APRESENTADO POR

Bom dia!

O Brasil deixou o campo e foi pro tribunal: entrou com queixa formal na OMC contra o tarifaço de Trump, acusando os EUA de passar do ponto na cobrança. Enquanto isso, a China engorda as estatísticas e bate recorde de compras de carne bovina brasileira em julho. No campo, o clima não dá trégua: a geada deve se espalhar por seis estados e ameaça desde pastos até lavouras de café.

Também tem:

• Pecuária sustentável regulariza 20 mil fazendas
• Safra menor de cana aperta o mercado de açúcar e etanol
• Cade adia decisão sobre fusão Marfrig-BRF
• São Paulo lança crédito rural exclusivo para mulheres
• Agrogalaxy adia divulgação do balanço
• Lucro da São Martinho despenca 40%

Só o que importa. Direto, claro e no ponto.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

FOCUS 2025 Semana 2026 Semana
Câmbio (R$/US$) 5,60 0,00% 5,70 0,00%
IPCA (%) 5,05 -0,39% 4,41 -0,45%
PIB (%) 2,21 -0,90% 1,87 -0,53%
Selic (% a.a.) 15,00 0,00% 12,5 0,00%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Geada avança e congela metade do mapa

Foto: Freepik

O fim de semana já foi gelado e com neve em Urupema, Bom Jardim da Serra e São Joaquim, mas o frio não se deu por satisfeito. A massa de ar polar continua firme e agora espalha geada de moderada a forte por seis estados até quarta-feira (14).

Do chão da Campanha Gaúcha às alturas da Serra da Mantiqueira, o gelo avança pelo RS, SC, PR, SP, MG e RJ. É o tipo de amanhecer que congela pasto, hortaliça e até o ânimo de quem sair cedo da cama.

E quem está em áreas mais elevadas é bom preparar café extra forte: o risco é de geada grossa, daquelas que deixam o campo branquinho antes mesmo do sol dar as caras.

ASSUNTO DE GABINETE

Haddad leva bolo dos EUA e culpa 03, que promete mais confusão

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A reunião virtual entre Fernando Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que rolaria na quarta (13) para falar sobre o tarifaço de 50% de Trump, saiu do forno, mas não chegou à mesa. Segundo o ministro, o cancelamento teve tempero político made in Brazil.

Haddad afirma que a extrema direita brasileira, com Eduardo Bolsonaro à frente, trabalhou para melar o encontro. Ainda segundo Haddad, o deputado disse publicamente que tentaria impedir esse tipo de diálogo e, pouco depois, o convite sumiu da agenda americana.

Os EUA alegaram “falta de agenda”, mas para Haddad essa desculpa é indigesta. Ele diz que a pauta comercial ficou em segundo plano e que, no lugar da conversa, entrou em cena um bloqueio diplomático com dedo brasileiro.

A Fazenda até tentou remarcar a reunião, mas ficou no vácuo. Para o ministro, há relação direta entre a fala de Eduardo e o cancelamento e disse que “Não há como não relacionar uma coisa à outra. Não há coincidência nesse tipo de coisa.”

Depois de uma entrevista ao Financial Times, Eduardo Bolsonaro foi apontado, no texto, como o líder de uma campanha que tenta salvar seu pai de uma condenação eminente.

Na entrevista, o deputado falou que Trump tem mais formas de retaliar e que pode aumentar ainda mais as taxas se achar que deve, além de afirmar que vai buscar ajuda com líderes políticos de outros países, na tentativa de aumentar as sanções à Alexandre de Moraes.

Enquanto isso, o governo Lula tenta cozinhar um plano de contingência para aliviar o baque do tarifaço sobre os setores mais dependentes das vendas para o mercado americano, mas essa receita está sendo demorada. Além disso, o caldo pode entornar nos próximos dias e semanas, a depender do humor de Trump.

