APRESENTADO POR

Bom dia!

Em Brasília, o STF manteve o desconto de imposto pros agrotóxicos e o setor já saiu comemorando. Lá fora, a assinatura do Mercosul com a União Europeia escorregou pra janeiro porque a Itália pediu tempo pra convencer o agro local. No resto do cardápio, Trump deu uma canetada que muda o jogo da cannabis nos EUA, a Embrapa mostra onde as PecTechs tão entrando na pecuária, e o Plantão Rural chega com cancro cítrico destrinchado, tilápia barrada em SC e incubatório gigante turbinando o frango em MG.

Pra você acordar bem informado

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$111,00 -30,61%
Algodão (Centavos R$/LP) 350,56 -16,51%
Arroz (Saca 50kg) R$53,09 -46,45%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$318,00 -1,10%
Café Arábica (Saca 60kg) R$2.149,88 -4,10%
Etanol anidro (Litro) R$3,3256 9,61%
Milho (Saca 60kg) R$69,27 -5,03%
Soja (Saca 60kg) R$142,51 2,58%
Trigo (Tonelada) R$1.184,42 -15,00%

Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).

APRESENTADO POR AGNEST

Tem parceria nova na área: AgNest + Agro Espresso

A gente puxou o AgNest pra mesa do café. A parceria entre o AgNest e o Agro Espresso tá nascendo pra jogar mais luz no que tá rolando dentro do Farm Lab e encurtar a distância entre quem testa tecnologia no talhão e quem rala todo dia na lavoura. Nas próximas edições, você vai ver cada vez mais notícias, atualizações e bastidores direto desse laboratório a céu aberto.

O AgNest é um ambiente de experimentação e conexão feito pra colocar o campo como protagonista no desenvolvimento, no teste e na validação de soluções pro agro. No Farm Lab, as tecnologias encaram solo, clima e perrengue de verdade, com foco em gerar aprendizado consistente, resultado que aparece na planilha e ganho prático pra produtor, pesquisador, startup e parceiro.

Com essa parceria, a ideia é simples: dar visibilidade pros experimentos em andamento, pros desafios que aparecem na porteira, pros tombos e pros acertos de campo, e pras boas ideias que nascem no barro e não só no slide. A gente cuida do café e da newsletter, o AgNest cuida do laboratório. E você acompanha tudo de camarote.

Saiba mais sobre o AgNest aqui.

ASSUNTO DE GABINETE

Defensivos seguem com desconto no imposto

Foto: Adobe Stock

O imposto até ameaçou entrar no jogo, mas o STF puxou a cadeira e mandou ficar sentado do lado de fora. Na última quinta-feira (18), o STF decidiu que os benefícios fiscais sobre agrotóxicos continuam valendo. A maioria dos ministros escolheu não mexer na regra que deixa o imposto mais leve pra esses produtos, então o agro não vai acordar com uma paulada tributária de surpresa. O placar terminou com 6 ministros dizendo pra deixar como tá, e as ações foram consideradas improcedentes.

O caso girava em torno de uma regra antiga, o Convênio ICMS 100, de 1997, que permite reduzir em 60% a base de cálculo do ICMS sobre agrotóxicos, além de outros trechos que dão tratamento tributário diferenciado pra esses insumos. PSOL e PV entraram com as ações dizendo que essas vantagens fiscais batem de frente com o direito ao meio ambiente e à saúde, e que a lógica fica torta, como se o imposto aliviasse justo o que deveria ser mais controlado.

Só que a votação foi cheia de racha. O relator Edson Fachin votou pra considerar os benefícios inconstitucionais e teve apoio de Cármen Lúcia. André Mendonça ficou no meio do caminho, aceitando parte do pedido, com Flávio Dino acompanhando. Quem puxou a fila pedindo pra manter foi Cristiano Zanin, dizendo que a ideia do desconto não é incentivar uso, e sim reduzir custo de produção de alimentos e manter competitividade, já que o setor trata esses produtos como insumo técnico da agricultura atual. Zanin foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Nunes Marques.

O setor comemorou mais que rival depois da derrota do Flamengo no Mundial: a CropLife celebrou dizendo que a decisão ajuda a evitar perdas no campo e segurar repasse de custos pro preço da comida. No fim das contas, é um alívio no bolso de todo mundo, produtor, indústria e consumidor.

O AGRO EM NÚMEROS

Dívida alongada, soja gigante e rota desviada

Giphy

Quando a conta aperta, o agro também faz um esforço a mais pra sair do vermelho. Em recuperação judicial, a Agrogalaxy aprovou uma emissão de R$ 213,2 milhões em debêntures pra reorganizar dívidas, com vencimento em junho de 2035 e correção pelo IPCA, sem juros além disso. A empresa diz que não vai entrar dinheiro novo no caixa, é só uma troca de dívida antiga por títulos novos pra fornecedores e credores que aderiram ao plano aprovado em maio. A correção começa a pingar a cada 6 meses a partir de dezembro de 2027, com amortização do principal parcelada, Santander coordenando a operação e a Vórtx como agente fiduciário.

