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Lula chamou todo o ministério para alinhar discurso no tarifaço, enquanto o governo avalia bater de frente com o Cade na suspensão da Moratória da Soja. A China mantém a porteira fechada para a soja americana, e o Arco Amazônico segue crescendo como rota estratégica para o agro brasileiro.

Também tem:
• e-Phyto aposentando a papelada e acelera exportações
• Gripe aviária batendo à porta dos hermanos na Argentina
• Trump corta incentivos a energia verde no agro americano

Tudo que você precisa saber, do seu jeito e no seu ritmo.

Por Enrico Romanelli

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As variações são calculadas em YTD (Year to date)

ASSUNTO DE GABINETE

Lula puxa ministérios para alinhar discurso no tarifaço

Foto: Ricardo Stuckert /PR

O Planalto vai ferver na próxima terça (26). Lula chamou todo o ministério para alinhar o discurso diante do tarifaço dos EUA, que jogou 50% de sobretaxa nos produtos brasileiros. O presidente não quer ninguém desafinando: a ordem é falar grosso e defender a MP do Brasil Soberano como escudo contra a pancada comercial.

A pressão é grande. O governo vende a narrativa de que tem como proteger empresas brasileiras do baque e precisa passar firmeza. A reunião é também um recado para dentro: não pode ter ministro pisando em falso num tema que mexe com exportadores, arrecadação e credibilidade do país.

Mas não é só tarifa na mesa. Lula vai aproveitar o encontro para discutir a regulamentação das redes sociais e das big techs. Os textos chegam ao Congresso já na semana que vem e prometem barulho: oposição contrária, parte do setor privado na defensiva e o Planalto tentando blindar o projeto antes do embate público.

Será só a segunda reunião ministerial do ano, mas num cenário bem mais espinhoso que em janeiro. Naquela época, Lula falava em prioridades de governo. Agora, a missão é segurar as pontas dentro de casa e mostrar força lá fora, no meio do tarifaço que promete ditar os próximos meses de política e economia.

DE OLHO NO PORTO

China ainda não abre a porteira para soja dos EUA

Foto: Wenderson Araujo/CNA

Nem com choro da American Soybean Association a China deve abrir espaço para a soja americana. Os estoques gordos, contratos fechados pra outubro e, principalmente, a tarifa de 10% deixa a soja dos EUA ainda menos atraente que a brasileira, que segue reinando com safra recorde.

Os americanos correm contra o tempo: a janela boa de exportação vai de outubro a dezembro, mas até agora não pingou um contrato sequer da safra 25/26 com os chineses. Se nada andar, sobra só novembro e dezembro antes do Brasil voltar com tudo em janeiro.

Sem China na jogada, os EUA vão penar para escoar as 46,4 milhões de toneladas que o USDA projeta. Parte até pode ir para Europa e vizinhos, mas vai sobrar soja no quintal e Chicago tende a sentir o tranco nos preços.

RADAR DO AGRO

Arco Amazônico vira rota quente do agro e encosta em Santos

Foto: Divulgação

Em dez anos, a movimentação de soja e milho pelos portos do Arco Amazônico disparou 288%. Foram 30,9 milhões de toneladas só em 2024, o que já dá quase um quarto de todo o grão escoado pelo Brasil. O crescimento deixa Santos e Paranaguá a ver navios.

Hoje, 64% de tudo que sai da região passa por terminais privados, que puxam a fila no embarque de soja, milho e bauxita. A força da iniciativa privada mostra que a logística do agro não depende mais só dos corredores tradicionais, mas também da geografia amazônica.

O problema é que nem tudo navega a favor. A seca nos rios já derrubou em quase 9% a movimentação de grãos no começo de 2025, e a ATP cobra dragagens e concessões hidroviárias para manter o fluxo. A aposta é clara: se resolver os gargalos, o Arco Amazônico pode se firmar como a rota número um do agro brasileiro.

PAUTA VERDE

Governo compra briga com Cade pela Moratória da Soja

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A suspensão da Moratória da Soja pelo Cade virou treta institucional. O Ministério do Meio Ambiente, junto da AGU, estuda se pode entrar no processo para defender o pacto como ferramenta contra o desmatamento, que agora corre risco de acelerar na Amazônia.

André Lima, secretário de controle de desmatamento, chamou a decisão de “absoluta subversão” e criticou a lógica do órgão: em vez de elevar o padrão ambiental, a liminar estaria jogando a régua para baixo, limitando o setor ao mínimo da lei.

Sem a moratória, a bola agora está com as empresas. O MMA promete ficar de olho no compliance das gigantes para ver quem vai sustentar o discurso de desmatamento zero e quem vai abrir a porteira para grãos de área recém-desmatada.

ATUALIZAÇÃO RURAL

Carimbo de papel virou peça de museu

Foto: Divulgação/GOV

O papel perdeu a vez no embarque da soja, da maçã e até do milho pipoca. Lançado em maio de 2024, o e-Phyto virou regra no agro brasileiro e acabou de bater a marca de 20 mil emissões. É o carimbo fitossanitário versão século 21, criado pelo Ministério da Agricultura em parceria com a Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais, para garantir que nada suspeito viaje na mala das nossas commodities.

A mudança não é só cosmética. O certificado eletrônico já foi usado por 447 empresas em 61 portos e aeroportos, carimbando a saída de 56 produtos vegetais diferentes rumo a 52 países. Tudo isso sem fila de cartório, sem pilha de papel e com a agilidade que o comércio internacional exige. Se antes o exportador dependia de burocracia, agora basta um clique para liberar a carga.

Chamado de “passaporte das mercadorias” pelo ministro Carlos Fávaro, o e-Phyto está colocando o Brasil em sintonia com os grandes mercados. A digitalização trouxe segurança, rastreabilidade e um selo de confiança que pesa nas negociações com Europa e Ásia. A expectativa é que o número de certificados dispare nos próximos meses, consolidando a ferramenta como peça-chave para o agro competir lá fora.

RADAR SANITÁRIO

Gripe aviária bate à porta dos hermanos

Foto: Reprodução

A Argentina confirmou um foco de gripe aviária de alta patogenicidade em uma granja de galinhas poedeiras em Los Toldos, na província de Buenos Aires. O alerta veio depois que técnicos do Senasa identificaram aves com sintomas compatíveis e testes confirmaram a presença do vírus H5N.

A granja foi interditada e entrou no modo quarentena. Dentro de um raio de 3 km, a movimentação de aves e produtos está bloqueada, e numa área maior, de 7 km, equipes fazem monitoramento e rastreamento. O pacote inclui depopulação total da granja, descarte das aves e desinfecção completa das instalações.

O impacto econômico é controlado. A região não é um polo relevante da avicultura argentina, mas as exportações para países que exigem status de livre da doença foram suspensas. Já para os mercados que aceitam o modelo de zonificação, o embarque segue normalmente.

O Senasa avisou ainda que, se novos focos não aparecerem nas próximas quatro semanas, pedirá à OMSA a revalidação do status sanitário. Até lá, o setor avícola argentino caminha em alerta vermelho.

PLANTÃO RURAL

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VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Maca peruana

Pergunta de hoje: Qual cereal, considerado “alimento sagrado” pelos incas, ganhou espaço nas mesas gourmet do mundo inteiro?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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