APRESENTADO POR

Bom dia!

Agora que o Pix e a 25 de Março entraram no radar da guerra comercial, o Brasil reagiu. O governo mandou carta dura pros EUA, pediu resposta imediata e criou comitê de crise. No campo, o clima pesa: 40% das lavouras estão com solo extremamente seco, e a safrinha já sente o baque.

Também tem:

• Exportação de café bate recorde histórico e puxa divisa pra cima
• Mosaic inaugura planta de US$ 84 milhões no Tocantins
• Agroterenas vai ao mercado com CRA de até R$ 320 milhões
• Dívida dos produtores no RS volta à mesa com proposta de fundo social
• Mango export: 3 mil containers podem travar com tarifa dos EUA

Só o que importa. Direto, claro e no ponto.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$118,28 1,43%
Algodão (Centavos R$/LP) 410,64 -0,95%
Arroz (Saca 50kg) R$68,13 2,57%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$298,50 -5,95%
Café Arábica (Saca 60kg) R$1.820,36 -0,76%
Etanol anidro (Litro) R$2,9598 -1,33%
Milho (Saca 60kg) R$62,84 -6,24%
Soja (Saca 60kg) R$136,48 1,07%
Trigo (Tonelada) R$1.475,81 -0,86%

Os dados são publicados por Cepea

E ESSE TEMPO, HEIN?

Safrinha só no pó

Foto: Freepik

O solo secou de vez. Segundo o programa europeu Copernicus, 40% das áreas agrícolas do Brasil já estão com níveis de umidade entre 0% e 40%. É chão duro demais pro milho, pro sorgo e pro algodão da segunda safra, que entram em fase crítica com sede.

As perdas já começam a aparecer nas lavouras plantadas mais tarde, principalmente onde o sistema é de sequeiro e irrigar custa caro ou nem é opção. O aperto pega em cheio o Centro-Oeste, o Matopiba, Minas e boa parte do Sudeste.

Enquanto isso, Norte, Sealba e parte do Sul ainda seguram as pontas com alguma chuva. Mas pro grosso da produção, o cenário é sol firme e umidade zero. A previsão pros próximos dias não ajuda: colheita segue, mas alívio hídrico que é bom, nada.

A safrinha, que prometia números bons, agora colhe estresse e incerteza. E quem ainda não perdeu, já tá fazendo conta.

ASSUNTO DE GABINETE

It’s over pro Pix

Fonte: Getty Images

A canetada protecionista de Trump veio com endereço, CEP e QR Code. Depois de anunciar um tarifaço contra o Brasil, o governo dos EUA abriu uma investigação contra práticas que, segundo eles, estariam sabotando empresas americanas. E os alvos vão da rua 25 de Março ao Pix.

No caso da 25, o argumento é que a venda de produtos piratas por aqui derruba a competitividade das marcas dos EUA. Já o Pix virou vilão por ser rápido, barato e eficiente demais. Segundo o relatório, o sistema estaria desequilibrando a briga no mercado de pagamentos, com empresas brasileiras levando vantagem sobre gigantes americanas, como Mastercard e Visa.

O relatório ainda emenda outras queixas. Diz que o Brasil dá tratamento preferencial a certos parceiros comerciais, falha na proteção da propriedade intelectual, afrouxa no combate à corrupção e dificulta a vida de empresas que não aceitam moderar conteúdo online.

Pra Washington, isso tudo é desleal. Pra Brasília, é sinal de que a eficiência brasileira está incomodando. E pra quem paga com QR Code até na feira, pode ter que voltar a pagar como faziam os Incas e Astecas.

SAFRA DE CIFRAS

3 mil containers de manga no limbo

Foto: Ceasa/ES

A conta do tarifaço de Trump já chegou no pomar. Cerca de 3 mil containers de manga brasileira, prontos pra embarcar pros EUA, podem ficar sem destino com a taxação de 50% que entra em vigor em 1º de agosto.

A Abrafrutas levou o alerta pra Brasília. Os produtores já compraram embalagem, fecharam com distribuidor, organizaram a logística. Não tem pra onde correr. Tentar jogar tudo na Europa ou no mercado interno seria pedir pra quebrar os dois.

Em 2024, os EUA foram destino de 14% das mangas exportadas pelo Brasil e responderam por 13% da receita. Não dá pra tratar como mercado secundário.

As entidades do setor querem tirar os alimentos da lista das tarifas, mas por enquanto, o que tem é manga madura sem rota e produtor fazendo conta com gosto amargo.

NA CANETADA

Brasil cobra no grito e se arma contra tarifaço de Trump

Foto: Wilton Júnior/Estadão conteúdo

O Brasil cansou de esperar e resolveu bater na porta da Casa Branca. Depois do tarifaço de 50 % anunciado por Trump sobre todas as exportações brasileiras, o governo mandou uma cartinha nada amistosa aos chefões do comércio dos EUA cobrando resposta. O recado foi direto: ou rola negociação ou a parceria histórica vai pro brejo.

Na carta, assinada por Alckmin e Mauro Vieira, o tom é de quem já esticou a boa vontade até o talo. Brasília lembra que avisou com antecedência, que mandou proposta formal em maio e que vem jogando limpo há meses. E, mesmo com um déficit de 410 bilhões de dólares na conta comercial com os americanos nos últimos 15 anos, só recebeu silêncio de volta.

