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Bom dia!
O café virou drama nacional nos Estados Unidos. Diante do tarifaço de Trump, consumidores estão postando desabafos, e importadores pressionam por uma reviravolta. Já por aqui, o agro segue no embalo: a Minerva Foods cravou lucro recorde, e o Grupo Potencial anunciou uma usina bilionária de etanol de milho no Paraná.
Também tem:
• Governo Lula denunciando EUA na OMC
• Frente fria com chuva forte no Sul e umidade nas alturas no Norte
• PIB agro com projeção no teto
Pra você não perder nada do que faz o agro girar.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Mais do mesmo
A quinta-feira chega com céu pesado e chão molhado no Sul do país. Uma nova frente fria avança sobre a região e promete pancadas fortes, especialmente entre o norte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o acumulado pode passar dos 50 mm, segundo o Inmet.
Em São Paulo, o clima vira na faixa litorânea, com até 70 mm previstos no sul do estado e possibilidade de garoa na capital. Mas nada de friozão por enquanto: máxima de 24 °C em terras paulistas e 16 °C em Porto Alegre.
No Centro-Oeste, a chuva dá as caras só no extremo sul de Mato Grosso do Sul. O restante da região, assim como o interior do Nordeste, segue no modo forno ligado e umidade nas alturas negativas, com índices abaixo dos 20%.
Na região Norte, a umidade faz sua parte e mantém o regime de chuvas firme no Amazonas, Pará, Roraima e Amapá.
ASSUNTO DE GABINETE
Lula bate o pé, não cede a Trump e aciona EUA na OMC

Foto: Adriano Machado/Reuters
Com o tarifaço de Trump valendo desde hoje, o governo brasileiro escolheu o campo de batalha: nada de retaliação direta, nada de ligação de emergência. Lula acionou os Estados Unidos na OMC, convocou os parceiros do Brics pra uma conversa e cravou que não vai se rebaixar atrás de diálogo com quem não quer conversa.
A reclamação oficial já está registrada em Genebra. O Brasil acusa os EUA de violarem princípios centrais da OMC, como o da nação mais favorecida, e afirma que as sobretaxas ignoram acordos firmados no comércio multilateral. Ninguém espera milagre vindo dali, mas o movimento é claro: o Brasil quer marcar posição e mostrar que não vai aceitar calado a ofensiva tarifária americana.
Enquanto isso, Lula articula com Índia, China e os demais membros do Brics uma resposta coordenada. Disse que vai ligar pessoalmente pra Modi e Xi Jinping, de olho em uma estratégia coletiva. Segundo ele, Trump quer matar o multilateralismo e colocar cada país pra negociar sozinho na marra.
Mesmo com o tom duro, Lula descarta qualquer tipo de revanche comercial. O foco agora, segundo o Planalto, é proteger empresas e empregos, abrir novos mercados e garantir medidas compensatórias para os setores mais atingidos. As primeiras ações devem ser anunciadas ainda nesta semana.
RADAR DO AGRO
A carne mais global do mundo
O boi brasileiro seguiu gordo em 2024. 1 a cada 5 kg de carne exportada no mundo saiu daqui. Foram 2,89 milhões de toneladas vendidas para 157 países, com a China no topo da fila. O caixa? Quase US$ 13 bilhões.
E nem foi só volume. A pecuária empurrou R$ 987 bilhões no PIB, reduziu área de pasto e engordou produtividade. Com rastreabilidade no radar e selo de aftosa livre, o Brasil virou grife no mercado global da carne.
COMO TÁ LÁ FORA?
Cuidado que o café ta quente

Foto: Reprodução/X
Enquanto o tarifaço de Trump segue firme na xícara dos brasileiros, quem começa a chiar agora são os americanos. Importadores de café nos EUA intensificaram a pressão sobre o governo para reverter a taxa de 50% sobre o produto brasileiro. A bronca? A conta tá chegando na mesa do consumidor, que já começou a reclamar nas redes com fotos de preços salgados de café, ovos e carne.
Nesta quarta (6), representantes do setor cafeeiro americano enviaram mais uma carta às autoridades, com dados e argumentos sobre o impacto direto do tarifaço no bolso do cidadão. Segundo uma fonte envolvida nas tratativas, a prisão domiciliar de Bolsonaro acentuou o ruído político e tornou tudo mais incerto, travando as conversas em Washington.
Apesar de as reclamações nas redes não resolverem sozinhas, a pressão pública ajuda a empurrar a pauta pra cima. Por enquanto, o café segue entalado no meio da disputa. Mas se o americano médio começar a pagar mais de 10 dólares no seu latte, o jogo pode virar no grito.
NAS CABEÇAS DO AGRO
Quem segura o PIB do Brasil é o agro

