APRESENTADO POR


Bom dia!

Os americanos aliviaram 10% da tarifa global, mas nem tudo são flores. Mesmo assim, a carne bovina prova que tarifaço não segura boi gordo, o Sul entra na semana com alerta de tempestade, a Agritechnica mostra que o futuro do trator é mais chip do que graxa, a turma da pecuária leva manejo de dejetos pro debate climático e as empresas do setor fazem malabarismo entre prejuízo, app novo no curral e mudança nas regras de inspeção.

Pra você acordar bem informado

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 157.738,69 33,08%
MDIA3 R$26,17 34,43%
SMTO3 R$13,82 -42,89%
BEEF3 R$6,53 37,18%
VALE3 R$65,27 22,60%
Bitcoin US$92.985,92 -5,22%
Ethereum US$3.044,82 -15,54%

Os dados são publicados por BCB e Brapi.
As variações são calculadas em YTD (Year to date)

APRESENTADO POR CHRYSALABS

O que realmente importa em um projeto de carbono não aparece nos holofotes das apresentações comerciais

Não entregamos promessas ousadas, entregamos previsibilidade: a certeza simples de que seus dados se sustentam, sua metodologia é defensável e seus resultados são confiáveis.

Em um mercado tão dinâmico quanto o brasileiro, a previsibilidade é a melhor ferramenta para reduzir riscos: dá confiança a quem investe e fornece às registradoras a evidência necessária. E isso só se conquista com rigor científico contínuo.

Na ChrysaLabs, nossa plataforma reduz o risco ao garantir que cada dado é defensável. Seguimos os padrões globais mais altos, credenciado pela ISO 17025, verificado pelo NAPT e elegível pela metodologia Verra VM0042. O resultado? Projeto livre de especulações, apenas a tranquilidade técnica de quem coloca a ciência no lugar certo, desde o início.

Veja na prática como dados científicos podem reduzir riscos no seu projeto.

ASSUNTO DE GABINETE

Trump corta uma parte das tarifas mas ainda deixa 40% no colo do Brasil

Gif by cbsnews on Giphy

Trump sentiu a pressão e deu um passo pra trás. Com carne moída 13% mais cara e o bife 17% acima de um ano atrás, a Casa Branca resolveu aliviar a tal tarifa recíproca de 10% em uma lista grandona de alimentos, incluindo carne bovina, café e suco de laranja. É aquele recuo já esperado de quem jurava que tarifa não alimentava inflação e agora vê o carrinho do supermercado virar vilão de campanha nas eleições locais.

Pro Brasil, porém, o desconto veio só na borda do prato. A conta tinha chegado a 50%, somando 10% globais e 40% de castigo exclusivo pros produtos brasileiros. Com a ordem executiva nova, cai a parte de 10% e sobram os 40% só no nosso colo. Gente do governo daqui fala até em erro administrativo e em tarifa esquecida no fundo da gaveta, e o USTR deve ser cobrado pra explicar se foi mesmo distração ou se o Brasil continua de alvo oficial.

No suco de laranja, o movimento ficou mais doce, mas sem virar sobremesa completa. Todos os códigos de suco concentrado congelado e de suco não concentrado entraram na lista de isentos da sobretaxa de 10%, então nenhuma gota de suco brasileiro paga essa fatia extra. Só que a velha tarifa de US$ 415 por tonelada segue firme no copo, e subprodutos cítricos, como óleo essencial e farelo de casca, continuam levando a bordoada dos 10%. É bom um alívio, mas ainda não dá pra comemorar.

Geraldo Alckmin fez o balanço de fim de jogo: com a decisão, a fatia das exportações brasileiras pros EUA com tarifa zero subiu de 23% pra 26%, em um total de US$ 40 bilhões. O governo fala em avanços sucessivos e promete continuar pressionando pra derrubar a sobretaxa. Pro agro, o resumo sai mais direto: o tarifaço afinou um pouco, mas o Brasil ainda tá pagando a conta mais salgada do buffet de Trump.

O AGRO EM NÚMEROS

Mesmo com tarifaço, boi engorda 36% nas exportações

O tarifaço dos EUA tirou uns US$700 milhões da conta da carne brasileira entre agosto e outubro, mas não brecou o boi. Só em outubro, o Brasil embarcou 360,3 mil toneladas e faturou US$1,897 bilhão, alta de 37,4% na grana e 12,8% no volume. No acumulado de 2025, as exportações somam US$14,655 bilhões, 36% acima de 2024, com a China comprando quase metade da carne brasileira.

Enquanto a carne viaja, a Raízen faz conta pra tentar organizar a casinha. Na safra 2025/26, a companhia tá apanhando do balanço com um prejuízo líquido de R$2,3 bilhões no segundo trimestre e R$4,1 bilhões no acumulado da temporada. A dívida líquida subiu pra R$53,4 bilhões, a alavancagem foi pra 5,1 vezes e o gasto financeiro com dívida chegou a R$2,8 bilhões, inflado pelo CDI médio de 14,9%. Menos cana moída, usina parada, venda de ativos e margem apertada na Argentina completam o combo das desgraças.

