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Bom dia!
As tarifas de Trump começaram a valer, mas o impacto direto nas exportações brasileiras deve ser pequeno. Já a fusão entre BRF e Marfrig foi aprovada pelos acionistas e pode mudar o jogo no setor de proteínas.
Também tem:
• Carne brasileira ganhando espaço na Argentina
• Zoetis cresce no mundo, mas estagna no Brasil
• Frente fria molha o litoral, mas o interior continua seco
Informação sem enrolação.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por Cepea
E ESSE TEMPO, HEIN?
Chove no coqueiro mas as lavouras seguem na secura

Foto: Pixabay
Nesta quarta (6), uma frente fria dá as caras no litoral do Sudeste, trazendo chuva entre São Paulo e Espírito Santo. Nada muito dramático, mas pode molhar até 50 milímetros em alguns pontos. Já o interior paulista e boa parte de Minas seguem com sol de rachar e umidade no limite, abaixo de 20% em algumas áreas.
No Centro-Oeste, o padrão continua: céu limpo, ar seco e nariz pedindo socorro. No Sul, a chuva se despede com garoas pontuais no norte do RS, oeste de SC e sul do Paraná. No Nordeste, o litoral da Bahia e do RN recebe chuvas puxadas pelo vento marítimo, enquanto o interior continua no sequeiro.
Na região Norte, Amazonas, Roraima e Amapá seguem com tempo instável e pancadas de chuva, com acumulados chegando a 50 milímetros.
ASSUNTO DE GABINETE
Recalculando a rota

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
As tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras, impostas por Trump, entram em vigor hoje, mas a previsão não é de tempestade econômica. O impacto direto é pequeno: só 4% de tudo que a gente exporta será realmente afetado, segundo Haddad. E desses, mais da metade já deve encontrar novo lar em mercados como China e outros BRICS.
Do lado de cá, Lula preferiu virar a outra face e disparou: vai ligar pra Trump só pra chamar o cara pra COP30. Nada de negociação direta por enquanto. O governo entende que o tarifaço foi mais birra do que política comercial, uma retaliação disfarçada por causa da investigação de Bolsonaro. E isso pode piorar com a prisão domiciliar do ex-presidente, que é investigado pelo STF por tentativa de golpe.
Protegendo um dos alvos de Trump, Haddad garantiu que o Pix não é negociável, e disse que o foco é apoiar os setores mais expostos, especialmente os que lidam com commodities, como carne e café. Enquanto isso, o agro vai se virando. Exportadores já preparam o desvio de rota, e o governo trabalha pra transformar limão em limonada com mais crédito, novos mercados e menos alarde.
A maioria das exportações afetadas é de produtos redirecionáveis e o Brasil, com sua pauta ampla e destino diversificado, tem jogo de cintura. Com quase 30% das vendas externas indo pra China e só 12% pros EUA, o recado é claro: se não quiser comprar, tem quem queira.
RADAR DO AGRO
Colheita do milho avança para 75% com safra recorde no MT

Foto: CNA/Flickr
A colheita da safrinha chegou a 75,2% no Brasil, segundo a Conab. O ritmo é mais lento que o do ano passado, mas o destaque vai para o Mato Grosso, que colhe com produtividade recorde. São Paulo e Minas também estão acima da média. Já Paraná e Goiás enfrentam perdas regionais.
SAFRA DE CIFRAS
Mercado de trabalho aquecido

Foto: Reprodução/Fecomércio MG
Quem disse que o campo só dá emprego na safra? Em junho, o agro criou 25.833 vagas com carteira assinada, segundo o Caged. O número representa um crescimento de 1,38% no mês e reforça a força de tração do setor, que já soma quase 100 mil novos postos em 2025, uma alta de 5,5% no acumulado do ano.
No geral, todos os setores da economia contrataram mais do que demitiram, mas o agro ficou atrás só dos serviços e do comércio no ranking. O destaque regional ficou com SP, MG e RJ no total de contratações, mas Amapá e Mato Grosso roubaram a cena no crescimento proporcional.
Com 75% das novas vagas sendo típicas e os salários médios subindo devagarinho, o país vai ensaiando recuperação. No agro, especialmente, a tendência é manter o ritmo, com as agroindústrias e o crédito aquecido fazendo a roda girar.
PAUTA VERDE
Bioinsumos na lupa da socioeconomia

Foto: Divulgação/Freepik
A Embrapa vai botar a lupa nos bioinsumos por outro ângulo. No dia 14/08, às 10h, acontece mais uma edição dos Debates em Socioeconomia, série que agora discute como as ciências sociais podem ajudar a entender a adoção de insumos biológicos no campo. A transmissão será ao vivo no YouTube e o papo é aberto ao público.
O foco não é só no que funciona na lavoura, mas no que isso muda na vida de quem planta. Trabalho, renda, políticas públicas e até métricas mais sensíveis à realidade rural entram na roda. O evento reúne nomes de peso como Cristhiane Amâncio (Embrapa Agrobiologia), Tiago Telles (IDR-Paraná) e Larissa Simon (ANPII Bio), com o objetivo de pensar o papel da socioeconomia como aliada da bioeconomia.
A discussão serve também como preparação para uma agenda mais ampla da Embrapa sobre insumos biológicos, com oficinas, estudos conjuntos e articulação entre unidades. O plano é integrar ciência, sociedade e lavoura num mesmo projeto de futuro para a agricultura brasileira.
DICA AGRO ESPRESSO
Novo app para ficar de olho no gado