Agora, além do recado, vem o recuo estratégico com dedo no gatilho. Um comitê especial já começou a desenhar o plano B, com o agro e a indústria sentando à mesa pra discutir impacto e retaliação. Também tem articulação rolando com empresas dos EUA, parlamentares e até organismos internacionais.

Se Trump achou que ia passar recibo sem reação, errou o país. O Brasil ainda quer negociar, mas já deixou claro: se o papo não rolar, tem troco, ainda mais depois das investigações lançadas pelo presidente americano. O bagulho ta doido!

DICA AGRO ESPRESSO

Previsão com pegada agro

O Agroclima PRO, da Climatempo, é o tipo de app que todo produtor deveria ter no bolso. Ele mostra previsões detalhadas por cultura, região e época do ano, com dados de chuva, temperatura, umidade e até risco de praga. Dá pra acompanhar lavoura por lavoura e se planejar com mais precisão.

A versão gratuita já entrega bastante coisa, mas a PRO vem com mapas interativos, alertas e análise agrometeorológica personalizada. Funciona no celular e no desktop, direto no navegador. Pra quem vive de clima, é quase trator de bolso.

Disponível para Android, IOS e no navegador.

CAMPO 4.0

IBRA megalab leva laboratório pra dentro da porteira

Foto: Divulgação

O IBRA megalab acaba de inaugurar sua terceira franquia, e a novidade tem endereço inédito: uma cooperativa. A nova unidade foi aberta dentro da Copasul, em Naviraí (MS), marcando a estreia do modelo dentro de uma estrutura coletiva. A jogada é clara: encurtar o caminho entre o solo e o diagnóstico.

O modelo de franquias foi lançado em 2022 e já responde por 22% do faturamento em análises de solo. Tem unidade em Sorriso (MT), Luís Eduardo Magalhães (BA) e novas implantações a caminho em Maringá, no Rio Grande do Sul e em Goiás. Todas operam com equipamentos de ponta, como o SpecSolo, desenvolvido com a Embrapa, que junta precisão, velocidade e baixo impacto ambiental.

Além das franquias fixas, o IBRA aposta em versões pocket: o Lab Digital e o Lab Móvel, que levam a análise pra qualquer canto, sem depender de estrutura física tradicional. O foco é um só: entregar agilidade e precisão na leitura do solo, com cara de tech e pegada de campo.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Prêmio AbagRP de jornalismo abre inscrições

Foto: Divulgação/ABAGRP

Estão abertas as inscrições pro Prêmio ABAG/RP de Jornalismo “José Hamilton Ribeiro”, que chega à 18ª edição buscando vozes que entendem o agro e sabem traduzi-lo pra quem tá fora da porteira. Vale pra profissionais e estudantes. E vale prêmio em dinheiro também: até R$ 12 mil por modalidade.

Na categoria Jovem Talento, o tema é livre. Já entre os profissionais, só entra na disputa quem escrever sobre o agro paulista, em qualquer contexto. Os formatos vão de TV e jornal impresso até podcast e grandes reportagens multiplataforma. As inscrições ficam abertas até 30 de outubro, pra matérias publicadas entre 11 de novembro de 2024 e 30 de outubro de 2025.

Além da premiação, o projeto promove ciclos de visitas e palestras que colocam os participantes no olho do agro real. Na edição mais recente, 115 estudantes visitaram lavouras, indústrias, exportadoras e até redações de programas especializados. Porque entender o agro de verdade começa com o pé no barro.

ATUALIZAÇÃO RURAL

Fábrica nova de bioinsumos brotando

Foto: Divulgação

A IdeeLab Biotecnologia abre oficialmente, hoje (17), sua nova fábrica de bioinsumos em Cambé, no norte do Paraná, e já colocou os biorreatores pra rodar. Com mais de R$ 30 milhões investidos, a planta chega prometendo muito emprego, inovação e microrganismo por metro quadrado.

O objetivo é acelerar a virada do agro químico pro agro biológico. A empresa atua desde a descoberta do microrganismo até a industrialização do produto final, com 30 tecnologias licenciadas e mais 30 na fila. Tudo isso com um time de mais de 40 pesquisadores e maquinário parrudo que vai de 100 a 5 mil litros.

A operação segue padrão gringo de qualidade e aposta no biológico como motor de escala. Cambé vira agora o novo endereço da biotecnologia aplicada, e deve colher frutos bons dessa parceria.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Hoje é dia de Termo. O jogo é simples: uma palavra por dia, seis chances pra acertar. Acertou a letra e o lugar? Verde. Acertou a letra, mas errou o lugar? Amarelo. Errou tudo? Cinza. E segue o baile.

Parece fácil, mas tem dia que o cérebro escorrega no vocabulário. A dica é começar com palavras genéricas, tipo “tente” ou “carro”, e ir afinando a mira.

Tá no ponto? Joga aqui: term.ooo

E se acertar na primeira, pode printar e esfregar no grupo.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Sorgo

Pergunta de hoje: Qual produto agrícola brasileiro tem o maior valor agregado por tonelada, mas quase nunca aparece nas manchetes?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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