Foto: Reprodução
Enquanto todo mundo ta desesperado com o tarifaço, o agro, que mantém o Brasil de pé, deve continuar crescendo. O PIB do setor deve crescer 9% em 2025 e repetir a dose em 2026, segundo projeções apresentadas no Congresso Andav. Mesmo com a economia dando sinais de cansaço, o campo segue com a tração ligada.
Com ¼ do PIB nas costas, o agro brasileiro mostra que não depende de simpatia de gringo pra crescer. O alerta, no entanto, é claro: se quiser manter o fôlego, o Brasil vai ter que mirar em novos acordos comerciais e reduzir a dependência de mercados instáveis, como os Estados Unidos.
A avaliação é que o ajuste fiscal só vem mesmo em 2027, mas até lá o agro deve continuar carregando o piano.
COLHENDO CAPITAL
Mais milho no tanque

Foto: Potencial/Divulgação
O Grupo Potencial tirou o escorpião do bolso e vai investir R$ 2 bilhões em uma usina de etanol de milho em Lapa, no Paraná. A fábrica sai do papel só em 2028, mas promete vir grande: capacidade para moer 3 mil toneladas por dia e gerar subprodutos como farelo, óleo e biodiesel.
O projeto integra um combo bilionário. Com a nova planta, o complexo agroindustrial da empresa na cidade vai somar quase R$ 6 bilhões em aportes desde 2012. E a infraestrutura não para por aí. Vêm aí dois dutos ligando a unidade até Araucária, para escoar etanol e biodiesel com mais agilidade. Só essa obra vai custar R$ 200 milhões.
O anúncio surfa na onda de um setor em expansão. Na safra 24/25, a produção de etanol de milho cresceu 31% e chegou a 8,2 bilhões de litros. A expectativa é bater os 10 bilhões ainda este ano, segundo a Unem.
PLANTÃO RURAL
Beyond Meat em dieta forçada. A queridinha das carnes vegetais não está mais com aquele apetite todo. Prejuízo de US$ 34,5 milhões no trimestre, corte de 6% no time e vendas em queda livre. A empresa tenta segurar a onda enquanto o hype da proteína plant-based esfria.
Exporta como uma campeã. A Minerva Foods fez história no trimestre: lucro quintuplicado, Ebitda turbinado e quase R$ 14 bi em receita. O gado abundante ajudou, as plantas da Marfrig engataram e o caixa tá gordo.
Corteva colhe grana grossa. O trimestre da Corteva fechou com lucro de US$ 1,38 bilhão, salto de 30% e semente de milho fazendo chover na conta. A empresa ainda anunciou recompra de ações e reforçou os biológicos no portfólio. Planta bem, colhe melhor ainda.
Nutrien bota fertilizante até no balanço. A canadense dobrou o lucro (de novo), com US$ 1,2 bilhão no caixa e vendas de potássio bombando. Ajuste fino nos gastos, foco em insumos e previsão de ano gordo para quem abastece o campo.
Frango brasileiro de volta ao jogo. Coreia do Sul, Angola, Catar e Japão afrouxaram o embargo ao frango do Brasil. A gripe aviária em Montenegro (RS) já virou passado, mas China e UE continuam segurando o garfo.
RenovaBio derretendo no tribunal. A famosa “lista suja” das distribuidoras que descumprem metas ambientais virou quase “lista branca”. Com decisões judiciais em série, a ANP está de mãos atadas e o programa de descarbonização perde o efeito pedagógico.
Florestas da Europa perdem o fôlego. Seca, pragas, calor e motosserra. O resultado? As florestas da UE estão sugando menos CO₂. Um estudo na Nature acendeu o alerta: neutralidade climática até 2050 corre risco se não replantarem rápido os pulmões do Velho Mundo.
Glencore já pensa em pular da carroça. Depois da fusão da Bunge com a Viterra, a Glencore admite que o agro talvez não seja mais sua praia. A fatia de 16,4% na Bunge pode ser vendida “com calma e com classe”. Mas a vontade de cair fora já foi anunciada.
SE DIVERTE AÍ
Tá no clima da Copa do Brasil? Então aproveita o embalo dos pra testar sua memória boleira com o Missing 11. O desafio é lembrar a escalação completa de um time em partidas históricas. Parece fácil, até o volante da base sumir da sua cabeça.
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VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Milho
Pergunta de hoje: Que planta era nativa da Ásia, difundida na África antiga e hoje sustenta mais de metade da população global?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
