APRESENTADO POR

Bom dia!

A gripe aviária chegou nas galinhas de subsistência e colocou o Ceará no mapa da vigilância. Além disso, o Congresso Brasileiro da Soja começa hoje e mira futuro tecnológico e o combate às sementes piratas.

Também tem:

• COP30 abre espaço para eventos agro e espera propostas até dia 28
• Embrapa lança guia sobre drones com dados, usos e cuidados
• Milho com fungo que assusta no Brasil vale ouro na gastronomia mexicana

Cola comigo, pra começar o dia naquele pique.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 133.381 -2,06%
SMTO3 R$17,78 3,31%
ABEV3 R$13,32 0,45%
KLBN11 R$18,77 0,91%
VALE3 R$54,56 -2,33%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Sol rachando, colheitadeira cantando e fogo torando

Foto: Freepik

Essa semana começa com céu limpo, chão firme e umidade quase evaporando. Se por um lado, o tempo seco ajuda a acelerar a colheita da safrinha, por outro ele liga o alerta geral no interior do país. Tá bom pra trator, mas péssimo pra fogo.

Entre Goiás, Mato Grosso e Triângulo Mineiro, a umidade deve despencar pra níveis de deserto, chegando a 12% em algumas áreas. O ar tá tão seco que a Climatempo já classificou boa parte do Centro-Oeste e Sudeste como zona crítica. Hora de redobrar o cuidado com queimadas, que nessa época do ano se espalham em dois palitos.

No Sul, a segunda amanhece com nevoeiro em vários cantos, incluindo o Vale do Itajaí e o sul do Paraná. Curitiba deve registrar mínima de 7 graus. A boa notícia? A MetSul avisou que o pior da friaca ficou pra trás. Agosto ainda traz dias gelados, mas bem mais intercalados com períodos de calor.

Já o Norte vem com pancadas fortes entre Roraima, Amapá e oeste do Pará, com risco de trovoadas. No Tocantins, Palmas entra em alerta com umidade abaixo dos 20%. E o interior do Nordeste vai de vento moderado a calorão, com rajadas de até 50 km/h por hora entre Maranhão e Piauí.

ASSUNTO DE GABINETE

Moraes sem visto

Foto: Antonio Augusto/STF

Donald Trump puxou a caneta e mandou recado direto pra Brasília: Alexandre de Moraes e seus aliados estão proibidos de entrar nos Estados Unidos. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado Marco Rubio, que não economizou nas palavras. Disse que Moraes promove “perseguição política”, “censura” e que a atuação dele contra Bolsonaro “viola direitos básicos”, inclusive dos próprios americanos.

Na prática, os vistos do ministro, de integrantes do STF próximos a ele e até de seus familiares foram revogados com efeito imediato. Tudo isso amparado por um artigo da Lei de Imigração dos EUA que permite barrar estrangeiros por riscos à política externa. Mas que tem cheiro de perseguição ideológica.

O gesto escancara a escalada diplomática entre os dois países. E confirma que, pra Trump, o embate com Moraes não é só retórico: virou pauta oficial de governo.

RADAR DO AGRO

Soja brasileira quebrando recordes na China

Fonte: Flickr/CNA

Nem tarifa dos Estados Unidos nem novela diplomática. Quem brilhou mesmo em junho foi a soja brasileira, que bateu o maior volume já registrado nas importações da China para esse mês. Foram 10,62 milhões de toneladas embarcadas, uma alta de 9,2% em relação a 2024.

Só pra ter ideia do tamanho da mordida: quase 87% de toda soja que entrou na China veio do Brasil. Os Estados Unidos também cresceram nas vendas, mas bem atrás, com 1,58 milhão de toneladas. E ainda assim, é reflexo da guerra comercial deles com Pequim.

O motivo do salto, segundo analistas locais, é um combo de atraso nos desembarques de abril mais uma safra cheia por aqui. No acumulado do semestre, o Brasil exportou 31,86 milhões de toneladas para os chineses, volume ainda abaixo do ano passado, mas que promete engordar no segundo tempo.

