ferraudo

APRESENTADO POR


Bom dia!

A Globo Rural coroou as fazendas mais sustentáveis do país, mostrando que plantar e preservar já virou pódio. Enquanto isso, a China inspeciona granjas gaúchas de olho na reabertura do mercado de frango. Na Argentina, a suspensão de impostos durou três dias, mas deixou reflexos globais. O IBGE trouxe números que colocaram o açaí no bilhão e o eucalipto quase no tamanho de Sergipe. No Uruguai, a Minerva voltou a ouvir “não” na compra de frigoríficos, e no Brasil o 2,4-D ganhou sobrevida na Justiça.

Também tem:
• Banco do Brasil e Natura financiando agroflorestas na Amazônia
• Nova gestora de Fiagro nascendo em Minas Gerais
• Croácia abatendo 12 mil porcos pela peste suína

Tudo que você precisa saber, no seu ritmo e no seu café.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$118,70 -25,79%
Algodão (Centavos R$/LP) 365,63 -12,92%
Arroz (Saca 50kg) R$60,85 -38,62%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$301,80 -5,32%
Café Arábica (Saca 60kg) R$2.075,25 -7,43%
Etanol anidro (Litro) R$3,2155 5,99%
Milho (Saca 60kg) R$64,33 -11,80%
Soja (Saca 60kg) R$133,67 -3,79%
Trigo (Tonelada) R$1.269,40 -8,90%

Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).

PAUTA VERDE

Fazenda sustentável também dá medalha

Foto: Globo Rural

A Globo Rural premiou, nesta quinta (25), as propriedades que provaram que o agro pode ser produtivo sem pesar no meio ambiente. Foi a 9ª edição do Prêmio Fazenda Sustentável, que já virou vitrine de quem consegue plantar, colher e preservar ao mesmo tempo.

Entre as fazendas grandes, a coroa ficou com a Fazenda Roncador, em Querência (MT). São 30 mil hectares produtivos e 24 mil preservados, além de muito gado, grãos e até bolsa de estudo pros funcionários. Uma operação gigante que mostra que sustentabilidade não é exclusividade de horta comunitária.

A prata foi pra Fazenda São Paulo, em Santo Antônio do Amparo (MG), com café certificado, suínos e biodigestores no esquema. Já o bronze ficou com a Pamplona, da SLC Agrícola, que apostou em energia solar, integração lavoura-pecuária-floresta e metas de desmatamento zero. É a agenda ESG saindo da planilha e entrando na porteira.

Nas médias e pequenas, o destaque foi a diversidade: do café biodinâmico da Fazenda Camocim (ES), passando pelo suíno consciente da Estância Colorada (MS) e chegando ao camarão orgânico do Sítio São Felix (RN). Cada um na sua praia, mas todos mostrando que sustentabilidade pode caber em qualquer escala.

DE OLHO NO PORTO

Argentina mal abriu a porteira e já correu pra fechar

Foto: World Economic Forum/Ciaran McCrickard

A Argentina tinha liberado seus grãos sem taxa, mas a promoção durou pouco tempo. A suspensão dos impostos de exportação sobreviveu só três dias, mas rendeu US$ 7 bilhões em vendas externas, com direito a recorde nas vendas da soja. A oleaginosa atingiu 10,5 milhões de toneladas, maior marca em sete anos.

Com a meta batida, Buenos Aires puxou o freio de mão e voltou a cobrar 26% na soja e 9,5% no milho e no trigo. Foi uma festa relâmpago, mas que deixou reflexos em Chicago, mexendo nos preços globais.

Quem aproveitou essa liquidação foram os chineses, que garantiram, pelo menos, 20 carregamentos extras. Do outro lado, os EUA seguem com uma colheita cheia, mas contratos e bolsos vazios, tá difícil achar comprador. Pequim já mandou avisar que só vai comprar se Washington derrubar o tarifaço, que os chineses chamam de injusto.

Dentro da Argentina, pequenos e médios produtores ficaram de fora do benefício e criticaram a jogada, falaram que foi uma operação de câmbio disfarçada de política agrícola. O campo viu mais exclusão do que alívio. Pra apaziguar as coisas, Milei manteve o agrado às carnes: exportações de bovinos e frango seguem isentas de taxas até o fim de outubro.

O AGRO EM NÚMEROS

Produção de açaí ultrapassa R$ 1 bi

Foto: Canva/Creative Commons

Essa semana, o Senado aprovou uma importante mudança no Garantia-Safra, aquele benefício pago ao pequeno produtor que tem quebra de safra. Agora, o percentual de perda pra ter acesso ao valor é de 40%, em vez de 50%. O cachê continua em R$ 1.200.

Enquanto isso, a AGI Brasil abriu a porteira do crédito com um fundo de investimento de R$ 1,2 bilhão, em parceria com a BDR Construart. O objetivo deles é acelerar projetos de armazenagem de grande porte, juntando financiamento bem feitinho e tecnologia. É um dinheiro pesado, mas também é um investimento muito necessário pra quem precisa guardar grãos sem dor de cabeça.

O Banco do Brasil também entrou no jogo verde. Fechadão com a Natura, assinou um convênio de R$ 50 milhões pra financiar sistemas agroflorestais na Amazônia, de olho em recuperar 12 mil hectares e beneficiar 10 mil famílias. O projeto quer provar que dá pra ter óleo de palma no shampoo sem deixar pegada de desmatamento.

Já no campo florestal, o IBGE mostrou que a produção brasileira bateu recorde em 2024: R$ 44,3 bilhões, alta de 16,7% no ano. Minas Gerais lidera com R$ 8,5 bilhões, puxado pelo eucalipto, que já ocupa 2,1 milhões de hectares na terra do pão de queijo. É tanto eucalipto que dá pra dizer, não ironicamente, que Minas plantou quase um Sergipe inteiro dessa árvore.

