APRESENTADO POR

Bom dia!

O noticiário de hoje tá bem café forte: o Congresso liberou de vez a Embrapa das taxas pra registrar tecnologia, abrindo espaço no caixa e no cérebro pra mais inovação no campo, enquanto as exportações do agro vieram turbinadas por soja, carne bovina e café com preço lá em cima. Do lado das empresas, a Seara engata quase R$ 500 milhões em granja no Paraná e a Citrosuco leva um fundo canadense pra dentro da laranjeira, reforçando capital pra ampliar pomar e irrigação. No fundo do cenário, o governo fala em cortar pela metade a dependência externa de fertilizantes até 2050, Lula usa a lei ambiental como recado direto pro agro e a Luckin Coffee transforma o Café do Brasil em campanha gigante no mercado chinês.

Pra você acordar bem informado

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$107,58 -32,75%
Algodão (Centavos R$/LP) 343,21 -18,26%
Arroz (Saca 50kg) R$52,73 -46,81%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$322,05 0,16%
Café Arábica (Saca 60kg) R$2.235,73 -0,28%
Etanol anidro (Litro) R$3,3004 8,78%
Milho (Saca 60kg) R$69,97 -4,07%
Soja (Saca 60kg) R$141,26 1,68%
Trigo (Tonelada) R$1.183,61 -15,05%

Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).

  • Bolsa flertando com 164 mil pontos. O PIB andando 0,1% no 3º tri esfriou a economia e esquentou a aposta de corte da Selic em janeiro, com o mercado vendo 84% de chance de corte de 0,25. Com gringo comprando, banco em alta e dividendo no horizonte, o Ibovespa segue batendo recorde.

APRESENTADO POR FARSUL

AGRO+JOVEM: o encontro que coloca a nova geração no centro do agro

O AGRO+JOVEM tá chegando, vai ser amanhã, sábado (6), pra dar voz, força e espaço pra nova geração que tá assumindo o protagonismo no campo. O encontro vai reunir jovens líderes das Comissões Jovens do Norte/RS em um dia inteirinho de troca real, conteúdo prático e conversas que mexem com o futuro do agronegócio.

A programação tem de tudo: painel com sucessores que já transformam suas propriedades, debate sobre o papel das Comissões Jovens, networking, momentos de integração e um encerramento no melhor estilo gaúcho, com parrilla e música torando.

Com temas como sucessão rural, liderança e inovação, o AGRO+JOVEM não é só um evento, é um movimento que vem pra conectar ideias, inspirar ações e fortalecer quem já tá construindo o agro de amanhã.

Pra participar, é só fazer a sua inscrição e levar 1 kg de alimento não perecível.

NOS CORREDORES DE BRASÍLIA

Embrapa sem taxa, com tempo e cérebro livre

Foto: Divulgação

A Embrapa ganhou um presentão do Congresso. Deputados e senadores derrubaram o veto do presidente Lula ao PL 2694/21 e liberaram de vez a isenção de taxas que a estatal pagava pra registrar pesquisas, tecnologias e produtos agropecuários. Agora o alvará tá carimbado em definitivo: a empresa não desembolsa mais grana nessas etapas burocráticas e pode focar energia onde interessa, que é transformar ciência em solução de lavoura e pasto.

Na prática, isso significa custo menor e menos areia na engrenagem da proteção intelectual. Cada tecnologia nova que sai dos laboratórios passa por um caminho cheio de protocolo, registro e papelada antes de chegar no produtor. Quando a casa gasta menos com taxa e tramitação, sobra orçamento e fôlego pra testar ainda mais coisa nova, acelerar registro e colocar inovação no campo sem depender tanto de remendo orçamentário todo ano.