Foto: Divulgação
Lançado na AgroBV 2025, o aplicativo da Farmbov chega com uma proposta certeira: facilitar a vida de quem toca a pecuária de corte. Desenvolvido em parceria com a UFRR, o app permite gerenciar o rebanho de forma individual, com foco em saúde, reprodução e produtividade, tudo em uma plataforma simples e acessível, que funciona até offline.
A ferramenta ainda integra variáveis como clima, pastagem e preços de insumos em relatórios automáticos para orientar decisões no campo. Disponível na Play Store, o app é gratuito nos primeiros 30 dias e também pode ser acessado pelo computador. A versão para iOS vem aí.
NAS CABEÇAS DO AGRO
Guia da COP 30

Foto: Reprodução/Cenário Energia
De 10 a 21 de novembro, Belém do Pará vai virar o centro das atenções climáticas do planeta. A cidade recebe a COP 30, conferência da ONU que reúne mais de 190 países pra discutir o futuro do clima, da economia verde e das florestas. É a primeira vez que o Brasil sedia o evento, e o timing não poderia ser mais simbólico: 2024 foi o ano mais quente da história e os países precisam apresentar novas metas de corte de emissões até 2035.
O governo brasileiro quer usar o palco pra mostrar serviço e puxar a fila. A ideia é vender a imagem de um país que protege a floresta, regula mercado de carbono, fortalece os povos indígenas e ainda vira vitrine de uma bioeconomia moderna e inclusiva. Entre os compromissos já anunciados estão o desmatamento zero até 2030 e a criação de mecanismos de financiamento climático pra países em desenvolvimento.
A expectativa é que mais de 40 mil pessoas circulem pela COP 30, incluindo chefes de Estado, ambientalistas, técnicos, jornalistas e representantes do agro, da indústria e de comunidades tradicionais. Belém já tá em ritmo de reforma com apoio de governos locais e organismos internacionais pra dar conta da infraestrutura, conectividade e segurança do evento, mas tá virando polêmica por conta dos preços abusivos das hospedagens. Tá pior que Ribeirão Preto em semana de Agrishow e já tem até Presidente e comitiva inteira de alguns países desistindo de vir por causa disso.
A COP 30 também deve ser palco de negociações pesadas sobre mercado de carbono, perdas e danos, transição energética justa e emissões do setor agropecuário. E é bom lembrar: 75% das metas do Acordo de Paris passam pelo uso da terra, ou seja, o agro vai estar no centro da roda.
Se vai sair acordo de verdade ou só mais um relatório bonito, a gente ainda não sabe.
PLANTÃO RURAL
BRF e Marfrig prestes a virar uma só. Acionistas aprovaram a fusão entre BRF e Marfrig, que agora aguardam sinal verde do Cade. A incorporação das ações foi aprovada por 78,39% dos votos na BRF e 86,71% na Marfrig.
Brasil referência global no controle de micotoxinas. Um estudo da FAO e da OMS apontou o Brasil como modelo no combate às micotoxinas no milho, graças à adoção das normas do Codex Alimentarius. A aplicação de limites científicos e boas práticas ajudou a elevar a qualidade e o valor do milho exportado.
Leilão da Ferrogrão vem aí (de novo). A ANTT disse que o leilão da Ferrogrão pode finalmente sair em 2026. O projeto prevê uma ferrovia de 933 km ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), com foco no escoamento da produção do Centro-Oeste. Falta só o STF dar a bênção final.
Carne brasileira ganha espaço no churrasco argentino. A valorização do peso argentino abriu as porteiras para a carne brasileira. As exportações para lá saltaram de 24 para 1.033 toneladas por mês no 1º semestre. Enquanto Milei tenta segurar a inflação, o asado argentino tem cada vez mais DNA brasileiro.
Zoetis cresce no mundo, mas estagna no Brasil. A gigante da saúde animal lucrou US$ 718 milhões no 2º tri de 2025, alta de 15% globalmente. No Brasil, a receita ficou estável em US$ 83 milhões, com queda de 10% no acumulado do semestre.
Agave pode virar etanol no semiárido. A Embrapa vai estudar o uso do agave para produção de etanol no Nordeste. A planta, que hoje rende sisal e tequila, pode ser alternativa à cana em regiões secas. A meta é aproveitar 95% da biomassa e desenvolver uma cadeia sustentável e mecanizada.
Mexerica quase de um quilo vira atração no RS. Uma dekopon de 894 gramas viralizou nas redes em Triunfo (RS). A variedade japonesa não tem semente, é suculenta, tem gomos soltos e casca fácil de tirar. O preço? R$ 5,99 o quilo. O sucesso foi tanto que teve gente pedindo a fruta até do Nordeste.
Índia bate de frente com EUA e UE por comércio com Rússia. Nova Délhi criticou os EUA e a União Europeia por condenarem suas compras de petróleo russo enquanto mantêm negócios bilionários com Moscou. Trump ameaçou novas tarifas sobre produtos indianos e acendeu mais uma faísca na disputa global.
SE DIVERTE AÍ
Contexto: o jogo que vai fritar seu cérebro e sua paciência. Todo dia, uma palavra misteriosa. Você digita o que vier na cabeça e o jogo responde com um número: quanto menor, mais perto da resposta certa. É tipo um quente ou frio do vocabulário.
O Contexto é o jogo perfeito pra testar seu repertório e perder uns bons minutos tentando descobrir a palavra do dia.
👉 Joga aqui, vai: contexto.me
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Mandioca
Pergunta de hoje: Que cereal teve origem na Mesoamérica, chegou ao Brasil nos tempos de colônia e hoje o país é o segundo maior exportador mundial?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