RADAR DO AGRO

Defensivos para soja encolhem no caixa mas bombam no campo

Foto: CNA/Flickr

O caixa sentiu, mas o campo seguiu acelerado. Na safra 2024/25, os defensivos para soja faturaram US$ 9,5 bilhões, 4,3% a menos que no ciclo anterior, segundo a Kynetec Brasil. A conta caiu com o real mais fraco e preços 8% menores, mas a área tratada bateu recorde e passou de 1,4 bilhão de hectares.

Nos galões, quem mandou foram os fungicidas foliares, com US$ 3,8 bilhões e alta de 3%. Inseticidas e herbicidas empataram em US$ 2,2 bilhões, mas perderam quase 9% no faturamento. Tratamento de sementes somou US$ 558 milhões, nematicidas renderam US$ 250 milhões e adjuvantes e inoculantes juntos fecharam em US$ 418 milhões.

Na biotecnologia, a campeã foi a soja Bt de segunda geração, tolerante a lagartas, que dobrou de área e já ocupa 24% das lavouras. O produtor agora escolhe entre mais de 150 variedades dessa tecnologia, e a prateleira segue engordando.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Diplomacia fria e protecionismo quente deixam agro por sua conta

Foto: Sandra Blaser Azevedo/World Economic Forum

Para Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC, quem ficar esperando o governo resolver o tarifaço e outras barreiras vai perder mercado. No 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, ele disse que empresas e produtores precisam criar conexões diretas lá fora para não pagar caro na guerra comercial.

Azevêdo lembrou que pandemia, polarização e anos de briga no comércio global deixaram acordos internacionais frágeis e fáceis de rasgar. O protecionismo agora se disfarça de causas legítimas, como regras ambientais ou trabalhistas. Na avaliação dele, ter alianças fora do Estado não é mais escolha, é estratégia de sobrevivência.

Com a diplomacia tradicional patinando, quem souber costurar acordos rápidos e eficazes fora da rota oficial é quem vai continuar no jogo.

DICA AGRO ESPRESSO

App da Embrapa promete dar xeque-mate no cascudinho

Foto: Gustavo Bonfim

Se tem um bicho que dá dor de cabeça na avicultura é o cascudinho. Agora, pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves criaram um app que usa inteligência artificial para contar automaticamente a população dessa praga e indicar a dose exata de controle, evitando desperdício de inseticidas e cortando custos.

O sistema é simples: o produtor coleta os insetos nas armadilhas, tira uma foto com o celular e o aplicativo identifica o nível de infestação como pouco, médio ou muito. Com base nisso, calcula a quantidade precisa de produto a ser usada. A precisão já bateu 90% nos testes de laboratório e agora vai para a prova real nos aviários comerciais.

Saiba mais e acompanhe o projeto no portal da Embrapa Suínos e Aves clicando aqui

DE OLHO NO PORTO

Brasil põe tarifaço de Trump na roda da OMC

Fonte: Adobre Stock

O Brasil bateu à porta da Organização Mundial do Comércio para contestar o tarifaço de 50% de Donald Trump. Na queixa, o Itamaraty acusa os EUA de atropelar acordos internacionais e lembra que briga comercial se resolve nas regras, não com pedágio extra na alfândega.

Brasília também cutuca o fato de Washington ter poupado outros parceiros, mas deixado o Brasil na fogueira, o que é visto como jogo sujo. A cobrança mistura uma “tarifa recíproca” de 10% com mais 40% de sobretaxa, embalada como ajuste político e com mira na nossa exportação.

Agora começa o jogo: são 60 dias para negociar. Se não rolar acordo, vem painel de arbitragem. Até lá, o tarifaço segue valendo e a disputa entra para o cardápio das tretas comerciais mais quentes do ano.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Se acha craque de memória e tática? O Missing 11 vai te botar na beira do gramado. O desafio é simples no papel e cruel no teclado: acertar todos os 11 titulares de um jogo histórico, sem chutar jogador fora de posição.

Tem Libertadores, Copa do Mundo e Champions para escolher. E é o jeito ideal de fazer um esquenta pra rodada da Liberta desse meio de semana!

Jogue aqui

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Arroz

Pergunta de hoje: Que fruto amazônico passou de subsistência ribeirinha a produto global de valor exportável?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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