APRESENTADO POR


Bom dia!

Nem só de supersafra vive o agro. A Comigo tá investindo pesado pra virar referência em biodiesel, enquanto SLC e BrasilAgro amargam o balanço no vermelho. No Sul, o La Niña promete mais um verão seco e quente, e o BNDES abriu a carteira pra investir em maquinário autônomo.

Pra você acordar bem informado.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$108,32 -32,28
Algodão (Centavos R$/LP) 344,47 -17,96%
Arroz (Saca 50kg) R$55,29 -44,23%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$323,70 0,67%
Café Arábica (Saca 60kg) R$2.250,02 0,36%
Etanol anidro (Litro) R$3,1801 4,82%
Milho (Saca 60kg) R$66,85 -8,35%
Soja (Saca 60kg) R$139,31 0,27%
Trigo (Tonelada) R$1.197,67 -14,05%

Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).

APRESENTADO POR VERSAT (SNASH)

Versat chega no Brasil com TESÃO de sobra

Depois de 13 anos rodando pela América Latina e gerenciando um faturamento de US$5,5 bilhões, a Versat resolveu colar pro Brasil e chegou prometendo muito.

Em um mar de soluções e buzzwords de IA, a empresa vem com uma proposta direta: menos software genérico, mais resultado real. A Versat não entrega só ferramenta, entrega solução, do pré ao pós-safra.

A startup já bate ponto no Paraguai, Chile e México, tem mais de 2 mil usuários e um método próprio batizado de TESÃO, mas calma, é só uma sigla. O sistema organiza tecnologia, processos e pessoas pra fazer a engrenagem comercial do agro girar com mais eficiência (e um certo entusiasmo).

Contra dados não há argumentos, e a Versat tem os números a seu favor, com mais de 2.100 profissionais capacitados e bilhões em vendas impulsionadas. A empresa chega pra mostrar que automação e gestão podem, sim, andar de mãos dadas e gerar resultado de verdade pra quem vive o campo.

Saiba mais

SAFRA DE CIFRAS

Lucro lá fora, prejuízo em casa

Gif by mostexpensivest on Giphy

A SLC Agrícola até plantou mais, mas colheu prejuízo. A empresa registrou R$ 14,5 milhões no vermelho no terceiro trimestre, puxada por despesas que cresceram mais rápido que braquiária Mesmo assim, o caixa deu sinais de vida: a receita líquida subiu 28% e o Ebitda chegou a R$ 531 milhões. A companhia já iniciou o plantio da safra 2025/26 em 835 mil hectares, 14% a mais que no ciclo passado, e garantiu quase todos os insumos. O campo vai bem, mas o escritório ainda precisa desenrolar um pouco mais.

Já a BrasilAgro viu o lucro sumir igual devedor quando o banco liga. Saiu de R$ 97 milhões positivos pra R$ 64 milhões negativos. A empresa sentiu saudades da venda de fazendas, que engordou os resultados no passado, e ainda sofreu com queda nas margens de algodão, cana e pecuária. Agora, eles apostam no aumento da área de soja e milho pra tentar virar o jogo.

Do outro lado do mapa, a canadense Nutrien mostrou que dá pra fazer dinheiro com fertilizante, e muito. A gigante do potássio lucrou US$ 469 milhões no trimestre, quase vinte vezes mais que no ano passado, com US$ 6 bilhões de receita. O segredo? Volume recorde de vendas, menos investimento e mais dinheiro voltando pros acionistas. Enquanto isso, o agro brasileiro continua bom de lavoura, mas ruim de balanço.

O AGRO EM NÚMEROS

Hiper, ultra, mega, superávit

Gif by Siemens_ on Giphy

O agro tá mantendo o Brasil no azul, e o café, a soja e a carne são os que tão tocando o ritmo da exportação. Em outubro, o país registrou um superávit comercial de US$ 6,96 bilhões, alta de 70% na comparação anual, mesmo com o tarifaço de Trump serrando quase 40% das vendas pros EUA. Quem salvou a nossa pele foi a China, que agora leva quase 30% de tudo que a gente exporta.

A agropecuária respondeu por US$ 10 bilhões em vendas, gerando um superávit de US$ 9,2 bilhões no mês e US$ 103 bilhões no acumulado do ano. A soja manteve o posto a liderança isolada, com US$ 2,93 bilhões exportados, seguida pela carne bovina, que cresceu 10,5% em receita e somou US$ 1,07 bilhão, mesmo com as portas e bocas fechadas dos americanos.

Nas zebras, a carne suína avançou 8% na média diária embarcada e garantiu US$ 320 milhões no mês. Já o açúcar foi na contramão: exportou mais (12,8% de alta no volume), mas rendeu menos, com a receita caindo 5,8% por conta do preço menor lá fora.

CAMPO ATUALIZADO

Quem plantou isso aqui?

