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Bom dia!

Enquanto o Sul se cobre de geada, o agro esquenta nos bastidores.
Brasília quer reduzir o uso de químicos no campo, o Plano Safra da agricultura familiar chegou com foco agroecológico e o crédito da agricultura empresarial subiu só no papel. Isso tudo com produtores ainda tentando prever o clima e o mercado.

Hoje tem:
• Onda de frio aperta risco de geadas no Centro-Sul
• Governo prepara programa pra reduzir agrotóxicos
• Plano Safra familiar vem com R$ 89 bi e cara nova
• Estágio na SLC, óleo de copaíba contra greening e mais

Segue o baile. Rápido, afiado e com cheiro de agro de verdade.

Por Enrico Romanelli

O frio não tá só de visita. Uma nova massa de ar polar se espalha pelo Centro-Sul do país e já deixa o agro com um pé atrás. Até quarta-feira, o risco de geadas aumenta em áreas produtoras do PR, MS, SP e sul de MG, justo onde tem milho, cana, trigo, café, citros e tabaco no campo.

No Sul, o alerta é duplo: tem lavoura nova de tabaco e trigo pegando no tranco, e qualquer geadinha fora de hora atrasa tudo. No Sudeste, a atenção vai pro café da Alta Mogiana e região de Franca, onde o gelo pode queimar a plaantação e derrubar produtividade.

A virada no tempo deve vir só depois de quinta, mas o clima continua seco e instável, especialmente em MG.

Se liga: cobrir muda, segurar irrigação estratégica e acompanhar boletim de frio tem que ser parte da sua rotina. Geada é discreta, mas o prejuízo é barulhento.

Em maio de 2025, o Brasil exportou 2,256 milhões de toneladas de açúcar e melaço, queda de 19,6% na comparação com maio de 2024, quando somou 2,81 milhões de toneladas.

Apesar do recuo pontual, o país continua sendo o maior exportador mundial, com superávit robusto e posição consolidada no mercado global.

Agricultura digital não se faz só com satélite e código bonito. Por isso, a Seedz se juntou à Coopercitrus pra fazer a tecnologia descer do drone e pisar na lavoura.

A ideia é simples: usar os dados de campo da cooperativa pra treinar a inteligência artificial da Seedz. Com isso, o algoritmo aprende a diferenciar uma árvore de um talhão, uma cerca de uma falha no plantio — coisa que que, geralmente, só quem tá com o pé no barro enxerga.

Mais de 500 colaboradores da Coopercitrus vão ajudar a refinar os mapas e diagnósticos da plataforma, corrigindo ruídos que confundem a leitura de imagens de satélite. Tudo isso com troca de dados e insights em tempo real entre as equipes.

A Seedz, que já incorporou a tecnologia da Gaivota, quer entregar dados mais confiáveis e acionáveis pro produtor. A Coopercitrus entra com sua presença física em 70 municípios e acesso a 42 mil cooperados, cobrindo culturas como café, soja e cana.

Nas palavras dos próprios CEOs, a parceria é “disruptiva”. Mas o que importa é o resultado: IA afinada com a realidade do campo e uma rede que entende que digital bom é aquele que resolve na prática.

O agro da Califórnia tá colhendo um problemão. Após uma onda de batidas do ICE, órgão de controle migratório dos EUA, milhares de imigrantes, que foram deportados, sumiram das lavouras. E o impacto veio de imediato: produtores relataram até 70% de ausência entre os trabalhadores. Resultado? Safras inteiras correm o risco de apodrecer no pé.

Em uma fazenda que normalmente opera com 300 pessoas, sobraram 80. Em outra, de 80, restaram só 17. A conta é simples: sem mão de obra, não tem colheita.

O problema escancara a dependência do agro americano: 80% dos trabalhadores rurais são estrangeiros, a maioria em situação irregular. Com a repressão migratória ganhando força, o agro dos EUA vai ficando sem braço e com custo subindo. E não tem trator que resolva isso.

Por lá, a temporada que deveria ser de frutas, legumes e nozes, virou dor de cabeça. Pequenos e médios produtores já falam em prejuízos milionários, além do risco real de falência.

Precisa monitorar pragas, doenças e clima sem perder tempo nem rodar a fazenda inteira? O Cropwise Protector, entrega isso com mapas, alertas em tempo real e visualização por talhão direto no celular.

É uma plataforma de agricultura digital focada em pulverização mais precisa, controle fitossanitário e aumento de produtividade com base em dados de campo. Funciona tanto com imagens de satélite quanto com monitoramento presencial e já tá sendo usada em mais de 9 milhões de hectares no Brasil.

Pra quem quer parar de tomar decisão no escuro.

É oficial: o governo vai liberar R$ 515 bilhões em crédito pra médios e grandes produtores na nova temporada. O número representa só 1,5% a mais que no ciclo passado, ou seja, com a inflação de 5,3% no radar, o crescimento real é zero.

A maior diferença tá na composição: as CPRs com grana das LCAs ganham mais protagonismo. Serão até R$ 212 bilhões via esse modelo. Já as linhas tradicionais, com juros controlados, vão perder espaço.

No total, somando a agricultura familiar e empresarial, o Plano Safra deve bater R$ 593,6 bilhões, um pouco abaixo dos R$ 600 bi que o setor queria.

O governo promete mais transparência na hora de explicar de onde vem o dinheiro e como ele chega na ponta. Mas o produtor já entendeu o recado: o crédito até cresce, mas os juros e as regras seguem ditando o jogo.

No agro, ninguém cresce sozinho, e o cooperativismo é a prova viva disso. Na próxima semana, o Congresso Conecta Agro vira palco pra essa força coletiva com a estreia da Casa do Cooperativismo. O espaço entra na programação entre 2 e 4 de julho, em Campinas (SP), e promete ser ponto de encontro de quem puxa a fila na soja, milho, café, cana e boi.

A ideia é simples: abrir espaço pra quem faz o agro cooperado acontecer. Vai ter conversa de alto nível sobre governança, sustentabilidade, inovação, além de troca direta entre lideranças do setor, governo e empresas. Tudo no mesmo telhado.

O evento reúne os principais encontros do agro, como o Top Farmers e o Encontro Nacional das Cooperativas Agropecuárias (ENCA). E o contexto não é pequeno: só em 2023, as cooperativas agro movimentaram R$ 423 bilhões no Brasil.

O agro não tem uma Copa do Mundo pra chamar de sua, mas os clubes brasileiros estão fazendo bonito lá fora no futebol. Com Palmeiras e Fluminense garantidos na próxima fase do Mundial, a gente entrou no clima.

O desafio é lembrar a escalação, sem esquecer de ninguém. Cada dia um time novo pra você buscar na memória!

Clica aqui pra jogar no Missing 11

Se você passar de primeira, pode mandar currículo pra assumir a prancheta da Agro Espresso FC.

Resposta da edição passada: Soja

Pergunta de hoje: Qual item agrícola você provavelmente usa todo dia, mas nunca come. Mesmo assim o Brasil é um dos maiores produtores do mundo?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!