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Bom dia!

O Brasil colhe uma safra que entra para a história, com soja e milho puxando números gordos e exportações aceleradas. Mas enquanto o campo comemora, o mercado segue se mexendo com disputas internacionais e reviravoltas no alto escalão de gigantes do setor.

Também tem:
• China lotando o mercado de carnes e freando o frango brasileiro
• Novo vice no agro do Banco do Brasil para encarar a crise do crédito rural
• Raízen vendendo ativos e negociando capital para aliviar a dívida
• John Deere e Heringer sentindo o peso de custos e mercado fraco

Só o que interessa, sem enrolação.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$119,65 -25,20%
Algodão (Centavos R$/LP) 398,92 -5,00%
Arroz (Saca 50kg) R$68,56 -30,85%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$308,90 -3,93%
Café Arábica (Saca 60kg) R$1.893,31 -15,55%
Etanol anidro (Litro) R$3,058 0,79%
Milho (Saca 60kg) R$63,37 -13,12%
Soja (Saca 60kg) R$140,85 1,38%
Trigo (Tonelada) R$1.426,13 2,35%

Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).

E ESSE TEMPO, HEIN?

País divido entre o cobertor e o ar condicionado

Foto: Pixabay

Uma massa de ar polar bate ponto no Sul nesta sexta (15) derrubando termômetros e deixando o cenário pronto para geada no sul do Rio Grande do Sul e na serra catarinense. Porto Alegre deve acordar com 11 °C e até rola uma chuvinha tímida no litoral gaúcho, catarinense e paranaense.

O frio até dá as caras no Sudeste, com São Paulo capital prometendo mínima de 9 °C e chance de chuva mais firme no litoral sul paulista e na Baixada Fluminense. Mas no interior paulista e mineiro, o inverno continua só de nome: calor e umidade abaixo de 20% garantem o clima de estufa.

No Centro-Oeste, o termômetro chega a 35 °C em Mato Grosso e Goiás e a umidade despenca para 12% em alguns cantos, deixando o risco de queimadas no talo. Já o Nordeste recebe instabilidades vindas do mar que avançam até o sertão e agreste, enquanto no Norte o pacote de nuvens e chuva segue firme sobre Amazonas, Roraima e Amapá, com direito a visitas no Acre e Pará.

DE OLHO NO PORTO

Xícara meio cheia, bolso meio vazio

Foto: Wenderson Araujo/CNA

O café brasileiro entrou de cabeça na guerra comercial entre Trump e Lula. Nos Estados Unidos, o deputado democrata Rohit Khanna quer apresentar uma lei bipartidária para tirar o grão das tarifas de 50% impostas por Donald Trump.

O argumento dele é simples: o país produz menos de 1% do que consome e, com a taxa, o preço para o americano sobe em média de 15% a 20% logo no primeiro gole do dia. Khanna até puxou analogia com o Boston Tea Party para dizer que o café merece a mesma “libertação” que o chá indiano teve por lá.

Por aqui, o deputado Evair de Melo, em nome do Cecafé, enviou carta ao presidente Trump pedindo a isenção e recebeu resposta da Embaixada dos EUA no Brasil. No documento, os americanos reconhecem a importância econômica e cultural do setor e dizem ter “tomado nota” das preocupações.

Entre as medidas anunciadas pelo governo brasileiro, tá a ampliação do Reintegra, que devolve parte dos impostos pagos na produção para empresas exportadoras. Só que aí vem o problema: o café verde beneficiado, que responde por mais de 90% das vendas aos EUA, ficou de fora.

Para o Cecafé, deixar o café verde de fora do Reintegra é um tiro no pé. A tarifa de 50% derruba a competitividade e eleva os custos justamente quando os estoques de arábica estão apertados. A avaliação geral do setor é que o pacote ajuda no curtíssimo prazo, mas não resolve.

RADAR DO AGRO

Safra, colheita e exportações. Tá tudo subindo

Foto: Wenderson Araujo/CNA

A safra brasileira 2024/25 vem para quebrar recorde atrás de recorde. A Conab agora fala em 345,9 milhões de toneladas de grãos, 47,7 milhões acima do ano passado e mais que a projeção anterior. O pódio é dividido por soja e milho, que juntos devem entregar 43,4 milhões de toneladas extras.

