
APRESENTADO POR
Bom dia!
O noticiário de hoje tá bem café forte: o Congresso liberou de vez a Embrapa das taxas pra registrar tecnologia, abrindo espaço no caixa e no cérebro pra mais inovação no campo, enquanto as exportações do agro vieram turbinadas por soja, carne bovina e café com preço lá em cima. Do lado das empresas, a Seara engata quase R$ 500 milhões em granja no Paraná e a Citrosuco leva um fundo canadense pra dentro da laranjeira, reforçando capital pra ampliar pomar e irrigação. No fundo do cenário, o governo fala em cortar pela metade a dependência externa de fertilizantes até 2050, Lula usa a lei ambiental como recado direto pro agro e a Luckin Coffee transforma o Café do Brasil em campanha gigante no mercado chinês.
Pra você acordar bem informado
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por Cepea. As variações são calculadas em YTD (Year to date).
Bolsa flertando com 164 mil pontos. O PIB andando 0,1% no 3º tri esfriou a economia e esquentou a aposta de corte da Selic em janeiro, com o mercado vendo 84% de chance de corte de 0,25. Com gringo comprando, banco em alta e dividendo no horizonte, o Ibovespa segue batendo recorde.
APRESENTADO POR FARSUL
AGRO+JOVEM: o encontro que coloca a nova geração no centro do agro

O AGRO+JOVEM tá chegando, vai ser amanhã, sábado (6), pra dar voz, força e espaço pra nova geração que tá assumindo o protagonismo no campo. O encontro vai reunir jovens líderes das Comissões Jovens do Norte/RS em um dia inteirinho de troca real, conteúdo prático e conversas que mexem com o futuro do agronegócio.
A programação tem de tudo: painel com sucessores que já transformam suas propriedades, debate sobre o papel das Comissões Jovens, networking, momentos de integração e um encerramento no melhor estilo gaúcho, com parrilla e música torando.
Com temas como sucessão rural, liderança e inovação, o AGRO+JOVEM não é só um evento, é um movimento que vem pra conectar ideias, inspirar ações e fortalecer quem já tá construindo o agro de amanhã.
Pra participar, é só fazer a sua inscrição e levar 1 kg de alimento não perecível.
NOS CORREDORES DE BRASÍLIA
Embrapa sem taxa, com tempo e cérebro livre

Foto: Divulgação
A Embrapa ganhou um presentão do Congresso. Deputados e senadores derrubaram o veto do presidente Lula ao PL 2694/21 e liberaram de vez a isenção de taxas que a estatal pagava pra registrar pesquisas, tecnologias e produtos agropecuários. Agora o alvará tá carimbado em definitivo: a empresa não desembolsa mais grana nessas etapas burocráticas e pode focar energia onde interessa, que é transformar ciência em solução de lavoura e pasto.
Na prática, isso significa custo menor e menos areia na engrenagem da proteção intelectual. Cada tecnologia nova que sai dos laboratórios passa por um caminho cheio de protocolo, registro e papelada antes de chegar no produtor. Quando a casa gasta menos com taxa e tramitação, sobra orçamento e fôlego pra testar ainda mais coisa nova, acelerar registro e colocar inovação no campo sem depender tanto de remendo orçamentário todo ano.
De quebra, o placar da votação mostra que o clima em Brasília tava bem alinhado nesse tema: 423 votos na Câmara e 70 no Senado, bem acima do mínimo. No mesmo combo, o Congresso ainda derrubou vetos de outra lei que destina parte de multa de trânsito pra bancar CNH de baixa renda. Mas, pro agro, o recado principal é claro: com Embrapa menos sufocada em taxa e mais livre em caixa, a chance de ter mais cultivar, bioinsumo, manejo e solução de clima saindo do forno nos próximos anos fica bem maior.
O AGRO EM NÚMEROS
Exportação em clima de festa, menos no galinheiro e no chiqueiro

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Novembro foi aquele mês em que o agro lotou porto, mas com alguns setores mancando. As exportações agropecuárias cresceram 25,8% vs novembro de 2024 e somaram US$ 5,6 bilhões, com 10,5 milhões de toneladas embarcadas, puxadas pela soja subindo 64,4% no volume. A carne bovina teve mês de ouro, com alta de quase 40% no volume e 57,9% no faturamento, o café vendeu menos físico, mas com preço médio 46,6% maior, o algodão caminha pra exportar 3,2 milhões de toneladas em 2025/26, enquanto frango e suíno vieram no contrafluxo, com queda de volume, preço e receita.
Na indústria de máquinas e equipamentos, o clima tá bem menos festivo. A receita líquida de vendas caiu 3,4% em outubro vs 1 ano antes, pra R$ 26,2 bilhões, com tombo maior no mercado interno e recuo forte em máquinas agrícolas, componentes e construção. No ano ainda tem alta de 9,1%, mas a Abimaq já projeta só 6,1% em 2025 e 4% em 2026, citando juro alto, tarifaço dos EUA derrubando mais de 40% das exportações pro país e várias empresas cortando gente pra ajustar a conta.
No café, o Brasil entregou o que era pra ser um ano ruim com uma safra grande. A Conab fechou a safra 2025/26 em 56,5 milhões de sacas, alta de 4,3% e 3ª maior da história, mesmo com bienalidade negativa. O conilon roubou a cena com 20,8 milhões de sacas, alta de 42,1%, puxado por Espírito Santo, Bahia e Rondônia. Já o arábica sentiu a bienalidade, estiagem e calor, recuou 9,7% pra 35,76 milhões de sacas, com Minas e São Paulo sofrendo mais. No saldo, menos área, mais produtividade e um Brasil que segue mandando café pro mundo em volume e em preço.
SAFRA DE CIFRAS
Canadense na laranjeira

