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Bom dia!

Aproveitando o fim de ano, a gente resolveu trazer pra você uma retrospectiva dos nossos textos e notícias mais lidas, em algumas partes. Vai que você quer dar uma lida de novo ou deixou passar no dia em que saiu, né? Então confere aí embaixo quais foram essas notícias!

Por Enrico Romanelli

COLHENDO CAPITAL

Solo, IA e um toque de genialidade caipira

Foto: Divulgação

A Solaris Tech, lá de Jundiaí (SP), quer provar que o produtor pequeno também pode ser data driven, e sem precisar de laboratório nem planilha complicada de Excel. A agtech criou o Agrometrics, um sensor portátil que analisa o solo em tempo real e manda o resultado direto pro celular do agricultor. Nitrogênio, fósforo, potássio, pH, umidade… tudo medido na hora, com ajuda de inteligência artificial. É tipo ter um agrônomo digital de bolso.

Nos primeiros testes, o aparelhinho já mostrou serviço: reduziu custos de adubação em até 35% e aumentou a produtividade em 40%. A ideia é democratizar o acesso à tecnologia que antes só cabia nas mãos dos grandões. Com kits a partir de R$ 419,90 e assinatura mensal de R$ 59,90, o sistema usa dados da Esalq/USP pra calibrar as análises de acordo com cada tipo de solo.

Agora, a Solaris busca R$ 500 mil pra turbinar a produção e espalhar sensores pelo país até o fim de 2025. O plano é ousado, mas faz sentido: o futuro do campo não tá na bola de cristal e nem no chute, tá nos dados.

MENTES QUE GERMINAM

O agro agora fala RNA

O futuro das lavouras tá mais perto do que parece e tá vindo falando a língua da biotecnologia. A GreenLight Biosciences acabou de pedir o registro do primeiro fungicida à base de RNA no Brasil. O produto é feito pra combater o oídio, uma doença que tira o sono de quem vive da uva. E o melhor: faz isso sem deixar rastro químico, sem ser transgênico e com custo bem mais leve pro produtor.

A ideia é simples e genial: o fungicida pulveriza moléculas de RNA pra silenciar genes do fungo, é tipo apertar o botão da soneca no despertador de manhã. A tecnologia nasceu pra ser segura, com genes escolhidos por inteligência artificial pra não afetar humanos, bichos ou o meio ambiente. O custo também é outra green flag: o investimento médio é de US$ 30 milhões, dez vezes menor que o de defensivos tradicionais.

Nos testes pelo mundo, de Sevilha ao Vale do São Francisco, o produto mostrou serviço. Doses mínimas de 16 a 20 gramas por hectare controlaram o oídio tão bem quanto os fungicidas químicos, e em alguns casos até melhor. Tudo fica mais fácil pro produtor: menos aplicação, menos resíduo e mais uva boa pra virar sua tacinha de vinho do seu date do fim de semana (ou suco, se for segunda-feira).

A empresa garante que o RNA é seguro por design, ou seja, foi feito pra errar menos que o VAR em jogo do Brasileirão. O gene alvo é escolhido com base em cruzamentos de dados genéticos pra atacar só o fungo e não a fauna e a flora.

Com o pedido de registro já nas mãos do Mapa, Anvisa e Ibama, a GreenLight quer abrir caminho pra uma nova safra de defensivos inteligentes. O próximo da fila combate ácaros.

NAS CABEÇAS DO AGRO

IA da Embrapa fuçou meio século de pesquisa agrícola

Foto: Adobe Stock

Se a inteligência artificial já pilota trator, monitora lavoura e até receita adubo, por que não virar historiadora do agro também? A Embrapa botou a IA pra fuçar quase seis décadas de pesquisa agrícola, e o que saiu foi um raio-x da Revolução Verde até as tretas climáticas de hoje.

O levantamento vasculhou 239 estudos publicados entre 1969 e 2022 e dividiu o bolo em seis áreas: economia e desenvolvimento agrícola, inovação tecnológica, segurança alimentar, mudanças climáticas, gestão de recursos, impactos sociais e práticas sustentáveis. Não faltou assunto pra encher essa biblioteca.