Foto: Reprodução/LinkedIn

O BNDES resolveu dar uma forcinha pro agro high-tech. O banco liberou R$ 22,5 milhões pra J. Assy, empresa goiana que tá desenvolvendo uma plantadeira semiautônoma made in Brazil. A máquina promete ser o sonho de qualquer produtor moderno: vai plantar sozinha, seguir rotas pré-definidas e ainda mandar relatórios em tempo real. O protótipo deve ficar pronto até o segundo semestre de 2026, e a versão final pode chegar ao campo em 2028.

A máquina do futuro vem equipada com sensores, câmeras, IA e sistema híbrido diesel-elétrico, pra garantir uma precisão de cirurgião na hora de colocar a semente no solo. A ideia é que o equipamento se adapte ao terreno, consuma menos combustível e dispense aquela supervisão constante.

A J. Assy já investiu quase R$ 100 milhões em P&D nos últimos três anos e agora quer transformar Caldas Novas (GO) no centro da inovação agro do Brasil. A empresa aposta que a nova geração de máquinas autônomas vai dominar o mundo rural, principalmente onde tá em falta gente que sabe operar máquina.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Cuidado com o La Niña

O La Niña resolveu dar as caras de novo, e os gaúchos já podem preparar o chapéu pra aguentarem o calor, porque vai ter um sol pra cada um. A NOAA confirmou o fenômeno, e os meteorologistas avisam: vem aí verão quente, seco e curto em chuvas. No Rio Grande do Sul, as lavouras de milho são as que mais devem sentir o tranco, já que boa parte vai entrar na fase crítica de espigamento justo quando o céu promete fechar a torneira. A soja ainda pode escapar do pior, mas vai depender da boa vontade de janeiro.

Entre novembro e janeiro, o Inmet prevê chuvas até 75 milímetros abaixo da média e temperaturas um grau acima do normal, o suficiente pra deixar produtor suando frio. A Embrapa alerta que o cenário pede cautela, sem pressa pra plantar e com escalonamento nas áreas. Nada de apostar tudo num só campo: a dica é dividir pra não perder. E, se puder, dar um trato no solo e na rotação de culturas pra evitar que o prejuízo seque junto com a lavoura.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Vem comigo que eu te ensino

Foto: AgFeed

A cooperativa goiana Comigo tá acelerando pra entrar no mundo dos biocombustíveis com o pé direito. Capitalizada e com crédito na ponta do lápis, ela já constrói uma nova esmagadora de soja de R$ 1,5 bilhão em Palmeira de Goiás (GO), que vai dobrar a capacidade industrial e preparar o terreno pra futura usina de biodiesel. O faturamento deve ultrapassar R$ 14 bilhões neste ano, um salto puxado pela colheita farta dos mais de 12 mil cooperados.

A aposta é grande, mas o discurso é pé no chão. O presidente Dourivan Cruvinel garante que a cooperativa “sabe pra quem pode dar crédito” e prefere bancar com recurso próprio do que depender de banco. Com o óleo de soja virando combustível e o farelo indo pra ração, a Comigo se aproxima do modelo de integração total do campo à indústria, tudo com sotaque goiano, muito pequi e gestão de planilha afiada. A usina de biodiesel deve sair do papel depois de 2027, em Rio Verde (GO), berço da cooperativa e novo centro da virada energética do agro.

PLANTÃO RURAL

  • Shutdown no campo. O governo dos EUA tá há 37 dias de braços cruzados no mais longo shutdown da história. A paralisação já afeta o USDA, que suspendeu relatórios e programas agrícolas. Sem dados oficiais, o mercado trabalha no escuro e tudo fica mais difícil.

  • Mercosul com freio de mão puxado. A União Europeia finalmente avançou no acordo com o Mercosul, mas só com um seguro pros seus agricultores. O bloco definiu medidas de proteção contra importações baratas de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

  • STF e o veneno tributário. O Supremo retomou o julgamento sobre os incentivos fiscais pra defensivos agrícolas. Fachin quer cortar o benefício, Mendonça quer manter com prazo pra revisão. Enquanto isso, o agro espera pra saber se o custo da lavoura vai subir ou não.

  • SLC fecha com o BTG. A SLC Agrícola fechou acordo de R$ 1 bi com fundos do BTG pra investir em irrigação e arrendamento de terras. A parceria prevê 21 mil hectares e até 2030 deve transformar as fazendas Piratini e Paladino em polos de alta produtividade e de bom retorno financeiro.

  • Chuva demais pro Sul aguentar. O Inmet emitiu alerta vermelho pra praticamente todo o Rio Grande do Sul, com chuvas acima de 100 mm num dia e ventos fortes. O risco é de alagamentos, deslizamentos e ressacas no litoral. Enquanto isso, Santa Catarina, Paraná e parte de SP também estão sob alerta laranja.

SE DIVERTE AÍ

Hora de testar se você entende o mapa tanto quanto entende de lavoura! O jogo do dia é o Worldle, onde você precisa adivinhar o país só pela sua silhueta. Cada tentativa revela o quão longe (ou perto) você tá do acerto. Um desafio pra quem acha que reconhece o mundo até pelo contorno.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Laranja

Pergunta de hoje: Qual fibra do semiárido baiano colocou o Brasil entre os maiores produtores mundiais de cordoaria natural?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

Keep Reading

No posts found