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A Citrosuco ganhou um sócio peso pesado na roda do suco. O fundo de pensão canadense PSP Investments entrou no capital da maior exportadora de suco de laranja do mundo, que agora fica dividida em 3 acionistas minoritários: Votorantim, Grupo Fischer e PSP. Não abriram o valor do cheque, mas dá pra ter uma ideia do tamanho do estrago: o fundo fechou o ano fiscal de 2025 com US$ 300 bilhões sob gestão e já joga faz tempo em agro, florestas, grãos e madeira.
Na prática, o reforço de capital chega bem na hora em que a Citrosuco tá acelerando a expansão de pomares no sudoeste de Minas e no Mato Grosso do Sul e investindo pesado em irrigação. Com a chuva cada vez mais temperamental, áreas que há 10 anos não precisavam de água extra agora tão entrando na fila do pivô. Depois do susto com o tarifaço dos EUA, a empresa também vem puxando mais crescimento na Ásia, onde o consumo de suco de laranja tá subindo bonito.
Pra fechar a mistura, a Citrosuco ainda tempera o negócio com inovação. Em 2022 criou a Evera, divisão que transforma óleo da casca, bagaço e semente em ingrediente pra indústria de alimentos, perfumaria e fibras naturais que trocam plástico por laranja. Pro lado da Votorantim, é mais um capítulo na boa relação com fundos canadenses de longo prazo, que já rendeu expansão monstra na Auren com o CPPIB e acordos no cimento com o CDPQ. Agora é ver como esse casamento novo ajuda a manter o Brasil no topo do ranking do suco e dos derivados da fruta.
COLHENDO CAPITAL
Frango com fundo garantido

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A Seara resolveu mostrar que o frango do Paraná não tá pra brincadeira. A empresa anunciou um pacote de R$ 475 milhões pra turbinar a produção de aves no Estado, sendo R$ 300 milhões via FIDC Paraná II, montado em parceria com a Fomento Paraná. Desse bolo, R$ 60 milhões vêm do próprio governo estadual e R$ 240 milhões da Seara, que entra como cotista subordinada do fundo e ainda destrava R$ 240 milhões em créditos acumulados de ICMS.
Na prática, o dinheiro vira concreto, cama de aviário e ração. Dos R$ 300 milhões do fundo, R$ 240 milhões vão bancar a construção de novas granjas de frango de corte e de matrizes com produtores integrados da Seara e R$ 60 milhões financiam parte de uma granja de avós, aquele elencão genético que garante o berçário de matrizes pro futuro. O FIDC tem prazo de 10 anos, carência de 24 meses e juros em torno de 9% ao ano pro produtor, bem na vizinhança do Plano Safra, tudo gerido pela Suno Gestora.
E ainda tem mais milho pra essa panela. A Seara também vai colocar R$ 175 milhões no programa Rota do Progresso em Cerro Azul, construindo um complexo de granjas de avós que deve suprir toda a demanda de matrizes no Paraná. Em troca, o governo libera o mesmo valor em créditos de ICMS. No fim, é aquele círculo que o CEO Gilberto Tomazoni adora vender como “modelo virtuoso”: Estado abre mão de imposto agora, a indústria investe pesado, o integrado ganha escala e quem mora na região vê emprego, renda e muito caminhão de frango rodando na estrada.
PLANTÃO RURAL
Tilápia fora da lista negra (por enquanto). O MMA suspendeu o processo da lista de espécies exóticas invasoras depois do barulho em torno da tilápia. O ministério jura que a medida é preventiva e não bane cultivo, mas piscicultura e MPA temem que a tal lista vire pedágio extra pro setor.
Chuva modo hard ativado. A ZCAS vai descarregar água pesada nesta sexta, com alerta vermelho no centro norte de Minas e no Espírito Santo, acumulado acima de 100 mm e risco real pra lavoura, estrada e cidade. Centro Oeste, Amazônia e sul da Bahia também entram no mapa do temporal.
Fertilizante made in Brazil. A Embrapa lembrou que o Plano Nacional de Fertilizantes mira cortar a dependência externa de 90% pra 50% até 2050, com demanda projetada em 77 milhões de toneladas. A ideia é usar gás, logística e política industrial pra voltar a fabricar nutriente em casa e emitir menos no frete.
Lula, vetos e recado pro agro. No Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Lula disse que vetou mudanças na lei ambiental pra proteger o agronegócio. Avisou que, se China parar de comprar soja e outros países fecharem a porta pra carne por questão ambiental, até quem derrubou os vetos vai bater na porta do governo pedindo ajuda.
Café do Brasil estrelando na China. A Luckin Coffee, maior rede de cafeterias do país, vai rodar em dezembro algo perto de 400 milhões de copos com a marca Café do Brasil, mais chaveiro e mini capivara de brinde. A ação com a ApexBrasil reforça contratos bilionários de compra de café brasileiro até 2029.
SE DIVERTE AÍ
Hora de trocar planilha de exportação por mapa doido. A pedida de hoje é o Geoguessr, aquele jogo que te joga no meio de uma estrada aleatória no Street View e manda chutar em que canto do mundo cê caiu. Vale treinar olho em lavoura, placa de fazenda, língua no letreiro e até tipo de solo. Dá pra jogar solo, em dupla ou em sala com amigos e transformar “onde raios eu tô” em disputa séria de atenção aos detalhes.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Mamona
Pergunta de hoje: Qual fruto tropical brasileiro já foi usado como moeda de troca por povos indígenas?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!