De quebra, o placar da votação mostra que o clima em Brasília tava bem alinhado nesse tema: 423 votos na Câmara e 70 no Senado, bem acima do mínimo. No mesmo combo, o Congresso ainda derrubou vetos de outra lei que destina parte de multa de trânsito pra bancar CNH de baixa renda. Mas, pro agro, o recado principal é claro: com Embrapa menos sufocada em taxa e mais livre em caixa, a chance de ter mais cultivar, bioinsumo, manejo e solução de clima saindo do forno nos próximos anos fica bem maior.

O AGRO EM NÚMEROS

Exportação em clima de festa, menos no galinheiro e no chiqueiro

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Novembro foi aquele mês em que o agro lotou porto, mas com alguns setores mancando. As exportações agropecuárias cresceram 25,8% vs novembro de 2024 e somaram US$ 5,6 bilhões, com 10,5 milhões de toneladas embarcadas, puxadas pela soja subindo 64,4% no volume. A carne bovina teve mês de ouro, com alta de quase 40% no volume e 57,9% no faturamento, o café vendeu menos físico, mas com preço médio 46,6% maior, o algodão caminha pra exportar 3,2 milhões de toneladas em 2025/26, enquanto frango e suíno vieram no contrafluxo, com queda de volume, preço e receita.

Na indústria de máquinas e equipamentos, o clima tá bem menos festivo. A receita líquida de vendas caiu 3,4% em outubro vs 1 ano antes, pra R$ 26,2 bilhões, com tombo maior no mercado interno e recuo forte em máquinas agrícolas, componentes e construção. No ano ainda tem alta de 9,1%, mas a Abimaq já projeta só 6,1% em 2025 e 4% em 2026, citando juro alto, tarifaço dos EUA derrubando mais de 40% das exportações pro país e várias empresas cortando gente pra ajustar a conta.

No café, o Brasil entregou o que era pra ser um ano ruim com uma safra grande. A Conab fechou a safra 2025/26 em 56,5 milhões de sacas, alta de 4,3% e 3ª maior da história, mesmo com bienalidade negativa. O conilon roubou a cena com 20,8 milhões de sacas, alta de 42,1%, puxado por Espírito Santo, Bahia e Rondônia. Já o arábica sentiu a bienalidade, estiagem e calor, recuou 9,7% pra 35,76 milhões de sacas, com Minas e São Paulo sofrendo mais. No saldo, menos área, mais produtividade e um Brasil que segue mandando café pro mundo em volume e em preço.

SAFRA DE CIFRAS

Canadense na laranjeira

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A Citrosuco ganhou um sócio peso pesado na roda do suco. O fundo de pensão canadense PSP Investments entrou no capital da maior exportadora de suco de laranja do mundo, que agora fica dividida em 3 acionistas minoritários: Votorantim, Grupo Fischer e PSP. Não abriram o valor do cheque, mas dá pra ter uma ideia do tamanho do estrago: o fundo fechou o ano fiscal de 2025 com US$ 300 bilhões sob gestão e já joga faz tempo em agro, florestas, grãos e madeira.

Na prática, o reforço de capital chega bem na hora em que a Citrosuco tá acelerando a expansão de pomares no sudoeste de Minas e no Mato Grosso do Sul e investindo pesado em irrigação. Com a chuva cada vez mais temperamental, áreas que há 10 anos não precisavam de água extra agora tão entrando na fila do pivô. Depois do susto com o tarifaço dos EUA, a empresa também vem puxando mais crescimento na Ásia, onde o consumo de suco de laranja tá subindo bonito.

Pra fechar a mistura, a Citrosuco ainda tempera o negócio com inovação. Em 2022 criou a Evera, divisão que transforma óleo da casca, bagaço e semente em ingrediente pra indústria de alimentos, perfumaria e fibras naturais que trocam plástico por laranja. Pro lado da Votorantim, é mais um capítulo na boa relação com fundos canadenses de longo prazo, que já rendeu expansão monstra na Auren com o CPPIB e acordos no cimento com o CDPQ. Agora é ver como esse casamento novo ajuda a manter o Brasil no topo do ranking do suco e dos derivados da fruta.

