, a Abiec foi aprovada como parceira da FAO LEAP, iniciativa global pra medir e melhorar sustentabilidade na pecuária. A entidade quer ganhar mais voz no debate técnico internacional, com métricas baseadas em ciência e boas práticas na produção de proteína.
Tilápia do Vietnã barrada em SC. Santa Catarina publicou portaria na quinta-feira (18) proibindo entrada, trânsito e venda de tilápia do Vietnã, fresca ou congelada, em filé, posta ou inteira. O motivo é risco sanitário do vírus TilV e falta de conclusão da análise federal. Quem tem lote precisa rastrear, segregar e guardar registro por 12 meses.
Incubatório gigante, frango com modo turbo. A Cobb-Vantress inaugurou em Prata (MG) um incubatório de R$ 60 milhões e 5.200 m², o maior da companhia na América Latina. A promessa é elevar a capacidade em até 25%, com automação, vacinação de última geração e foco em biosseguridade. A unidade já nasceu com espaço pra expansão, tipo granja com plano de carreira.
SE DIVERTE AÍ
O desafio de hoje é o Flagle, aquele jogo em que cada palpite revela um pedacinho da bandeira até você acertar o país. Parece moleza até surgir uma bandeira que nem o professor de geografia lembraria de cabeça. Chama o pessoal da fazenda, do escritório ou da sala, cada um joga no seu celular e vence quem matar a charada em menos tentativas; o resto vocês decidem se paga o próximo cafezinho ou só aceita a derrota em silêncio.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Gergelim
Pergunta de hoje: Qual fruta originária da Amazônia é chamada de “pão do pobre” por ser altamente calórica e nutritiva?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!

