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Bom dia!

O agro segue no compasso no quase. O crédito de R$ 12 bi ainda não chegou, o seguro rural tá travado e o produtor espera sentado por uma ajuda que não vem. Enquanto isso, o preço do arroz derrete, a Bunge cresce de tamanho e o Brasil tenta resolver, na conversa com Trump, o tarifaço que deixou o café amargo.

Pra você acordar bem informado.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 142.603,66 20,31%
MDIA3 R$28,02 43,93%
SMTO3 R$15,38 -36,45%
BEEF3 R$6,74 41,60%
VALE3 R$60,86 14,31%
Bitcoin US$115.333,77 17,56%
Ethereum US$4.125,16 14,43%

Os dados são publicados por BCB e Brapi.
As variações são calculadas em YTD (Year to date)

APRESENTADO POR CHRYSALABS

O que realmente importa em um projeto de carbono não aparece nos holofotes das apresentações comerciais

Não entregamos promessas ousadas, entregamos previsibilidade: a certeza simples de que seus dados se sustentam, sua metodologia é defensável e seus resultados são confiáveis.

Em um mercado tão dinâmico quanto o brasileiro, a previsibilidade é a melhor ferramenta para reduzir riscos: dá confiança a quem investe e fornece às registradoras a evidência necessária. E isso só se conquista com rigor científico contínuo.

Na ChrysaLabs, nossa plataforma reduz o risco ao garantir que cada dado é defensável. Seguimos os padrões globais mais altos, credenciado pela ISO 17025, verificado pelo NAPT e elegível pela metodologia Verra VM0042. O resultado? Projeto livre de especulações, apenas a tranquilidade técnica de quem coloca a ciência no lugar certo, desde o início.

Veja na prática como dados científicos podem reduzir riscos no seu projeto.

SAFRA DE CIFRAS

Crédito emperrado e produtor no sufoco

GIF: Giphy

O crédito rural, que já andava devagar, agora parece ter atolado de vez. A queda nos pagamentos do primeiro trimestre do Plano Safra 25/26 chegou a 12%, e o dinheiro simplesmente não chega no campo. Juros altos, endividamento crescente e a cautela dos bancos têm travado a parada toda. Entre os grandes produtores, a retração nas contratações foi de 50%; entre os médios, de 30%. Até o financiamento de maquinário, usando a linha Moderfrota, despencou 68%.

O governo tentou ajudar de outros jeitos, com a liberação de R$ 12 bilhões em crédito pra renegociação de dívidas, mas, segundo as entidades do agro, o plano é fraco e não funciona, e isso só piora com o cachê que ainda não pinga na conta. O pix já foi feito pro BNDES há semanas, só que o sistema Sicor, que registra as operações, não tá pronto, e uma burrada do próprio Mapa atrasou ainda mais a liberação. A portaria que estendia o benefício a mais 56 municípios gaúchos foi publicada sem o anexo com a lista das cidades e, por isso, ninguém consegue acessar o programa.

Pra piorar, o Programa de Subvenção ao Seguro Rural ainda tem R$ 354 milhões bloqueados no orçamento. O Ministério da Agricultura tá prometendo liberar essa verba até o fim de outubro, mas as seguradoras já deram o papo de que, sem esse dinheiro, a cobertura de apólices pode cair 30%. Tá complicado pro produtor que precisa de crédito, renegociação e até de seguro.

O AGRO EM NÚMEROS

Margens cada vez mais apertadas pro produtor e preço do arroz despenca

Foto: Wenderson Araujo/CNA

O bolso do produtor tá sentindo o peso da safra 25/26. Os custos operacionais voltaram a subir e já encostaram nos picos de 2022, culpa da alta nos preços internacionais de fertilizantes. Segundo a StoneX, os adubos são, mais ou menos, 30% do investimento das lavouras, e a conta tá azedando. Como resultado, as margens ficam mais apertadas e o planejamento financeiro vira briga por sobrevivência.

Como se não fosse suficiente, o Brasil vai bater novo recorde de importações de fertilizantes em 2025. De janeiro a setembro, o volume comprado lá fora foi 7% maior que no mesmo período de 2024. A produção nacional segue lenta e concentrada em fosfatados, enquanto nitrogenados e potássicos continuam raros.

Enquanto isso, o arroz tá amargando o menor preço em 14 anos. O indicador Cepea/Irga mostra que o valor atual tá tão baixo que nem cobre os custos, e o desânimo já bate nos produtores gaúchos, que ameaçam reduzir a área plantada.