COLHENDO CAPITAL

Frango com fundo garantido

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A Seara resolveu mostrar que o frango do Paraná não tá pra brincadeira. A empresa anunciou um pacote de R$ 475 milhões pra turbinar a produção de aves no Estado, sendo R$ 300 milhões via FIDC Paraná II, montado em parceria com a Fomento Paraná. Desse bolo, R$ 60 milhões vêm do próprio governo estadual e R$ 240 milhões da Seara, que entra como cotista subordinada do fundo e ainda destrava R$ 240 milhões em créditos acumulados de ICMS.

Na prática, o dinheiro vira concreto, cama de aviário e ração. Dos R$ 300 milhões do fundo, R$ 240 milhões vão bancar a construção de novas granjas de frango de corte e de matrizes com produtores integrados da Seara e R$ 60 milhões financiam parte de uma granja de avós, aquele elencão genético que garante o berçário de matrizes pro futuro. O FIDC tem prazo de 10 anos, carência de 24 meses e juros em torno de 9% ao ano pro produtor, bem na vizinhança do Plano Safra, tudo gerido pela Suno Gestora.

E ainda tem mais milho pra essa panela. A Seara também vai colocar R$ 175 milhões no programa Rota do Progresso em Cerro Azul, construindo um complexo de granjas de avós que deve suprir toda a demanda de matrizes no Paraná. Em troca, o governo libera o mesmo valor em créditos de ICMS. No fim, é aquele círculo que o CEO Gilberto Tomazoni adora vender como “modelo virtuoso”: Estado abre mão de imposto agora, a indústria investe pesado, o integrado ganha escala e quem mora na região vê emprego, renda e muito caminhão de frango rodando na estrada.

PLANTÃO RURAL

  • Tilápia fora da lista negra (por enquanto). O MMA suspendeu o processo da lista de espécies exóticas invasoras depois do barulho em torno da tilápia. O ministério jura que a medida é preventiva e não bane cultivo, mas piscicultura e MPA temem que a tal lista vire pedágio extra pro setor.

  • Chuva modo hard ativado. A ZCAS vai descarregar água pesada nesta sexta, com alerta vermelho no centro norte de Minas e no Espírito Santo, acumulado acima de 100 mm e risco real pra lavoura, estrada e cidade. Centro Oeste, Amazônia e sul da Bahia também entram no mapa do temporal.

  • Fertilizante made in Brazil. A Embrapa lembrou que o Plano Nacional de Fertilizantes mira cortar a dependência externa de 90% pra 50% até 2050, com demanda projetada em 77 milhões de toneladas. A ideia é usar gás, logística e política industrial pra voltar a fabricar nutriente em casa e emitir menos no frete.

  • Lula, vetos e recado pro agro. No Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Lula disse que vetou mudanças na lei ambiental pra proteger o agronegócio. Avisou que, se China parar de comprar soja e outros países fecharem a porta pra carne por questão ambiental, até quem derrubou os vetos vai bater na porta do governo pedindo ajuda.

  • Café do Brasil estrelando na China. A Luckin Coffee, maior rede de cafeterias do país, vai rodar em dezembro algo perto de 400 milhões de copos com a marca Café do Brasil, mais chaveiro e mini capivara de brinde. A ação com a ApexBrasil reforça contratos bilionários de compra de café brasileiro até 2029.

SE DIVERTE AÍ

Hora de trocar planilha de exportação por mapa doido. A pedida de hoje é o Geoguessr, aquele jogo que te joga no meio de uma estrada aleatória no Street View e manda chutar em que canto do mundo cê caiu. Vale treinar olho em lavoura, placa de fazenda, língua no letreiro e até tipo de solo. Dá pra jogar solo, em dupla ou em sala com amigos e transformar “onde raios eu tô” em disputa séria de atenção aos detalhes.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Mamona

Pergunta de hoje: Qual fruto tropical brasileiro já foi usado como moeda de troca por povos indígenas?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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