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Bom dia!

O alívio começa a chegar ao pequeno produtor com o Desenrola Rural tirando dívidas da planilha, enquanto o frio generoso no Sul promete maçã crocante e caixa cheio em 2026. No tabuleiro maior, diplomacia, bancos e cadeias inteiras se mexem e podem mudar custo, crédito e planejamento do agro.

Também tem:
• Lula defende comércio com a China e critica os EUA em Iracemápolis
• COP30 volta atrás e libera pratos paraenses como açaí e tucupi
• Lucro do Banco do Brasil cai com inadimplência do agro e crédito mais caro
• Brasil, EUA e Austrália ensaiam aliança para promover o algodão

Tudo que você precisa saber.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 136.340 15,02%
SLCE3 R$16,90 -0,71%
ABEV3 R$12,04 8,23%
BEEF3 R$4,91 3,15%
RAIZ4 R$1,04 -51,17%
Bitcoin US$117.906,20 20,18%
Ethereum US$4.496,09 24,72%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Calorão e ciclone no cardápio da semana

Foto: Freepik

O Brasil entra na semana com um caos climático nada básico: de um lado, um ciclone extratropical prometendo ventania de até 100 km/h e chuva de encharcar a lavoura no Sul. Do outro, o famoso veranico que vai transformar o Centro-Oeste e o interior do Sudeste em estufa, com termômetros beirando os 40 °C.

Para quem planta, o clima vem cheio de efeitos colaterais. No Sul, temporais podem atrasar colheitas de milho e trigo, além de jogar granizo no caminho. Já no Centro-Oeste, a secura bate recorde, aumentando o risco de incêndio.

Enquanto isso, o Norte e o Nordeste vivem na gangorra: chuva firme em partes do Amazonas e do litoral nordestino, mas calor esturricante no interior, passando fácil dos 35 °C. Resumindo: a semana é de extremos.

COMO TÁ LÁ FORA?

Carrinho de compras virou vilão nos EUA

Foto: Getty Images

Quase 90% dos americanos estão estressados com a conta do supermercado, segundo pesquisa do AP-NORC. A inflação dos alimentos correu mais rápido que a geral: 3% contra 2,7%. O frango virou símbolo da dor de cabeça, com o peito subindo US$ 0,81 por libra em um ano.

E não é só comida que pesa: 47% dos entrevistados também apontam o custo da moradia como drama, seguidos por salário, saúde e dívidas no cartão. Ovos dispararam 27,3%, carne moída subiu US$ 0,67 por libra e até bebidas não alcoólicas ficaram 4,4% mais caras.

O horizonte não promete alívio. Estimativa da Universidade Yale prevê que as tarifas de Trump adicionem mais 3% aos preços, podendo jogar hortifrúti para cima em até 7%. Com Brasil, México, Canadá, Europa e China entre os principais fornecedores, a guerra comercial pode transformar a dieta americana num banquete bem amargo.

RADAR DO AGRO

Desenrola Rural já diluiu R$ 6,3 bi em dívidas

Foto: Arquivo/Governo do RS

Em apenas cinco meses, agricultores familiares renegociaram R$ 6,3 bilhões no Desenrola Rural, segundo o MDA. Foram 313 mil contratos de 175 mil produtores repactuados, acima da meta inicial. O Nordeste lidera o acesso, seguido pelo Sul, com destaque para dívidas de pequeno valor junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

A maior parte das operações envolve contas de até R$ 20 mil, o que mostra o peso do endividamento entre pequenos produtores. Só com a Dívida Ativa na PGFN foram 72,8% das renegociações, enquanto Banco do Nordeste, Sicredi e outras instituições dividiram o restante. Famílias assentadas também renegociaram R$ 60,9 milhões em créditos do Incra.

O programa lançado em fevereiro atende agricultores familiares, pescadores artesanais, quilombolas, indígenas e cooperativas. Mais que aliviar contas atrasadas, a ideia é devolver acesso ao crédito do Pronaf e permitir novo fôlego para investir, gerar renda e fortalecer a agricultura familiar.

