APRESENTADO POR

Bom dia!

Enquanto os americanos correm pra salvar o hambúrguer do tarifaço, o Brasil segue no modo produção máxima: safra de soja e milho apontando pra recorde, agtechs sentindo o baque dos juros e o setor buscando fôlego pra atravessar o clima seco. No campo, o “morango do amor” virou a nova febre, a John Deere abriu o jogo no direito ao reparo.

Também tem:

• Argentina reduz imposto pra tentar liderar nas exportações
• Cromai conquista selo global e coloca ESG na prática do agro
• Bradesco cresce na carteira rural, mas segura o risco
• Mais um caso de trabalho análogo à escravidão no interior de Minas

Só notícia quente, com o tom direto e sagaz da Agro Espresso.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$120,45 -0,53%
Algodão (Centavos R$/LP) 413,40 -0,38%
Arroz (Saca 50kg) R$69,38 0,78%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$294,35 0,87%
Café Arábica (Saca 60kg) R$1.811,87 0,13%
Etanol anidro (Litro) R$2,9168 -0,12%
Milho (Saca 60kg) R$63,54 -0,31%
Soja (Saca 60kg) R$138,22 0,79%
Trigo (Tonelada) R$1477,25 0,37%

Os dados são publicados por Cepea

E ESSE TEMPO, HEIN?

Chuva volta ao Sul, mas o resto do país segue na secura

Foto: Pexels

O Rio Grande do Sul respira aliviado com a volta da chuva nessa sexta-feira (1), especialmente na faixa litorânea. Santa Catarina e Paraná continuam com cachecol e moletom, com frio persistente e chance de geada em pleno agosto.

No Sudeste e Centro-Oeste, só a poeira levanta: umidade abaixo de 20% e temperaturas dando aquela trégua depois da friaca. Em São Paulo, o termômetro promete máxima de 22 °C, mas no Triângulo Mineiro e noroeste paulista o ar segue de rachar lábios.

O Norte segura as pontas com chuvas isoladas puxadas pela ZCIT, enquanto no Nordeste só o litoral baiano escapa da secura, graças a uma frente fria estacionada por ali.

NOS CORREDORES DE BRASÍLIA

Brasil não engole tarifaço e Haddad parte pro contra-ataque

Foto: Diogo Zacarias/MF

Haddad foi direto: o governo brasileiro vai recorrer das tarifas de 50% impostas pelos EUA, tanto na Justiça americana quanto em orgãos internacionais. A ordem agora é mostrar que o tarifaço só atrapalha a integração entre as Américas e que o Brasil não vai assistir a guerra comercial calado.

O plano de contingência também está sendo recalibrado. Com produtos estratégicos como aviões, energia e suco de laranja fora da lista das tarifas, Haddad afirmou que novas medidas vão ser anunciadas nos próximos dias para proteger agro e indústria. Linhas de crédito e reforço nos setores mais atingidos estão no radar da equipe econômica.

Apesar do anúncio da Casa Branca ter suavizado o impacto em alguns setores, Haddad deixou claro que ainda há muita injustiça e que setores nacionais seguem no fogo cruzado. Ele também criticou a desinformação usada para justificar o pacote, principalmente no caso das sanções americanas contra Alexandre de Moraes, usando a Lei Magnitsky. Brasília segue em contato com Washington e promete não dar trégua enquanto a poeira não baixar.

RADAR DO AGRO

Datagro projeta área de 49,1 mi de hectares para safra 25/26 de soja

Foto: CNA/Flickr

A próxima safra vem com apetite grande: o Brasil deve ampliar a área de soja pelo 19º ano seguido, chegando a 49,1 milhões de hectares em 2025/26. Se o clima não aprontar, a produtividade pode bater 3.722 kg/ha e empurrar a produção para 182,9 milhões de toneladas, mais um possível recorde no bolso.

O milho não fica atrás: área da primeira safra sobe 4% e pode render 27,4 milhões de toneladas, enquanto a safrinha avança para 18,6 milhões de hectares e mira produção total de 140,9 milhões de toneladas.

ASSUNTO DE GABINETE

Guerra comercial de Trump pode acabar no tapetão

Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

O tarifaço de Trump não passou batido nem nos próprios Estados Unidos. A partir de hoje, onze juízes do Tribunal de Apelações começam a decidir se o presidente pode mesmo sair taxando o mundo todo sem nem perguntar ao Congresso. Doze estados e uma penca de empresas querem derrubar o canetaço de Trump, que usou uma lei dos anos 1970 para pular a burocracia e declarar “emergência internacional” no comércio.

Se a corte decidir, o tarifaço pode cair de vez, e Trump perde o superpoder de criar imposto do nada toda vez que inventar uma crise. Mas, se o tribunal der o aval, aí o presidente fica com a faca e o queijo para impor tarifas a torto e a direito, inclusive usando motivos políticos, como já fez com o Brasil.

