
APRESENTADO POR

Bom dia!
A edição de hoje vem com máquina vendendo que é uma beleza, Minerva levantando bilhões, café molhado e até espumante novo nas prateleiras do RS. Hoje tem:
• Venda de máquinas agrícolas cresce 30% em maio
• Renegociação de dívidas rurais entra no radar político
• Minerva capta R$ 2,5 bi pra turbinar o agro
• Banco de dados do MAPA mostra rotas de exportação mundo afora
• E no Sul? Tabaco rendendo 700% mais que soja
• De brinde: greening em alerta, chuva atrasando colheita e MVP levando cenoura pra casa
Chega mais, só o que importa, do jeito que você entende.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por Cepea
E ESSE TEMPO, HEIN?
Sudeste molhado, Centro-Sul no freezer e Norte sob temporal

A quinta-feira (3) começou daquele jeito: frio de rachar no Centro-Sul, chuva forte no litoral do Sudeste e instabilidade pesada subindo pelo Norte. O Brasil acordou dividido entre casaco, guarda-chuva e alerta meteorológico.
No Sul, a onda de frio segue firme. O Inmet prevê temperaturas negativas em áreas da serra gaúcha e catarinense, com geada no amanhecer em boa parte do RS, SC e extremo sul do Paraná. Mas sem sustos com chuva, só uma garoa leve em Curitiba pela manhã.
Já o Sudeste tem cenário oposto. A circulação marítima carrega umidade para o litoral de SP, RJ e ES, mantendo o tempo nublado e com chuva persistente, e os acumulados podem ser relevantes até o fim do dia. Em São Paulo, a máxima mal passa dos 14 °C, com garoas que dão as caras ao longo do dia.
O Centro-Oeste também sente o frio, principalmente em Mato Grosso e MS. A boa notícia é que o sol aparece e as temperaturas sobem aos poucos à tarde. Nada de chuva por lá. Cuiabá, por exemplo, deve bater 23 °C de máxima.
No Nordeste, o alerta é para temporais entre Pernambuco e Rio Grande do Norte, além de chuva na costa da Bahia, Sergipe e Ceará. No interior, o tempo seco domina, com umidade relativa abaixo dos 30% em várias áreas.
E lá no Norte, o clima esquenta e a umidade faz o resto: tem pancadas de chuva no norte do AM, em Roraima e no Amapá, com risco de temporal. No norte do Pará, pancadas também entram no radar.
RADAR DO AGRO
Venda de máquinas agrícolas dispararam em maio

As vendas de máquinas agrícolas no Brasil somaram R$ 6,5 bilhões em maio, um salto de 30,4% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo a Abimaq. No acumulado do ano, o setor já movimentou R$ 26,9 bilhões, alta de 22,8%.
O impulso veio principalmente da Agrishow, que tradicionalmente aquece os negócios em maio, mesmo com os recursos do Plano Safra praticamente esgotados. O efeito foi tão forte que a Abimaq já tá pensando em rever pra cima a projeção de crescimento do setor em 2025.
Nas exportações, mais fôlego: alta de 39,1% no mês e 9,8% no acumulado do ano. Já as importações caíram, com recuo de 11,6% em maio.
Com juros nas principais linhas de financiamento entre 12,5% e 13,5%, o setor segue rodando, e com bem mais apetite que o previsto.
NAS CABEÇAS DO AGRO
Renegociação de dívidas rurais ganha fôlego e pode avançar na próxima semana

