APRESENTADO POR

Bom dia!

As tarifas de Trump começaram a valer, mas o impacto direto nas exportações brasileiras deve ser pequeno. Já a fusão entre BRF e Marfrig foi aprovada pelos acionistas e pode mudar o jogo no setor de proteínas.

Também tem:

• Carne brasileira ganhando espaço na Argentina
• Zoetis cresce no mundo, mas estagna no Brasil
• Frente fria molha o litoral, mas o interior continua seco

Informação sem enrolação.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$120,54 -0,05%
Algodão (Centavos R$/LP) 398,05 -2,78%
Arroz (Saca 50kg) R$69,58 0,38%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$301,00 2,31%
Café Arábica (Saca 60kg) R$1.799,43 0,13%
Etanol anidro (Litro) R$2,9996 2,84%
Milho (Saca 60kg) R$64,01 0,79%
Soja (Saca 60kg) R$140,97 2,16%
Trigo (Tonelada) R$1.451,23 -1,72%

Os dados são publicados por Cepea

E ESSE TEMPO, HEIN?

Chove no coqueiro mas as lavouras seguem na secura

Foto: Pixabay

Nesta quarta (6), uma frente fria dá as caras no litoral do Sudeste, trazendo chuva entre São Paulo e Espírito Santo. Nada muito dramático, mas pode molhar até 50 milímetros em alguns pontos. Já o interior paulista e boa parte de Minas seguem com sol de rachar e umidade no limite, abaixo de 20% em algumas áreas.

No Centro-Oeste, o padrão continua: céu limpo, ar seco e nariz pedindo socorro. No Sul, a chuva se despede com garoas pontuais no norte do RS, oeste de SC e sul do Paraná. No Nordeste, o litoral da Bahia e do RN recebe chuvas puxadas pelo vento marítimo, enquanto o interior continua no sequeiro.

Na região Norte, Amazonas, Roraima e Amapá seguem com tempo instável e pancadas de chuva, com acumulados chegando a 50 milímetros.

ASSUNTO DE GABINETE

Recalculando a rota

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

As tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras, impostas por Trump, entram em vigor hoje, mas a previsão não é de tempestade econômica. O impacto direto é pequeno: só 4% de tudo que a gente exporta será realmente afetado, segundo Haddad. E desses, mais da metade já deve encontrar novo lar em mercados como China e outros BRICS.

Do lado de cá, Lula preferiu virar a outra face e disparou: vai ligar pra Trump só pra chamar o cara pra COP30. Nada de negociação direta por enquanto. O governo entende que o tarifaço foi mais birra do que política comercial, uma retaliação disfarçada por causa da investigação de Bolsonaro. E isso pode piorar com a prisão domiciliar do ex-presidente, que é investigado pelo STF por tentativa de golpe.

Protegendo um dos alvos de Trump, Haddad garantiu que o Pix não é negociável, e disse que o foco é apoiar os setores mais expostos, especialmente os que lidam com commodities, como carne e café. Enquanto isso, o agro vai se virando. Exportadores já preparam o desvio de rota, e o governo trabalha pra transformar limão em limonada com mais crédito, novos mercados e menos alarde.

A maioria das exportações afetadas é de produtos redirecionáveis e o Brasil, com sua pauta ampla e destino diversificado, tem jogo de cintura. Com quase 30% das vendas externas indo pra China e só 12% pros EUA, o recado é claro: se não quiser comprar, tem quem queira.

RADAR DO AGRO

Colheita do milho avança para 75% com safra recorde no MT

Foto: CNA/Flickr

A colheita da safrinha chegou a 75,2% no Brasil, segundo a Conab. O ritmo é mais lento que o do ano passado, mas o destaque vai para o Mato Grosso, que colhe com produtividade recorde. São Paulo e Minas também estão acima da média. Já Paraná e Goiás enfrentam perdas regionais.

SAFRA DE CIFRAS

Mercado de trabalho aquecido

Foto: Reprodução/Fecomércio MG

Quem disse que o campo só dá emprego na safra? Em junho, o agro criou 25.833 vagas com carteira assinada, segundo o Caged. O número representa um crescimento de 1,38% no mês e reforça a força de tração do setor, que já soma quase 100 mil novos postos em 2025, uma alta de 5,5% no acumulado do ano.

No geral, todos os setores da economia contrataram mais do que demitiram, mas o agro ficou atrás só dos serviços e do comércio no ranking. O destaque regional ficou com SP, MG e RJ no total de contratações, mas Amapá e Mato Grosso roubaram a cena no crescimento proporcional.