Na pecuária, o Brasil segue empurrando boi pra fora. Só em setembro, foram 137 mil cabeças exportadas, na trave do recorde histórico. O Pará carrega nas costas mais da metade dos embarques, junto com o Rio Grande do Sul.

Mas nem tudo é motivo pra comemorar na pecuária. Um estudo da Trase mostrou que o desmatamento ligado à abertura de pasto cresceu 36% entre 2020 e 2023, bem mais que a própria produção de carne, que subiu só 15%. A Amazônia sofreu mais da metade das novas áreas derrubadas, com municípios como Altamira e São Félix do Xingu no topo do ranking.

E quem ainda diz que o agro é só pra homens tá beeem desatualizado. Hoje, mais de 6 milhões de mulheres tocam o campo no Brasil, administrando fazendas, puxando cooperativas e garantindo 42% da renda familiar rural.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Bunge reduz lucro, mas ganha corpo de gigante

Foto: Reprodução/Viterra

A incorporação bilionária da Viterra pela Bunge tá feita e, como resultado, a empresa agora é uma gigante global com: mais soja, mais planilhas e um lucro um pouco mais magro(?). Depois da fusão de US$ 34 bilhões, a empresa revisou pra baixo sua projeção de lucro por ação, que agora tá girando entre US$ 7,30 e US$ 7,60 por ação, abaixo dos US$ 7,75 anteriores. Nessa conta tá inclusa a dor de cabeça da incorporação e o peso de margens mais apertadas no processamento de grãos.

Com o negócio fechado, a companhia se reorganizou e trocou a velha divisão de agronegócio; refino e óleos especiais; e processamento por uma separação de setores com um embasamento mais técnico: soja, sementes, outras oleaginosas e grãos. O CEO Greg Heckman disse que a fusão cria uma gigante global capaz de bater de frente com Archer-Daniels-Midland e Cargill de igual pra igual. Nada de Davi e Golias por aqui.

A reestruturação tá chegando acompanhada de uma revisão dos resultados anteriores, pra deixar tudo alinhadinho no novo modelo. Só no segmento de processamento de soja, o lucro de 2024 bateu US$ 1,2 bilhão. Agora, a missão da nova Bunge é mostrar que tamanho é sim documento.

ASSUNTO DE GABINETE

Mais um capítulo na DR entre Brasil e EUA

Foto: NY Times

Brasil e EUA vão voltar a se falar, com a expectativa de que o clima entre os dois países seja mais amigável. Em entrevista, Lula contou que, na última conversa com Trump, não rolou uma química harmônica, mas foi melhor que o esperado. É aquela coisa: sem expectativas, sem decepção. Pra tentar resolver tudo, Brasil e EUA têm um date marcado nesta quinta (16) pra tentar resolver a DR das tarifas impostas por Washington.

O chanceler Mauro Vieira já tá em Washington, pronto pra negociar com Marco Rubio, o secretário de Estado escolhido por Trump pra tocar a conversa. A missão é bem difícil: convencer os EUA de que o mundo não gira em torno do Tio Sam e que o tarifaço, que chegou a 50% pra itens como carne, frutas e café, prejudica não só o agro brasileiro, mas também o bolso do consumidor americano.

O clima é de tensão diplomática, mas também de pragmatismo. Trump tenta equilibrar o jogo comercial em meio à disputa econômica/pessoal com a China, e o Brasil busca manter a rota aberta com seu principal comprador de commodities. Se a tal química entre os dois líderes ainda não aconteceu, o que o mercado espera é que pelo menos a reação seja positiva.

MENTES QUE GERMINAM

Embrapa ensina o caminho das bactérias milionárias

Foto: Divulgação

A Embrapa Soja abriu inscrições pra um curso online, gratuito, sobre inoculação e coinoculação na soja. Pode parecer um nome complicado, mas é uma ideia simples: usar bactérias que trabalham de graça pro produtor. Com seis horas de duração e sete módulos, o curso é ministrado pela Dra. Mariangela Hungria (sim, aquela do Nobel da Agricultura) e os pesquisadores Marco Antonio Nogueira e André Prando.

