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Bom dia!

O tempo virou no Sul: granizo, vento e frio deram as caras e deixaram lavoura de soja em frangalhos e ainda tá chegando um ciclone. No campo digital, a IA quer revolucionar o agro, mas ainda esbarra na falta de conexão. A Embrapa prepara um exército verde pra COP30, e o rodeio brasileiro acaba de ganhar um novo astro milionário.

Pra você acordar bem informado.

Por Enrico Romanelli

O tempo no Sul tá prestes a virar um pesadelo A MetSul alerta que um ciclone vai nascer no Pacífico, cruzar os Andes e bater ponto no Brasil entre quinta e sexta (6 e 7) dessa semana, trazendo chuva grossa, vento de assustar e muito caos no Rio Grande do Sul.

As previsões tão falando de até 100 mm de chuva em 24 horas e rajadas que fariam qualquer espantalho pedir demissão. A frente fria também deve dar as caras em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, com chance de granizo e ventos de até 100 km/h, forte suficiente pra transformar qualquer guarda chuva em OVNI.

No sábado (8), o ciclone deve meter o pé e ir pro Atlântico, mas vai deixar um corredor de estrago com direito a lavouras encharcadas, propriedades danificadas e muito produtor olhando pro céu e pensando “de novo, não”.

A Inteligência Artificial pode até prever praga, chuva e movimento de mercado, mas sem internet, ela é igual celular sem bateria, não faz nada. Lá no Agtech Meeting, em Piracicaba, especialistas do Google Cloud e da PwC lembraram o óbvio que muita gente esquece: não dá pra falar em revolução tecnológica se o Wi-Fi some assim que acaba a porteira. Mais de 60% das áreas produtivas no Brasil ainda vivem em modo avião, num limbo digital, onde o 4G é lenda urbana e o Wi-Fi, item de luxo.

A consultora Débora Lalo, do Google Cloud, foi direta: IA sem gente treinada e conectada é igual plantadiera sem semente, só serve de enfeite. Tem produtor que investe milhões em maquinário inteligente e acaba usando só o farol e o banco aquecido. O problema não é falta de tecnologia, é falta de rede (e de preparo) pra operar o que já existe.

Enquanto isso, empresas como a Hughes e a Soil tentam religar o Brasil rural ao século 21, levando sinal até o extremo oeste da Bahia, onde o 4G é lenda urbana, ou rural. Só 28% das áreas irrigadas por lá têm internet decente. E como disse um dos palestrantes, “não adianta ter iPhone e usar só pra fazer ligação”. No agro digital, sem conectividade e capacitação, a inteligência artificial continua sendo só… artificial.

O campo mostrou que continua puxando a fila da economia. A renda dos trabalhadores da agropecuária subiu 6,5% no trimestre, e o salário médio chegou a R$ 2.198, segundo o IBGE. O agro ainda abriu 260 mil novas vagas e ajudou a empurrar a massa salarial nacional pra um recorde histórico de R$ 354,6 bilhões.

No norte de Mato Grosso, a matemática também fecha bonita. Os irmãos Biancon recuperaram 4 mil hectares de pasto cansado e colheram 315 arrobas de algodão por hectare, com ajuda do programa Reverte, da Syngenta e Itaú BBA. A fazenda virou vitrine de integração lavoura-pecuária e já pensa em produzir biofertilizante com dejetos bovinos pra reduzir custos.

Depois de décadas virando meme entre engenheiros e produtores, a Transnordestina promete finalmente sair do projeto. O Ministério dos Transportes lançou o edital pra retomar as obras do trecho entre Custódia e Arcoverde (PE) — são 73 km de ferrovia e R$ 415 milhões pra fazer acontecer. A licitação tá marcada pra 8 de janeiro, e o governo jura que o trecho fica pronto em 5 aninhos. Mas é daquele jeito, né, nunca dá pra saber quantos anos realmente vai levar.

O plano é transformar o Nordeste num corredor logístico de responsa, ligando Salgueiro (PE) a Suape (PE) e, no futuro, Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). O ministro Renan Filho garantiu que mais dois editais vêm aí: um entre Cachoeirinha e Belém de Maria, outro entre Arcoverde e Pesqueira. Se realmente rolar tudo isso, vai abrir um baita caminho pra escoar produção e mineração.

Por enquanto, 38% da ferrovia já tá pronta em Pernambuco, com 179 km entregues e o resto ainda sentado, esperando verba, boa vontade e milagre. Se dessa vez o cronograma andar, o produtor nordestino vai poder trocar o caminhão atolado pela locomotiva e levar soja, milho e minério no embalo, tudo sem precisar desviar dos buracos das BR.

Se a vida te der espinhas… faz um gel cicatrizante. Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) criaram um hidrogel à base de pele de tilápia que acelera a cicatrização de feridas em cães e gatos e promete virar o novo santo milagreiro dos veterinários. Em testes, o remédio peixe-friendly reduziu as lesões já na primeira semana, sem precisar sacrificar nenhum Nemo no processo. O segredo tá no colágeno do peixe, que é quebrado, secado, virado em pó e depois em gel.

Nos laboratórios da UEPG, o produto vem salvando peles e conquistando corações peludos. A estrela do estudo é a Pixy, uma gata resgatada toda machucada que virou garota-propaganda da ciência paranaense depois de se recuperar com o tratamento. Os pesquisadores aplicam o gel duas vezes por dia e juram que o resultado é mais rápido que coceira de pulga: em uma semana, as feridas já começam a fechar.

E a genialidade não passou batida: o projeto ganhou R$ 200 mil do Programa Prime, parceria entre o Sebrae e a Fundação Araucária, e agora planeja escalar a produção e criar uma linha completa de produtos com base na proteína da tilápia. O professor Flávio Beltrame aposta no potencial comercial e ambiental da ideia: “A gente tá mostrando que o que sobra da tilápia pode virar cura, e, de quebra, ainda movimentar a bioeconomia do agro brasileiro.”

Quer dar um descanso pro cérebro, mas sem desligar completamente? Tenta o Termo, o jogo brasileiro que virou vício nacional. Todo dia tem uma palavra nova pra descobrir em seis tentativas — e nada mais satisfatório que ver aquelas letrinhas ficarem todas verdes. Bora testar o vocabulário e a teimosia?

Resposta da edição passada: Babaçu

Pergunta de hoje: Qual árvore amazônica foi base da borracha que acelerou a Revolução Industrial no fim do século 19?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!