Com 75% das novas vagas sendo típicas e os salários médios subindo devagarinho, o país vai ensaiando recuperação. No agro, especialmente, a tendência é manter o ritmo, com as agroindústrias e o crédito aquecido fazendo a roda girar.

PAUTA VERDE

Bioinsumos na lupa da socioeconomia

Foto: Divulgação/Freepik

A Embrapa vai botar a lupa nos bioinsumos por outro ângulo. No dia 14/08, às 10h, acontece mais uma edição dos Debates em Socioeconomia, série que agora discute como as ciências sociais podem ajudar a entender a adoção de insumos biológicos no campo. A transmissão será ao vivo no YouTube e o papo é aberto ao público.

O foco não é só no que funciona na lavoura, mas no que isso muda na vida de quem planta. Trabalho, renda, políticas públicas e até métricas mais sensíveis à realidade rural entram na roda. O evento reúne nomes de peso como Cristhiane Amâncio (Embrapa Agrobiologia), Tiago Telles (IDR-Paraná) e Larissa Simon (ANPII Bio), com o objetivo de pensar o papel da socioeconomia como aliada da bioeconomia.

A discussão serve também como preparação para uma agenda mais ampla da Embrapa sobre insumos biológicos, com oficinas, estudos conjuntos e articulação entre unidades. O plano é integrar ciência, sociedade e lavoura num mesmo projeto de futuro para a agricultura brasileira.

DICA AGRO ESPRESSO

Novo app para ficar de olho no gado

Foto: Divulgação

Lançado na AgroBV 2025, o aplicativo da Farmbov chega com uma proposta certeira: facilitar a vida de quem toca a pecuária de corte. Desenvolvido em parceria com a UFRR, o app permite gerenciar o rebanho de forma individual, com foco em saúde, reprodução e produtividade, tudo em uma plataforma simples e acessível, que funciona até offline.

A ferramenta ainda integra variáveis como clima, pastagem e preços de insumos em relatórios automáticos para orientar decisões no campo. Disponível na Play Store, o app é gratuito nos primeiros 30 dias e também pode ser acessado pelo computador. A versão para iOS vem aí.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Guia da COP 30

Foto: Reprodução/Cenário Energia

De 10 a 21 de novembro, Belém do Pará vai virar o centro das atenções climáticas do planeta. A cidade recebe a COP 30, conferência da ONU que reúne mais de 190 países pra discutir o futuro do clima, da economia verde e das florestas. É a primeira vez que o Brasil sedia o evento, e o timing não poderia ser mais simbólico: 2024 foi o ano mais quente da história e os países precisam apresentar novas metas de corte de emissões até 2035.

O governo brasileiro quer usar o palco pra mostrar serviço e puxar a fila. A ideia é vender a imagem de um país que protege a floresta, regula mercado de carbono, fortalece os povos indígenas e ainda vira vitrine de uma bioeconomia moderna e inclusiva. Entre os compromissos já anunciados estão o desmatamento zero até 2030 e a criação de mecanismos de financiamento climático pra países em desenvolvimento.

A expectativa é que mais de 40 mil pessoas circulem pela COP 30, incluindo chefes de Estado, ambientalistas, técnicos, jornalistas e representantes do agro, da indústria e de comunidades tradicionais. Belém já tá em ritmo de reforma com apoio de governos locais e organismos internacionais pra dar conta da infraestrutura, conectividade e segurança do evento, mas tá virando polêmica por conta dos preços abusivos das hospedagens. Tá pior que Ribeirão Preto em semana de Agrishow e já tem até Presidente e comitiva inteira de alguns países desistindo de vir por causa disso.

A COP 30 também deve ser palco de negociações pesadas sobre mercado de carbono, perdas e danos, transição energética justa e emissões do setor agropecuário. E é bom lembrar: 75% das metas do Acordo de Paris passam pelo uso da terra, ou seja, o agro vai estar no centro da roda.

Se vai sair acordo de verdade ou só mais um relatório bonito, a gente ainda não sabe.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Contexto: o jogo que vai fritar seu cérebro e sua paciência. Todo dia, uma palavra misteriosa. Você digita o que vier na cabeça e o jogo responde com um número: quanto menor, mais perto da resposta certa. É tipo um quente ou frio do vocabulário.

O Contexto é o jogo perfeito pra testar seu repertório e perder uns bons minutos tentando descobrir a palavra do dia.

👉 Joga aqui, vai: contexto.me

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Mandioca

Pergunta de hoje: Que cereal teve origem na Mesoamérica, chegou ao Brasil nos tempos de colônia e hoje o país é o segundo maior exportador mundial?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

Keep Reading

No posts found