Do outro lado do balcão, tem cadeia que tá servindo espresso duplo no PIB. Um estudo do Cepea com a Abiove estima que a cadeia da soja carrega nas costas 23% do PIB do agronegócio em 2025 e 5,7% de toda a economia brasileira, mesmo com preços mais fracos. A projeção ainda ganhou revisão pra cima, embalada por safra recorde 2024/2025 e mais soja virando produto aqui dentro, o que empurra o PIB da cadeia da soja e do biodiesel pra uma alta de 11,66% em 2025. O mesmo estudo ainda calcula que o PIB por tonelada produzida e processada no Brasil pode ser 4,2 vezes maior do que exportar soja in natura.

Falando em embarque, o tarifaço dos Estados Unidos tentou virar a mesa, mas o Brasil só mudou de lugar. O Icomex da FGV mostra que, de agosto a novembro, as exportações pra China cresceram 28,6% em valor na comparação com 2024, enquanto as destinadas aos EUA caíram 25,1% depois do tarifaço iniciado em agosto. Em volume, a China subiu ainda mais, 30%, e os EUA recuaram 23,5%. Se o Tio Sam não quer, tem quem queira.

COMO TÁ LÁ FORA?

Trump dá um tapa no rótulo da maconha e o mercado já sente o cheiro

Gif by election2020 on Giphy

A Casa Branca resolveu mexer na ordem das coisas. Donald Trump assinou na quinta-feira (17) uma ordem executiva mandando a administração iniciar o processo pra tirar a cannabis da Lista I, a categoria mais barra pesada do governo federal, e levar pra Lista III, onde ficam substâncias com uso medicinal reconhecido e menor potencial de abuso. Pra ficar mais claro: a maconha sai da mesma prateleira de paradas mais pesadas, como a heroína, e passa a ser algo mais bem visto e com menos tabu, abrindo uma avenida regulatória que pode mudar o jogo legal e comercial nos EUA e ainda respingar no resto do mundo.

O decreto orienta o Departamento de Justiça a tocar os procedimentos, e Trump justificou a canetada falando de pacientes que sofrem há uma cota com dores intensas e casos graves, como cânceres agressivos, distúrbios convulsivos e problemas neurológicos, e a verdinha tem uso comprovado no tratamento de tudo isso. Antes de bater o martelo, ele discutiu o tema com seu gabinete, e também conversou com líderes da indústria da cannabis, incluindo Kim Rivers, da Trulieve. Não foi uma decisão no escuro, foi um mix de lobby e pressão do setor com argumento médico e vontade do povo.

Pra indústria, isso soa como vitória de campanha de anos, e com motivo. A reclassificação pode destravar mais pesquisa clínica e facilitar o caminho pra medicamentos à base de cannabis serem aprovados pelo FDA, além de deixar o setor mais bonitinho pra grandes farmacêuticas.

NOS CORREDORES DE BRASÍLIA

Agora só no ano que vem

Foto: Getty Images

O acordo UE-Mercosul tava no forno, quase pronto pra sair no sábado (20), mas a Itália pediu pra baixar o fogo e a assinatura foi adiada pro ano que vem. Quem avisou os líderes do bloco foi Úrsula von der Leyen, segundo a AFP. A ideia era assinar em Foz do Iguaçu (PR), mas a agenda virou aquele clássico “só mais 1 mês” que todo mundo conhece. Mas o que são 30 dias pra quem já tá esperando e negociando esse acordo há 25 anos, né?

O empurrão pra frente ganhou força porque a Itália entrou no grupo dos países que querem rever tudo tintim por tintim e ficam caçando pelo em ovo, junto com França, Polônia e Hungria. Em coro, eles tão pedindo mais tempo pra criar salvaguardas pros próprios produtores, além das que a UE já colocou na mesa pra tentar agradar. E o clima na Europa não tá exatamente de abraço coletivo: na quinta-feira (18), em Bruxelas, agricultores protestaram contra o acordo e houve confronto com a polícia, com direito a gente presa e um arsenal improvável de pedras e batatas voando. O medo deles é que produtos agropecuários de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai entrem forte no mercado e virem concorrência desleal por lá, já que a gente chega com os dois pés no peito, sendo competitivo pra caramba..