DE OLHO NO PORTO

Agro brasileiro abre caminho no Japão

Foto: Reprodução (Porta da Indústria)

O agro brasileiro desembarcou no Japão com uma mala cheia de ambições: carne bovina, suína e farelo de soja. A prioridade foi clara: liberar o mercado japonês para a carne bovina nacional, com expectativa de anúncio até o fim do ano, embora só para alguns estados.

Na suinocultura, Santa Catarina continua reinando como único fornecedor, mas o Brasil pediu passagem para outros estados. Já no farelo de soja, a conversa foi direta: os japoneses querem comprar mais, mas exigem preço mais competitivo e logística afiada. Hoje levam até 600 mil toneladas por ano, mas precisam de quase três vezes isso.

Entre reuniões e sushi, o agro brasileiro também marcou presença na Expo Osaka 2025, onde ABPA, Abiove, Abramilho, Unem e Aprosoja venderam a imagem do Brasil como fornecedor confiável e de longo prazo. A mensagem foi certeira: o Japão quer estabilidade, e o agro brasileiro está pronto para vestir o quimono e ocupar esse tatame.

ASSUNTO DE GABINETE

Lula cutuca EUA e estende tapete vermelho para a China

Foto: Ricardo Stuckert/PR/Agência Gov

Na inauguração da nova fábrica da montadora chinesa GWM, na última sexta-feira (15), em Iracemápolis, Lula voltou a cutucar os Estados Unidos e enalteceu a parceria com a China. O presidente destacou que o país asiático já movimenta o dobro do comércio que o Brasil tem com os americanos e defendeu um multilateralismo mais justo.

O investimento da montadora não é pequeno. São R$ 4 bilhões até 2026 e mais R$ 6 bilhões previstos até 2032, com direito a centro de pesquisa, inovação e uma penca de empregos diretos e indiretos. Lula aproveitou para pedir que mais empresas chinesas façam do Brasil uma base para expandir vendas pela América Latina.

Alckmin também marcou presença, lembrando que a indústria automotiva brasileira é a oitava maior do mundo e cresceu 9,3% em 2024, acima da média global.

SAFRA DE CIFRAS

O inverno mais brabo da década pode render a maçã mais doce do ano

Foto: ABPM/Divulgação6

Se para muita gente o inverno de 2025 está sendo sinônimo de cachecol e gripe, para os produtores de maçã ele é quase um presente de Natal adiantado. Com mais de 600 horas abaixo dos 7°C, as macieiras do Sul estão acumulando energia como nunca e devem render uma safra 37% maior em 2026.

A Associação Brasileira de Produtores de Maçã estima uma colheita de 1,1 milhão de toneladas, cerca de 300 mil a mais que no ano passado, quando veranicos e excesso de chuva sabotaram a floração. Para os produtores a diferença é nítida: a produtividade deve saltar de 22 para 40 toneladas por hectare.

O frio constante não só garante brotação uniforme, mas também frutos maiores e mais doces. Agora, a torcida é por um setembro seco e ensolarado para a polinização e por noites amenas antes da colheita, que começa em janeiro com a variedade Gala e vai até maio com a Fuji. Se o clima colaborar, o produtor de maçã pode finalmente ver o caixa cheio depois de duas safras frustradas.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Sabe aquele amigo misterioso que nunca fala nada direto? O Contexto é tipo isso, mas em forma de jogo. Você digita palavras e recebe pistas de proximidade semântica até descobrir a resposta escondida pelo algoritmo de inteligência artificial. Quanto menos tentativas, mais gênio você parece ser.

O jogo é viciante porque mistura lógica, vocabulário e um pouco de feeling. Às vezes a palavra está na ponta da língua, mas o Contexto vai te obrigar a girar em torno dela até finalmente acertar. Quer testar sua sagacidade? Então clica aqui: contexto.me

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Grão-de-bico

Pergunta de hoje: Qual planta cultivada pelos egípcios há mais de 4 mil anos também é usada hoje para fazer bioplástico?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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