O deputado Afonso Hamm (PP-RS) quer fechar já na próxima semana o texto da proposta que trata da renegociação das dívidas de produtores afetados por eventos climáticos nos últimos cinco anos. A pauta ganhou muita força e agora mira abranger o país inteiro, não só o Rio Grande do Sul.
A ideia é nacionalizar o projeto pra abrir caminho pra fontes de grana como o Fundo Social do Pré-Sal. Segundo Hamm, o texto deve contemplar produtores de todas as regiões, e já tem reunião agendada com o presidente da Câmara, Hugo Motta, além de prefeitos, vereadores, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e lideranças do agro.
O deputado é relator do PL 5122/2023, apensado ao PL 341/2025, que trata da securitização de dívidas rurais. Mas aqui vai o pulo do gato: o prazo, que antes era de 20 anos, agora deve cair pra 10 anos de repactuação.
O projeto ainda não tem data de votação, e o clima com o governo é morno: técnicos do Ministério da Fazenda acham a conta cara demais, fala-se em custo trilionário, e não querem abrir esse cofre. Ainda assim, as conversas seguem.
ASSUNTO DE GABINETE
MAPA libera banco de dados com rotas de exportação agro mapeadas mundo afora

O Ministério da Agricultura lançou uma baita ferramenta pra quem tá de olho no agro global. A AgroInsight tem um banco de dados com as oportunidades de exportação detectadas pelos adidos agrícolas brasileiros em mais de 20 países.
O sistema é aberto, gratuito e interativo. Dá pra buscar por produto, país ou tema, encontrar onde estão as demandas mais quentes e entender o que compradores internacionais estão pedindo. Em outras palavras: inteligência comercial na mão pra tomar decisão com mais precisão.
Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, a ideia é simples: facilitar o acesso a informações que antes ficavam dispersas em relatórios, apresentações e trocas diretas com os adidos. Agora tá tudo num lugar só — e com filtro rápido.
Pra quem exporta ou quer começar, é ouro puro.
Pra quem só consome, também vale fuçar: o banco mostra o que o mundo quer do Brasil, e isso diz muito sobre o futuro do nosso agro.
👉 O acesso é direto pelo site do AgroInsight
Mais um passo pra deixar o campo brasileiro mais conectado com o mundo. E, claro, com a informação certa antes do concorrente.
DICA AGRO ESPRESSO
Farmbox oferece gestão de lavoura direto do celular

Com foco na agricultura, o Farmbox é um app que permite registrar aplicações, acompanhar pragas, coletar dados de solo e visualizar o manejo por talhão com ou sem internet. O sistema é usado principalmente em culturas como soja, milho, algodão e cana.
A plataforma funciona com múltiplos usuários e níveis de acesso, o que facilita o uso por equipes no campo. O painel tem navegação simples, e os dados podem ser acessados também via navegador. Vale o teste.
SAFRA DE CIFRAS
Minerva levanta R$ 2,5 bi pra investir no agro de ponta a ponta

A Minerva abriu a carteira (e o mercado) e vai emitir R$ 2,5 bilhões em debêntures pra reforçar o caixa das operações agro. A grana vai direto pra base do negócio: atividades industriais e relação com produtores rurais, como compra e venda de gado.
A emissão foi aprovada nesta segunda (1) e será dividida em até quatro séries, com vencimentos entre 2030 e 2035. São 2,5 milhões de debêntures, cada uma valendo R$ 1 mil.
E não para por aí: a companhia também vai emitir CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) no valor inicial de R$ 2 bilhões, com chance de crescer mais R$ 500 milhões caso o lote adicional entre no jogo. A operação será tocada pela securitizadora Virgo.
A Minerva deixou claro: todo o dinheiro vai pro agro. Os recursos vão ser usados em atividades que envolvem produção, industrialização, exportação e comercialização de proteína animal, tanto no mercado interno quanto lá fora.
PAUTA VERDE
Produtor com selo MipExperience vai pagar menos juros no Plano Safra

O produtor que seguir boas práticas e usar bioinsumos vai ter um alívio no bolso: o selo MipExperience passou a garantir desconto nas taxas do Plano Safra 25/26 para grandes e médios produtores.
A certificação faz parte do programa Agro Mais Sustentável, do MAPA, e já foi concedida a cinco produtores, incluindo: as bananas da Corrêa, Brasnica e Magário, o limão da Frutas Katira e os tomates Trebeschi. O selo foi entregue na Hortitec, durante o IV Workshop MipExperience.
Pra receber a certificação, é preciso adotar Manejo Integrado de Pragas (MIP), usar bioinsumos homologados e seguir um manual de boas práticas auditado. A rastreabilidade é feita pela Paripassu e o Carrefour já começou a vender os produtos com o selo.
Segundo a Promip, que coordena a iniciativa, mais de 60 mil hectares de FLV estão em capacitação, e o selo é gratuito pro produtor.
Menos juros, mais mercado e produto com selo na gôndola. Dá pra chamar de sustentabilidade com retorno.
DE OLHO NO CAMPO
Um hectare de tabaco vale por oito de soja no Sul