A oleaginosa deve alcançar 169,7 milhões de toneladas e, segundo a Abiove, embarcar 109,5 milhões para fora em 2025, gerando US$ 44,3 bilhões só com o grão. Já no milho, a produção total deve bater 137 milhões de toneladas, com 109,6 milhões só na segunda safra.

No restante do tabuleiro, o algodão avança 6,3% para 3,934 milhões de toneladas. O arroz salta 16,5% e atinge 12,3 milhões, maior volume em oito safras, enquanto o feijão recua 3,5% para 3,08 milhões. O IBGE reforça o cenário e estima 340,5 milhões de toneladas de grãos em 2025, com recordes também para algodão e sorgo.

SAFRA DE CIFRAS

Rota Agro no preço de liquidação

Foto: Ministério dos Transportes

O consórcio Rota Agro Brasil venceu o leilão das BRs 060 e 364 entre Goiás e Mato Grosso oferecendo o maior desconto no pedágio, 19,7% sobre a tarifa básica. A disputa teve 22 lances em viva voz na B3, e garantiu ao grupo 30 anos para comandar um dos corredores mais importantes para o escoamento do agro.

No pacote vem obra pra dar e vender: 45 km de duplicação, 150 km de faixas adicionais, marginais, contornos, quatro passarelas e áreas de descanso para caminhoneiros. O investimento previsto é de R$ 7,26 bilhões.

O consórcio, formado por fundos e construtoras, já tinha botado o pé nessa estrada no ano passado quando levou a Rota Verde em Goiás, continuação natural da Rota Agro

ASSUNTO DE GABINETE

Trump dispara contra o Brasil

Fotos: Evaristo Sá/AFP e Mandel Ngan/AFP

Donald Trump voltou a mirar no Brasil nesta quinta (14). Para o presidente americano, o país tem sido um “péssimo parceiro comercial” e cobra tarifas “muito, muito mais altas” que as dos EUA. A declaração foi feita na Casa Branca, em resposta a perguntas sobre a relação bilateral.

Questionado se não teme ver o Brasil se aproximar da China, Trump disse que não tá nem um pouco preocupado e que “eles podem fazer o que quiserem”. Ainda completou com um cutucão: “eles não estão indo muito bem”.

Lula respondeu as acusações chamando Trump de mentiroso, e ainda falou que o presidente estadunidense diz isso porque o Brasil se recusa a ficar de joelhos para os EUA. Essa briga ainda deve ter vários capítulos.

PAUTA VERDE

Pacotão genético promete deixar a soja à prova de pragas

Foto: Emater-RS/Divulgação

Basf, Corteva Agriscience e M.S. Technologies se juntaram para criar uma supercombinação de biotecnologias na soja, prometida para chegar ao Brasil até o fim da década. A ideia é unir, no mesmo pacote, resistência a nematoides, tolerância a herbicidas e proteção contra insetos, um verdadeiro canivete suíço genético para a lavoura.

Em sete anos de testes de campo, a tecnologia mostrou mais de 90% de eficácia no controle de uma das espécies. As contribuições da Corteva e da M.S. Technologies entram com tolerância a herbicidas e proteínas para segurar o ataque de lagartas. Já o superpoder contra nematoides vem de um trait da Basf

Se tudo correr bem nas aprovações e nos testes que ainda estão rolando, a soja turbinada pode estrear no mercado brasileiro no fim desta década ou no comecinho da próxima, com planos de exportar a novidade para outros países.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Pausa no agro para treinar o raciocínio. No Termo, você tem seis tentativas para adivinhar a palavra do dia. Cada chute revela se a letra está no lugar certo, fora de posição ou se não tem nada a ver.

É rápido, viciante e perfeito para aquela pausa estratégica antes da próxima reunião ou depois do café.

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VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Milho

Pergunta de hoje: Qual cultura de leguminosa ajudou a compor dietas equilibradas desde os primeiros agricultores no Oriente Médio?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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