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Bom dia!
Na COP30, o Brasil quer provar que dá pra ser verde sem travar o agro, enquanto as montadoras, lá na Alemanha, desaceleram o ritmo e focam em eficiência. No meio disso, tem produtor de açaí faturando em dólar, pecuarista surfando em margens gordas, cogumelo virando componente de computador e Trump botando a culpa do churrasco caro nos frigoríficos estrangeiros.
Pra você acordar bem informado.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
APRESENTADO POR VERSAT (SNASH)
AgriZone abre as porteiras da COP30

Foto: Embrapa
O agro ganhou camarote próprio na COP30. A AgriZone, apelidada de Casa da Agricultura Sustentável, abriu as porteiras hoje em Belém, pertinho do palco principal. São 378 eventos, painéis e experiências imersivas pra mostrar que o campo também fala em carbono neutro e biodiversidade, só que com sotaque de fazenda.
A programação vai das 10h às 18h e tem de tudo: lançamento do livro Ciência para o Clima, debates sobre bioeconomia, agricultura familiar e baixo carbono. A Embrapa selecionou 450 propostas e montou uma vitrine pro agro provar que dá pra produzir, conservar e faturar, tudo de uma vez.
E o networking tá rendendo. A Embrapa e a Nestlé vão anunciar parceria pra reduzir emissões no leite e no cacau, enquanto o IICA vai assinar carta pra abrir um escritório da Embrapa na Costa Rica. A abertura oficial é amanhã (11), mas a vontade do agro de mostrar que também pode ser verde já tá na cara faz tempo.
O AGRO EM NÚMEROS
Agritechnica esquenta os motores e esfria os balanços

Foto: DLG Agritechnica/Reprodução
A maior feira de máquinas agrícolas do mundo tá pocando em Hannover, na Alemanha. Apesar do frio de doer, dentro dos corredores aquecidos e quentinhos da Agritechnica 2025, o público tá se espremendo todo pra ver os tratores elétricos, híbridos e autônomos. Mas apesar do show tecnológico, as gigantes do setor chegaram tirando pé do acelerador: depois de lucros bem murchos, John Deere, CNH e AGCO focaram mais em eficiência e sustentabilide, sem muita frescura.
As contas não mentem. A John Deere viu o lucro cair 26%, a CNH encolheu quase 80% e a AGCO reduziu a produção pra evitar estoques cheios. Mas teve bastante novidade com lançamentos mais seletivos e discursos sobre sustentabilidade foram o novo combustível da feira. O Puma 240 da Case IH agora roda com etanol hidratado, a Fendt trouxe modelos com limpeza automática e a John Deere exibiu um trator 100% elétrico de 130 cv que trabalha num silêncio de dar inveja.
Mesmo em marcha lenta, a inovação segue firme. Startups apresentaram sensores, assistentes de direção e tratores que quase vão sozinhos pro talhão. O recado dado lá em Hannover tá claro: o agro tá revisando o manual, trocando potência bruta por inteligência. Não da pra ficar pra trás e esperar tudo cair no colo, quem quer rir, tem que fazer rir.
O AGRO EM NUMEROS
Aceita um pix ou dobra e passa pro próximo?
A COP30 começou com um mimo suíço pro Brasil: o país europeu anunciou mais R$ 33 milhões pro Fundo Amazônia, dobrando o pix inicial e passando pro próximo. O dinheiro vai pra projetos de combate ao desmatamento e pra fortalecer comunidades locais. Marina Silva comemorou o cheque e aproveitou pra lembrar que o desmate caiu 50% desde 2022.
Enquanto isso, no Acre, o feijão virou celebridade nutricional e sonho de quem bate ponto na academia. Um estudo da Embrapa Acre revelou que variedades crioulas do Vale do Juruá têm até 35% mais proteína que os feijões comuns. As sementes, que são cultivadas há várias gerações por agricultores familiares, mostraram também altos índices de antioxidantes e resistência ao tempo.
E no setor sucroenergético, uma virada digna de final de novela: depois de 15 anos de calote, 2,5 mil trabalhadores de uma usina falida vão receber R$ 50 milhões em acordos trabalhistas. O valor pode chegar a R$ 100 milhões se mais negociações forem fechadas. Justiça lenta, mas doce, igual caldo de cana.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Tragédia no Sul