Sim, você leu certo. No Sul do Brasil, o tabaco tá rendendo 700% mais por hectare do que a soja. Enquanto a oleaginosa garante R$ 5.755,88 por hectare, o produtor de tabaco embolsa R$ 45.989,85. O milho também fica pra trás, com R$ 7.008,80 por hectare. Pra igualar a grana de um hectare de tabaco, só plantando quase 8 de soja ou 6,5 de milho.
O dado vem da Afubra, com base na Conab, e reforça o que muita gente no campo já sabe: quando o espaço é curto, a rentabilidade precisa ser alta, e o tabaco entrega.
Nos três Estados do Sul, a cultura ocupa 310 mil hectares e rendeu mais de R$ 14,3 bilhões aos produtores. Pode não parecer tanto comparado aos 13,5 milhões de hectares da soja (R$ 77,9 bi) ou aos 4 milhões do milho (R$ 27,9 bi), mas no que importa, dinheiro por área, o tabaco dá um baile.
E não para por aí: só no primeiro trimestre, o Brasil exportou 104 mil toneladas, e a expectativa é fechar 2025 com mais de US$ 3 bilhões em receita externa. Um salto de quase 18% nas exportações até abril.
Na visão de Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco, a conta é clara:
“É por meio do tabaco que os produtores garantem renda para manter suas famílias com dignidade e conseguem permanecer na atividade agrícola mesmo com pequenas áreas de terra.”
Tá aí um dado que não passa batido: no agro, rentabilidade não é só volume — é estratégia.
PLANTÃO RURAL
SP acelera contra o greening. O governo paulista lançou edital pra reforçar o combate ao greening nos citros. A ideia é contratar uma OSC parceira pra atuar no controle da praga, enquanto novas resoluções apertam o cerco no transporte e plantio de mudas.
Tragédia em fazenda no MT. Um avião agrícola colidiu com uma caminhonete durante a decolagem em Porto dos Gaúchos (MT). O acidente, causado por vento cruzado, matou um trabalhador rural de 33 anos. O piloto não se feriu.
Nova força no espumante gaúcho. Produtores de Garibaldi (RS) criaram a APEG — Associação de Produtores de Espumantes de Garbaldi. A meta é buscar Indicação Geográfica, fortalecer a marca local e incentivar turismo e pesquisa.
MVP com gosto de agro. Na Noruega, o atacante Sanel Bojadzic foi eleito o melhor da partida e ganhou 500 kg de cenouras como prêmio. Em outro jogo, ele levou o prêmio em couve-flor. A premiação inusitada parte da campanha do clube Bryne pra valorizar o agro local, e já teve até cordeiro vivo, ovos e bandejas de morango.
Chuva trava a colheita da Cooxupé. A colheita do café dos cooperados da Cooxupé está atrasada: só 31,4% foi colhido até agora, contra 42,3% no mesmo período de 2024. No Cerrado Mineiro, o índice não chega a 20%.
SE DIVERTE AÍ
Recebeu uma lista de produtos e precisa adivinhar de qual país são as exportações. Soa fácil? Tenta descobrir quem manda prótese de joelho, trigo duro e petróleo pro mundo, tudo no mesmo combo.
O Tradle é o joguinho diário da OEC (Observatory of Economic Complexity), e é pura diversão com cara de balança comercial. Vale pra testar sua noção de comércio global, ou só pra se irritar com países que exportam avião e banana ao mesmo tempo.
👉 Tenta aí: tradle
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Manga
Pergunta de hoje: Qual cultura some da lavoura, mas aparece no copo?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