Na distribuição de insumos, a Agrogalaxy também tá no modo sobrevivência. Em recuperação judicial, a empresa teve prejuízo líquido ajustado de R$611,8 milhões no terceiro trimestre de 2025, ainda pesado, mas 61,2% menor que um ano atrás. A receita líquida encolheu 65,7%, pra R$417,8 milhões, e o Ebitda ajustado caiu 89,1%, pra R$134,4 milhões. Com fechamento de lojas, corte de equipes, menos silos e produtor comprando no repique, 62% dos negócios já rodam via barter, a inadimplência recuou pra 5,9% e a estratégia é escoar estoque velho, fazer caixa e tentar salvar a próxima safra no varejo do agro.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Semana começa com tempo virado e produtor de olho no radar

A semana vai começar com o céu bravo e mais temporais pela frente no país todo. Uma frente fria que já despejou temporais na Argentina e no Uruguai entrou no Rio Grande do Sul no domingo (16) e segue nessa segunda (17) pra Santa Catarina e Paraná, mantendo nada mais nada menos que OITO alertas ativos do Inmet, um deles de perigo intenso. A frente perdeu força ao cruzar o território gaúcho, mas ainda vai chegar com muito vento forte, granizo e muito risco de temporal e tempestades.

O Inmet mantém aviso de perigo por tempestades em todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e no sul e centro oeste de São Paulo, com previsão de chuva de 30 a 60 milímetros por hora ou de 50 a 100 milímetros por dia, ventos de 60 a 100 quilômetros por hora e chance de granizo.

Lá em cima, o oeste do Amazonas também segue sob alerta de perigo por chuva intensa, com volumes de 30 a 60 milímetros por hora ou até 100 milímetros por dia e ventos de 60 a 100 quilômetros por hora. Tá todo mundo precisando sair de casa com o guarda-chuva em mãos essa semana.

COLHENDO CAPITAL

Agritechnica vira Disney das máquinas agrícolas

A Agritechnica 2025 fechou as portas provando que feira de máquina também vira ponto turístico. Em sete dias, 476 mil visitantes de 171 países circularam pelos pavilhões em Hannover, na Alemanha, na maior feira indoor de máquinas agrícolas do mundo. Teve produtor, engenheiro, fundador startup e fã de trator fazendo fila pra tirar foto como se fosse alguém famoso ou monumento histórico.

Com o lema Touch Smart Efficiency, o cardápio foi bem além de ferro e diesel. Automação, digitalização, inteligência artificial e robótica dominaram a cena, da plantadeira que pensa sozinha ao pulverizador com cara de Playstation. No total, foram 2.849 expositores de 52 países mostrando tudo que o agro tem de mais moderno e tecnológico.

Pra não virar só passeio de shopping, a organização apostou no conceito 7 Days 7 Topics, guiando todo mundo que passou por lá por temas diferentes em cada um dos dias. O Digital Farm Center fechou o pacote com mais de 300 eventos técnicos e debates pra agregar aquela dose de conhecimento e não ser só máquina, máquina e mais máquina. Pra quem ficou em casa, o rolê focou bastante em inovação e futuro, então vale a pena correr atrás do que rolou por lá pra se inteirar.

ACONTECEU NO AGRO

Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA

A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Dessa vez, o vídeo é especial da COP30. Confere aí tudo que aconteceu:

PLANTÃO RURAL + COP30

  • Nova gripe aviária entra em cena nos EUA. Os EUA registraram o primeiro caso humano da cepa H5N5, em um idoso que teve contato com aves de quintal no estado de Washington. Desde 2024, são 71 casos de gripe aviária e só 1 morte, com risco geral ainda classificado como baixo pelo CDC.

  • Dejeto vira arma climática na COP 30. Na COP 30, em Belém, Mapa, Embrapa Suínos e Aves e parceiros lançaram um guia pra mostrar que manejo de dejetos pode cortar metano rápido, gerar energia renovável, substituir adubo químico e fortalecer renda. A pecuária intensiva de suínos e bovinos leiteiros despontam como o alvo principal das tecnologias.

  • Startup mira metade das IATFs do Brasil. A startup iRancho lançou o app iRancho RePro pra zootecnistas e veterinários registrarem o manejo reprodutivo direto do curral, sem planilha enchendo a paciência. A meta é ambiciosa: dominar 50% das IATFs do país até 2030, num mercado de mais de 18 milhões de procedimentos por ano.

  • Mapa libera reforço pra inspeção. A Portaria 861 do Mapa regulamenta o credenciamento de empresas pra apoiar a inspeção ante mortem e post mortem nos frigoríficos sob SIF. As firmas vão contratar veterinários pra parte operacional, mas a caneta continua na mão dos auditores fiscais federais, que seguem com exclusividade na fiscalização.

  • Tarifa do café piora pro Brasil e melhora pro concorrente. A decisão dos EUA de cortar a tarifa global de 10% e manter os 40% só pro Brasil deixou o setor de café em modo alerta. As exportações aos americanos caíram 51,5% entre agosto e outubro, cafés especiais recuaram 55% e Cecafé e BSCA cobram acordo bilateral pra ontem.

SE DIVERTE AÍ

Depois de tanta tarifa, temporal e trator high tech, a cabeça merece um intervalo. Abre o Termo e vê se o vocabulário tá em dia com a edição de hoje. Chuva, cafés, vacas, dólar, taxas, você escolhe o chute. Vale combinar com a galera da fazenda ou do escritório e ver quem acerta a palavra do dia primeiro.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Tilápia

Pergunta de hoje: Qual gigante amazônico teve manejo comunitário certificado que elevou preço e conservou estoques naturais?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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