Foto: Reuters/via Governo do Estado do Paraná
O Paraná ficou em ruínas depois que um tornado atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, deixando um rastro de destruição quase total. O fenômeno, causado por um ciclone extratropical, derrubou casas, escolas, comércios e parte da rede elétrica. Segundo o governo estadual, 90% da cidade foi destruída, com seis mortes confirmadas, mais de 400 feridos e centenas de famílias sem abrigo.
O governador Ratinho Junior decretou calamidade pública e montou uma força-tarefa pra reconstrução. Técnicos da Cohapar e do Crea-PR percorrem o município pra mapear as áreas afetadas e definir o que pode ser recuperado. Ginásios e centros comunitários viraram alojamentos improvisados, enquanto cidades vizinhas, como Laranjeiras do Sul, se mobilizam pra acolher parte dos desabrigados.
Equipes da Defesa Civil distribuíram 2,6 mil telhas, 1,2 mil cestas básicas, 565 colchões e kits de higiene e limpeza. Caminhões, ambulâncias e maquinários chegaram de várias regiões pra reforçar o trabalho de resgate e limpeza. A recomendação do governo é que novas doações aguardem orientação oficial, pra garantir que a ajuda chegue a quem realmente precisa.
O governo federal também acionou o alerta. O ministro Waldez Góes confirmou o envio de equipes da Defesa Civil Nacional pra atuar junto aos municípios, avaliar prejuízos e liberar recursos emergenciais. A prioridade é restabelecer serviços básicos e garantir abrigo às famílias afetadas.
Entre perdas materiais e emocionais, o desafio agora é transformar solidariedade em reconstrução. A previsão é de que o levantamento de prejuízos comece nesta semana, com apoio técnico do estado.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Quanto de memória RAM tem esse shitake?
Parece papo de quem exagerou no chá de cogumelo, mas é só ciência mesmo. Pesquisadores da Universidade de Ohio conseguiram transformar cogumelos em chips capazes de armazenar e processar dados. O segredo tá no micélio, aquela rede de filamentos brancos que sustenta o fungo e conduz sinais elétricos como se tivesse memória própria.
O teste surpreendeu até quem tava com a lupa na mão. O chip de cogumelo alternou entre estados elétricos quase seis mil vezes por segundo, com 90% de precisão. Tudo isso sem precisar de mineração, metais raros ou um consumo absurdo de energia. É o tipo de inovação que resolve pepino com solo fértil.
Enquanto os chips de silício esquentam os data centers do mundo, o shiitake promete fazer o mesmo serviço gastando quase nada e ainda de forma biodegradável. Se der certo, o futuro da tecnologia pode ser cultivado no mesmo lugar onde o agro já colhe alimento: a terra.
NAS CABEÇAS DO AGRO
A carne ta cara e a culpa é deles
Donald Trump achou um novo bode expiatório pro preço salgado do churrasco americano: os frigoríficos estrangeiros. O presidente mandou o Departamento de Justiça investigar gigantes como a brasileira JBS, acusando-as de manipular preços e lucrar às custas do povo americano. Bastou o post nas redes pras ações da JBS caírem mais de 6%.
O aumento de 16% no preço da carne bovina virou tema quente na política dos EUA. Com o rebanho no menor nível em sete décadas por causa da seca, a oferta tá curta, os empacotadores operam no vermelho e o consumidor paga caro. Trump, pressionado pelas derrotas eleitorais de seus parças e pela inflação da carne moída, decidiu que o problema era dele e ele podia colocar a culpa em quem quisesse.
Enquanto a investigação não anda, o boi segue caro e o presidente tenta salvar a própria pele cutucando quem tem gado em jogo. Mas esse tiro pode sair pela culatra.
ACONTECEU NO AGRO
Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA
A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Confere aí no vídeo tudo que eles fizeram:
PLANTÃO RURAL
Do pasto à vitrine da COP. O agro brasileiro vai ocupar um espaço nobre na COP30 com o Programa Reverte, que já transformou 279 mil hectares de pastagens degradadas em lavouras produtivas. Criado por Itaú, Syngenta e The Nature Conservancy, o projeto tem como meta alcançar 1 milhão de hectares recuperados até 2030.
Açaí com visto internacional. Em Inhangapi (PA), o casal Mario e Letícia faz o açaí brasileiro cruzar oceanos. A Bona Fruit, que hoje soma 30 mil pés, já exporta pra Austrália, Japão e EUA; e agora mira a Europa. O negócio ficou parado por dois meses por causa do tarifaço de Trump, mas os contratos foram refeito e as polpas voltaram a embarcar.
Lucro confinado. O confinamento de gado tá em alta com o milho mais barato e o boi gordo valorizado. Produtores de Mato Grosso relatam margens gordas, boi a R$ 300 e custo a R$ 200 por arroba. A Assocon calcula que o Brasil vai fechar 2025 com 11 milhões de animais confinados.
SE DIVERTE AÍ
Hora de ver se o vocabulário tá mais afiado que facão de cortar cana. O jogo do dia é o Termo, aquele clássico brasileiro em que você tem seis tentativas pra descobrir a palavra secreta. Cada palpite revela se as letras estão no lugar certo ou só passeando por ali. Um bom treino pra mente e uma ajuda pro cafezinho render mais um pouco.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Sisal
Pergunta de hoje: Qual fruto paraense é alimento básico no Norte e rende polpa energética consumida com peixe e farinha?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!