Lula conversou com Giorgia Meloni, chefona da terra da pizza, e disse que ela não é contra o tratado, só precisa de mais prazo pra convencer os agricultores italianos a aceitarem a ideia. Só que a política do bloco tem regra: com 4 países dissidentes que somem 35% da população, dá pra adiar votação, e foi exatamente o que rolou. Do outro lado, Alemanha, Espanha e países nórdicos como Noruega, Suécia e Finlândia defendiam aprovar logo, com medo de que mais demora tenha consequência. Lula ainda subiu o tom na reunião ministerial de quinta-feira (17), lembrando que o Mercosul já fez concessões em mais de 20 anos de negociação e soltou o recado: se não fechar agora, o Brasil não faz enquanto ele for presidente. Ano que vem a gente vê se esse cão só late ou também morde.

CAMPO ATUALIZADO

Tecnologia chegando pra pecuária

Giphy

Se na maior parte do país a pecuária ainda é bem raiz, a Embrapa tá dizendo que já tem muita startup deixando ela nutella, mas no melhor sentido possível. A instituição fez um panorama das chamadas PecTechs, empresas focadas na pecuária que criam tecnologias pra aumentar produtividade, usar melhor os recursos, reduzir impacto ambiental e até ajudar o produtor a encarar as incertezas do mercado com menos susto.

O levantamento analisou 100 agtechs do segmento, com base no Radar Agtech Brasil 2023, e o mapa é bem claro: a maior parte tá no Sudeste, com 54%, e o Sul vem logo atrás, com 35%. E onde essa turma mais atua? Dentro da Porteira, com 79% das categorias, ou seja, focada no dia a dia da fazenda, não só na teoria bonita de evento. As principais entregas são plataformas de integração e sistemas de gestão zootécnica, econômica e financeira, com softwares e aplicativos que prometem dar aquela arrumada no que antes ficava em caderno, planilha perdida e memória de quem sabe de cabeça.

Mas nem tudo é pasto verde pra startup. O maior desafio dessas PecTechs é entrar e se firmar no mercado, enfrentando barreiras de entrada, construindo um modelo de vendas escalável, ganhando clientes e brigando com concorrência. Ainda assim, tem tendência forte crescendo: monitoramento e sensoriamento pra controlar desempenho, saúde e bem-estar animal, além de soluções antes da porteira, com crédito, permuta, seguro e créditos de carbono, e depois da porteira, com rastreabilidade ganhando destaque.

PLANTÃO RURAL

  • Faec faz 60 e pede mais 60. Na última terça-feira (16), a Faec completou 60 anos como voz da consciência do produtor no Ceará. Amílcar Silveira, presidente desde 2022 e reeleito por mais 4 anos, disse que a Federação tá firme pros próximos 60. Teve agradecimento geral pra produtores, Senar, técnicos, instrutores e também pras gestões antigas.

  • Cancro cítrico, agora com raio X do golpe. Pesquisadores do CNPEM e da Universidade de Tübingen destrincharam o ataque da Xanthomonas citri e publicaram na Science na quinta-feira (18). A bactéria desarma a planta e ainda sequestra a via de amadurecimento pra liberar açúcar e se multiplicar. No Brasil, a incidência subiu 34% e já tá em 32,71% dos talhões.

  • Pecuária brasileira entra no clube da FAO. No ano em que o Brasil passou os EUA e virou o maior produtor de carne bovina do mundo, a Abiec foi aprovada como parceira da FAO LEAP, iniciativa global pra medir e melhorar sustentabilidade na pecuária. A entidade quer ganhar mais voz no debate técnico internacional, com métricas baseadas em ciência e boas práticas na produção de proteína.

  • Tilápia do Vietnã barrada em SC. Santa Catarina publicou portaria na quinta-feira (18) proibindo entrada, trânsito e venda de tilápia do Vietnã, fresca ou congelada, em filé, posta ou inteira. O motivo é risco sanitário do vírus TilV e falta de conclusão da análise federal. Quem tem lote precisa rastrear, segregar e guardar registro por 12 meses.

  • Incubatório gigante, frango com modo turbo. A Cobb-Vantress inaugurou em Prata (MG) um incubatório de R$ 60 milhões e 5.200 m², o maior da companhia na América Latina. A promessa é elevar a capacidade em até 25%, com automação, vacinação de última geração e foco em biosseguridade. A unidade já nasceu com espaço pra expansão, tipo granja com plano de carreira.

SE DIVERTE AÍ

O desafio de hoje é o Flagle, aquele jogo em que cada palpite revela um pedacinho da bandeira até você acertar o país. Parece moleza até surgir uma bandeira que nem o professor de geografia lembraria de cabeça. Chama o pessoal da fazenda, do escritório ou da sala, cada um joga no seu celular e vence quem matar a charada em menos tentativas; o resto vocês decidem se paga o próximo cafezinho ou só aceita a derrota em silêncio.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Gergelim

Pergunta de hoje: Qual fruta originária da Amazônia é chamada de “pão do pobre” por ser altamente calórica e nutritiva?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

Keep Reading

No posts found