O Departamento de Justiça jura que Trump tem esse poder e que, em caso de “ameaça”, vale até tributar parceiro histórico. Já a turma contrária diz que não tem emergência nenhuma, só vontade de fazer guerra comercial na base do grito, e que nem Reagan ousou tanto.

O veredito deve sair ainda esta semana, mas ninguém espera o fim dessa novela: quem perder vai bater na porta da Suprema Corte. Se Trump ganhar, o jogo do comércio global vira terra de ninguém. Se perder, os exportadores podem até respirar aliviados, pelo menos até a próxima manobra.

PAUTA VERDE

Brasil líder nos biológicos

Foto: Reprodução/Esalq

O Brasil segue liderando o mercado de bioinsumos, movimentando, por ano, mais de US$ 1,5 bilhão e mirando US$ 3 bilhões até o fim da década. Já são mais de 50 milhões de hectares de soja, milho, cana e algodão tratados com produtos biológicos, mas ninguém no mundo faz isso em grãos como a gente.

Só que o cenário esquentou. Em dez anos, o número de empresas com produto biológico registrado aqui pulou de 8 para 53, e a concorrência virou briga de cachorro grande. Chile e Argentina também pisaram no acelerador: o Chile focou em frutas e nozes premium, e a Argentina já trata 18 milhões de hectares com biológicos.

Pra completar, o Ministério da Agricultura trouxe novas regras e vai fiscalizar até a produção “on farm”, que já responde por quase 20% do setor.

O mercado global de biológicos deve atingir US$ 30 bilhões até 2030, com um crescimento anual de 10,42%. Para a América Latina, especialmente pra nós, isso representa uma oportunidade histórica de liderança em um setor estratégico para o futuro da agricultura sustentável.

DICA AGRO ESPRESSO

Pra se atualizar sobre tecnologias

Foto: Divulgação/DJI

Se você quer sair do básico sobre tecnologia no campo e entender o que está realmente mudando na agricultura brasileira, o livro “Desafios e Oportunidades da Agricultura Digital no Agronegócio Brasileiro”, de Paulo Henrique de Sousa, talvez possa te ajudar.

O livro reúne artigos de especialistas que discutem as principais tendências e dilemas da digitalização no agro, das oportunidades abertas com automação e inteligência de dados até os gargalos práticos que o setor ainda enfrenta no país.

Pode valer a pena dar uma lida!

DE OLHO NO PORTO

Tarifaço na grelha: americanos querem hambúrguer sem imposto extra

Foto: CNA/Flickr

Hat-trick de tarifaço e mais uma dor de cabeça pra Trump. Importadores dos EUA estão pedindo pra carne brasileira escapar da tarifa de 50%, ninguém quer hambúrguer caro no almoço. O lobby corre solto em Washington, mas a Casa Branca ainda faz jogo duro.

Do lado de cá, os frigoríficos sabem que ainda tem jogo: os cortes brasileiros vão direto pra chapa dos EUA e, no ciclo atual, é difícil achar substituto. Mesmo assim, com a nova tarifa, o imposto chega a 76,4%, o suficiente pra azedar qualquer churrasco.

NA BOCA DO MUNDO

Surto viral ameaça o orgulho do queijo francês

Foto: REUTERS/Stephane Mahe

A França entrou no modo emergência: já são 51 focos de doença da pele nodular no gado e mais de mil animais abatidos desde junho, justo nas regiões famosas pelo Reblochon e Beaufort. O governo disparou a vacinação e já imunizou 100 mil vacas só nos Alpes, mas o prejuízo já bate à porta.

O vírus, espalhado por inseto, não pega em gente, mas derruba leite, trava comércio e já obrigou até a encurtar etapa da Volta da França. Reino Unido e vizinhos fecharam a porta para o queijo francês de leite cru, e os produtores agora torcem para a doença não avançar. A União Europeia vigia de perto seu maior rebanho e reza para o surto não cruzar mais fronteiras, já que o vírus também apareceu na Itália e no norte da África.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Quer dar um nó no cérebro entre uma notícia e outra? A dica é testar o Contexto, um jogo diário em que você precisa adivinhar a palavra secreta usando tentativas livres e a lógica das pistas. Cada palpite revela o quanto você está “quente” ou “frio” na busca, sempre pelo significado das palavras e não pela grafia.

O desafio é viciante e perfeito pra quem gosta de pensar fora da caixa. Bora tentar desvendar o Contexto de hoje? Depois conta pra gente em quantas tentativas você acertou!

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: O plantio direto

Pergunta de hoje: Qual alimento que o Brasil produz aos montes, exporta bilhões, mas quase ninguém come puro?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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