O terceiro trimestre deve seguir aquecido. Mas o último vai depender da próxima rodada entre Trump e Xi. Por enquanto, a soja verde e amarela tá colhendo o que plantou: produtividade alta, janela boa e um cliente faminto do outro lado do mundo.

ATUALIZAÇÃO RURAL

Tomate editado

Fonte: Flickr/CNA

Tem tomate que virou projeto de pesquisa de ponta. A Esalq, junto com laboratórios da Alemanha e França, editou o gene SISAMBA e colheu um fruto mais doce, mais saudável e prontinho pra exportação. Tudo isso com uma ajudinha do CRISPR.

O resultado? Tomate mais alongado, mais denso e com 20% a mais de açúcar no pericarpo. Além disso, o bichinho ainda veio com upgrade no teor de flavonoides e ativação de genes que ajudam a levar esse açúcar pra onde interessa: o sabor.

A aposta veio de uma planta-modelo, a Arabidopsis, e o time resolveu testar a brincadeira no tomate comercial. E deu certo. O que era só teoria de laboratório virou tomate turbinado no campo, com potencial real pro mercado.

DICA AGRO ESPRESSO

Previsão com pegada agro

Foto: Divulgação/Gamabilis

Quer aprender sobre agroecologia de um jeito que até criança entende? O jogo mobile, Roots of Tomorrow, faz isso melhor que muita apostila e seminário. Gratuito e cheio de dilemas reais, o game coloca você no comando de uma fazenda francesa que precisa equilibrar produtividade, meio ambiente e bem-estar social. A cada decisão, o jogo mostra o impacto no solo, na renda e no clima.

Vale pra quem já planta, pra quem quer entrar no agro ou só pra quem curte um simulador com propósito. Disponível pra PC, Android e iOS.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Nestlé quer plantar 11 milhões de árvores e colher publicidade positiva

Foto: Divulgação

A Nestlé anunciou um projeto de restauração ambiental que promete plantar 11 milhões de árvores em 8 mil hectares na Bahia e no Pará. A meta oficial é descarbonizar a cadeia e caminhar rumo ao tal Net Zero até 2050. Mas o recado nas entrelinhas é claro: proteger fornecedor virou estratégia.

A parceria inclui a startup re.green e a Barry Callebaut, gigante do chocolate. Juntas, vão recuperar florestas degradadas e implantar agroflorestas com cacau em áreas produtivas. Na conta entram fazendas da Nestlé, APPs, reservas legais e regiões onde o solo já pedia socorro. Tudo com contratos de longo prazo, verificação externa e promessa de impacto duradouro.

Na Bahia, o piloto já começou na Fazenda Gameleira. No Pará, o desafio é engajar produtores na restauração. Pra convencer, a Barry oferece cashback por muda cultivada e aposta num mix de carbono, sustentabilidade e bônus financeiro. Vale árvore, vale crédito e vale a reputação com o consumidor.

A proposta é plantar floresta, mas também plantar narrativa. Menos rastro ambiental, mais resiliência na cadeia. E, de quebra, uma imagem bem mais verde no mercado global. Se vai dar certo? Ainda é cedo. Mas o discurso já tá pronto pra entrar na próxima campanha institucional.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Se você curte mistério, lógica e uma pitada de teimosia, o Contexto é o jogo perfeito pra encerrar o dia com o cérebro tinindo. A proposta é simples: você digita qualquer palavra e o sistema te mostra o quão perto você tá da palavra secreta. Quanto mais contexto, mais quente.

E o mais legal? O jogo é diário e gratuito.

👉 Jogue aqui: contexto.me

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Sorgo

Pergunta de hoje: Qual produto agrícola brasileiro tem o maior valor agregado por tonelada, mas quase nunca aparece nas manchetes?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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