A tecnologia da inoculação com Bradyrhizobium já tá presente em 85% da soja brasileira e aumenta a produção em até 8%, sem gastar um grão de ureia. Já a coinoculação, que mistura o Bradyrhizobium com o Azospirillum brasilense, vem ganhando terreno e já cobre 35% das lavouras. O melhor de tudo é o saldo na conta: só em 2024, essas bactérias economizaram algo na casa dos US$ 25 bilhões em fertilizantes nitrogenados.

Além do bolso mais leve, o planeta também agradece. Segurar a mão nos insumos evitou a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂, esfregando na nossa cara que o segredo da sustentabilidade pode estar escondido debaixo da terra.

E o melhor? A matrícula é grátis.

PAUTA VERDE

Quando o boi vira aliado do clima

GIF: Tenor/Touro Ferdinando

Quando se fala de pecuária e CO₂, logo se pensa nas tão faladas emissões de metano, mas nem tudo é por aí. Um novo estudo da Fauna Projetos mostrou que boa parte das fazendas brasileiras tá virando o jogo do carbono. Das 103 propriedades analisadas em 12 Estados, 31% já tão tirando mais CO₂ do que emitindo, e outras 45% tão a um passo de entrar pro time das mitigadoras.

O segredo das fazendas que sequestram carbono tá no chão. Pastagens bem cuidadas, com várias leguminosas e forrageiras, ajudam a segurar CO₂ e ainda reduzem a necessidade de adubos químicos. Bota no mesmo balaio o boi 30, abatido antes dos 30 meses, e o resultado é menos metano por cabeça e mais rentabilidade por hectare. De quebra, o estudo mostrou que fazenda sustentável também é mais lucrativa.

Mas nem tudo são flores no pasto. Uns 25% das propriedades ainda tá emitindo acima da média e levam com elas o peso de desmatamentos e solos degradados. O principal desafio para melhorar ainda mais o cenário é transformar essas fazendas em exemplos de regeneração. No fim, o boi que antes era vilão climático agora pode ser o herói da sustentabilidade.

PLANTÃO RURAL

  • Raízen pede socorro à McKinsey. A Raízen trouxe a consultoria McKinsey pra tentar cortar custos e acalmar o mercado depois de rumores sobre crise financeira. A empresa nega reestruturação de dívidas e diz ter R$ 15,7 bi em caixa, mas o endividamento de R$ 50 bi e a queda de 50% nas ações ligaram o alerta vermelho.

  • Flávio Dino embargando tudo. O ministro do STF manteve suspensos 23 processos que anulavam embargos do Ibama em áreas de desmatamento e fogo ilegal. A decisão, baseada no princípio da precaução, garante o bloqueio de 70 mil hectares e a meta é chegar a 300 mil ainda em 2025.

  • Leilão milionário. Um megaativo de 58 mil m² em Diamantino (MT), com silos, escritórios e sistema fotovoltaico, vai a leilão no fim de outubro. A venda busca quitar uma dívida de R$ 6,4 milhões da TB Indústria e Comércio de Cereais. O segundo pregão terá desconto de 40% e promete disputa pesada entre investidores.

  • Desigualdade em financiamento climático. Um levantamento da Oxfam Brasil mostrou que o Norte e o Nordeste seguem de mãos abanando quando o assunto é dinheiro pra adaptação climática. Só 12% dos recursos do Plano Plurianual 2024–2027 vão pra essas áreas.

  • Congresso na Bahia fala sobre agroecologia. Juazeiro (BA) recebe até sábado o maior encontro de agroecologia da América Latina. O evento reúne pesquisadores e comunidades pra debater convivência com o semiárido e o papel da agroecologia diante da crise climática.

  • Câmara aprova modernização dos contratos rurais. A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou projeto que atualiza as regras dos contratos de safra. A proposta, de Daniela Reinehr (PL-SC) e relatada por Marussa Boldrin (MDB-GO), amplia a segurança jurídica pra produtores e trabalhadores, ajustando a lei ao ritmo da lavoura sem cortar direitos.

SE DIVERTE AÍ

O desafio de hoje é o Tradle, jogo que mistura comércio exterior e raciocínio rápido. Ele mostra uma lista de produtos exportados e você precisa adivinhar de qual país vêm, pode ser soja, carne, café ou até semicondutor. A cada palpite, o jogo indica o quão perto você chegou. Bora testar seu instinto global?

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Arroz

Pergunta de hoje: Qual fruta andina, parente do tomate, era considerada sagrada pelos incas e renasceu como superalimento?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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