Mas nem tudo foi plantio planejado. A extração de madeira nativa voltou a crescer no país, subindo 4,4% e batendo 11,9 milhões de metros cúbicos. A gente vinha de dois anos seguidos de queda nesse número, mas dessa vez não deu.

Indo pra produção, o açaí brilhou muito em 2024: ultrapassou R$ 1 bilhão em valor de produção pela primeira vez, respondendo por mais da metade dos alimentos do extrativismo. Foram 247,5 mil toneladas, quase 70% só do Pará.

RADAR SANITÁRIO

Tem chinês de olho no frango gaúcho

Foto: Divulgação/Ascom Seapi

Terminou a visita da comitiva chinesa às granjas e frigoríficos do Rio Grande do Sul. Foram vários dias passando pente fino nos controles sanitários daqui, depois que o Estado acumulou dois tropeços: doença de Newcastle em 2024 e gripe aviária em maio deste ano. Os surtos já foram controlados e até reconhecidos pela OMSA, mas o embargo chinês segue firme.

A missão contou com seis auditores da China acompanhados por fiscais do Mapa, da Seapi e da ABPA. Eles rodaram por São José do Hortêncio, Pareci Novo e Bom Princípio, indo de granja de genética a abatedouro exportador, pra ver todas as etapas do processo de pertinho.

Agora, os chineses seguem para Recife e Campinas, onde vão avaliar a estrutura de laboratórios nacionais. Se voltarem convencidos de que o Brasil segura a barra sanitária, a China pode reabrir seu mercado. O setor espera que a visita renda mais que um relatório técnico, o que está em jogo é voltar a encher navios rumo a Pequim.

PRIMEIRA SAFRA

Traz seu currículo

Foto: Senar/Divulgação

Se você tá precisando de um trampo, a gente tenta te ajudar. O IDR-Paraná abriu 173 vagas pra administração, agronomia, medicina veterinária, engenharia florestal, serviço social, zootecnia e engenharia de alimentos. Os salários vão de R$ 4.400 a R$ 9.400, com inscrições de 4 a 14 de outubro. O reforço deve chegar justamente onde o produtor mais sente falta: no apoio técnico do dia a dia.

Enquanto isso, o Senar corre contra o relógio: termina nesta sexta (26) o prazo pra se inscrever na residência agropecuária. São 200 vagas em 21 estados pra recém-formados em ciências agrárias, com bolsas de até R$ 2,5 mil. A missão? Cair direto na lida, levando diagnóstico e planejamento estratégico pros produtores atendidos pela assistência técnica.

COMO TÁ LÁ FORA

Peste suína faz estrago na Croácia

Foto: CNA/Flickr

O clima não anda nada tranquilo pros criadores de porcos na Croácia. O país teve que abater 12 mil animais depois da confirmação de Peste Suína Africana em quatro fazendas, uma delas com 10 mil animais. Desde 2023, já são mais de 51 mil suínos perdidos, 5% da vara do país. O governo apertou o cerco em estradas, fronteiras e até nos javalis, apontados como vilões do surto.

A doença não pega em gente, mas é tiro certo nos suínos. Altamente contagiosa, a PSA já dizimou centenas de milhões de porcos pelo mundo e virou dor de cabeça pra quem vive de criação de porco. A China sabe bem: precisou de política estatal dura quando o vírus detonou parte do plantel por lá.

No Brasil, a versão africana da peste nunca deu as caras, só a clássica, que já é problema suficiente. E o setor quer manter essa distância a qualquer custo.

PLANTÃO RURAL

  • Café na xícara da isenção. O setor cafeeiro brasileiro ganhou esperança depois que Lula e Trump anunciaram que vão sentar e conversar nos EUA. A Abic aposta que o café entre na lista de exceções do tarifaço de 50%, já que a produção americana é quase irrelevante.

  • Nova gestora planta ambição. Bernardo Reis e Marconi Silva, pioneiros dos Fiagro de terras, lançaram a Tane Capital, em Nova Lima. A meta é chegar a R$ 10 bilhões em ativos no agro em até sete anos. A dupla já levantou R$ 1,6 bilhão em fundos e agora promete retorno de 20% ao ano.

  • Laboratórios com manual novo. A Rede LFDA, do Mapa, lançou três novos manuais técnicos na plataforma WikiSDA. Os materiais tratam de diagnósticos fitossanitários, OGM e bioinsumos. Os documentos substituem normativos de mais de uma década e trazem diretrizes para alinhar metodologias nos laboratórios agropecuários do país.

  • Uruguai fecha porteira pra Minerva. A autoridade antitruste do Uruguai barrou, mais uma vez, a compra de três frigoríficos da Marfrig pela Minerva. Nem a promessa de revender uma planta a um grupo indiano convenceu. O negócio de até R$ 750 milhões emperrou, mas a XP diz que a Minerva segue firme na estratégia de expansão no Brasil.

  • 2,4-D liberado no sufoco. A Justiça gaúcha suspendeu a proibição do herbicida 2,4-D na Campanha e em áreas próximas a vinhedos e pomares de maçã. O governo estadual alegou risco de perdas de até 30% na soja e no milho. O produto segue liberado até julgamento final do recurso.

SE DIVERTE AÍ

Se você manja de geografia ou só gosta de arriscar um palpite no chute, o Flagle é seu jogo da vez. Ele funciona como o Wordle, mas aqui o desafio é adivinhar a bandeira do país misterioso em até seis tentativas. Cada palpite mostra o quanto você chegou perto.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Arroz

Pergunta de hoje: Qual especiaria do Oriente Médio era usada pelos egípcios para embalsamar múmias e hoje tempera carnes e pães?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

Keep Reading

No posts found