Pro futuro, o mapa mostra que o agro verde tá na pole position. Até 2030, as pesquisas em práticas sustentáveis devem triplicar, gestão de recursos deve dobrar e até os estudos sociais vão ganhar mais espaço. Tecnologia e segurança alimentar também seguem crescendo, mas sem dar show de velocidade.

Mas nem tudo são flores, ou melhor, nem tudo são grãos. O estudo mostrou que arroz, trigo, batata e inhame, que são a base do prato de bilhões de pessoas, quase não aparecem nas análises, só em 10% dos trabalhos. E faltam pesquisas experimentais, aquelas que botam a mão na massa de verdade.

O diferencial da pesquisa foi o uso do tal processamento de linguagem natural, a parte da IA que lê texto e acha padrão. Ou seja, os robôs vestiram jaleco de pesquisador e fizeram o trampo pesado. No fim, a Embrapa até montou um dicionário com mais de 100 métodos de avaliação, pra ninguém dizer que não deixou colinha pros próximos.

SAFRA DE CIFRAS

Missão impossível: o amendoim perfeito

Foto: Globo Rural

A Mars tá investindo pesado pra chegar no amendoim perfeito, aquele que deixa Snickers, Twix e M&M’s ainda mais viciantes. A gigante já gastou 10 milhões de dólares e vai pôr mais 5 milhões até 2030 pra criar grãos simétricos, crocantes na medida e com gordura certa pra não rançar.

No Brasil, o trampo rola em parceria com o IAC e a Embrapa, que desenvolveram variedades resistentes a doenças e até o “Sempre Verde”, que dispensa fungicida e rende bem no cultivo orgânico. A meta é unir sabor com sustentabilidade, cortando perdas que hoje chegam a 30% no campo.

O segredo tá nos genes dos amendoins selvagens, estudados por Soraya Bertioli e seu time. Eles funcionam como uma “vacina” contra pragas e secas, e já ajudaram a mapear o genoma do grão.

ATUALIZAÇÃO RURAL

Balança ficou no passado

Foto: Ganader-IA

As balanças tão ficando de lado em alguns currais por aí. Agora tem startup pesando boi por câmera, e até por drone. A promessa deles é cortar o tempo de serviço, evitar aquela correria estressante no manejo e ainda entregar o peso na tela do celular.

A uruguaia Ganader-IA criou um sistema que usa drones pra filmar o rebanho e, com uma ajudinha de IA, calcular o peso e fazer contagem dos animais. A agtech já opera em vizinhos como Argentina e Colômbia e agora negocia pra pousar no Brasil.

Por aqui, a Olho do Dono já tá um passo na frente. A startup levantou R$ 2,2 milhões e promete pesar bois e suínos usando câmeras, em quinze minutos, contra até oito horas da pesagem tradicional. Esse ano, a empresa já monitorou meio milhão de animais e quer chegar a 1,5 milhão até 2026.

Na mesma onda, a goiana Gado Pesado já atua em 60 fazendas brasileiras, e até atende a JBS em Rondônia. O kit oferecido pela empresa sai a partir de R$ 720 por ano, mais uma câmera de R$ 2,5 mil, o que abre espaço até pra pequenos produtores.

Pra finalizar, a Agro Espresso deseja um feliz natal e um ano novo daqueles, com família reunida, chuva na hora certa, preço firme e muita xícara cheia ao longo de 2026. Valeu demais por ficar com a gente ao longo desse ano. Já somos quase 10 mil assinantes tomando essa dose diária juntos e mostrando que dá pra falar de agro com profundidade, leveza e personalidade.

Um obrigado especial também pra todas as marcas que já apostaram na nossa xícara e nos patrocinaram ao longo do caminho: Snash Hub, Chrysalabs e Agnest. Vocês ajudaram a bancar reportagem, café e servidor, e provaram que conteúdo bom sobre o campo tem valor.

Também queremos agradecer a todos os influenciadores que ajudaram a gente a apresentar a Agro Espresso pra uma galera: Carla Aquino, Laís Ilidia, Sônia Bonato, Andreia Kapron, Lívia Padilha e Laís Bervind

Agora a gente faz uma pausa rápida nas edições diárias e volta ao ritmo normal no dia 5, com notícia fresca, análise afiada e aquele jeitão Agro Espresso de sempre. Obrigado pela companhia em 2025 e bora seguir juntos na próxima safra de informação.

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