APRESENTADO POR

Bom dia!

A Petrobras sondou caminhos na Raízen e o mercado respondeu. No tabuleiro externo, Haddad relata um impasse duro com os Estados Unidos enquanto o Cade aperta o cerco e suspende a Moratória da Soja, movimento que pode mexer com compliance, compras e reputação.

Também tem:
• Soja deve embarcar 9,2 milhões de toneladas em agosto
• Fertilizantes batem recorde de importação em julho e preços sobem
• Balança registra superávit na terceira semana de agosto
• Adecoagro amarga prejuízo no trimestre com quebra de cana
• Cooperativa é condenada por poluição em córrego no Paraná

Pra você se inteirar em tudo que tá rolando no agro.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

FOCUS 2025 Semana 2026 Semana
Câmbio (R$/US$) 5,60 0,00% 5,70 0,00%
IPCA (%) 4,95 -1,95% 4,40 -0,29%
PIB (%) 2,21 0,00% 1,87 0,00%
Selic (% a.a.) 15,00 0,00% 12,5 0,00%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Veranico torando e ciclone no retrovisor

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O inverno decidiu dar uma escapada e vai deixar o Brasil com cara de verão. Entre os dias 20 e 25 de agosto, um bloqueio atmosférico promete sol forte e termômetros batendo 38 °C a 40 °C em boa parte do Centro-Oeste, interior de São Paulo e até norte do Paraná. No Rio, os 30 °C voltam fácil já no meio da semana.

Enquanto isso, o Sul prepara o guarda-chuva: um novo ciclone extratropical se forma entre Argentina e Uruguai e deve espalhar temporais pelo Rio Grande do Sul e oeste de SC e PR já a partir de hoje (19). A previsão inclui raios, rajadas de vento de até 90 km/h e uma trégua no calorão local.

No Nordeste, a atenção fica para chuvas fortes no litoral de Sergipe, Pernambuco e Alagoas, enquanto o sertão segue seco. Já no Norte, o padrão é de pancadas isoladas no Acre, Rondônia e Amazonas, mas com risco de chuva intensa em Roraima e Amapá.

PAUTA VERDE

Plano Clima esquenta a briga entre o campo e o verde

Foto: Wenderson Araujo/CNA

O Plano Clima mal saiu da gaveta e já virou B.O. político. O governo quer que a agropecuária corte 36% das emissões até 2030 e 54% até 2035. Para chegar nesses números, somou na conta do setor não só os 643 milhões de toneladas de CO2 da produção, mas também mais 813 milhões vindos de desmatamento, e foi aí que o caldo entornou.

Entidades do agro e a bancada ruralista acusam o texto de transformar o produtor no vilão climático do Brasil, justo às vésperas da COP30, em Belém. Eles dizem que o plano desconsidera avanços sustentáveis no campo, como integração lavoura-pecuária-floresta, bioinsumos e plantio direto, e ainda serve de bandeja para que Estados Unidos e União Europeia usem o tema como barreira comercial.

Bruno Lucchi, da CNA, reclama que a proposta “passa uma mensagem errada” e pode até reforçar classificações de alto risco para o Brasil na Lei Antidesmatamento da União Europeia. Parlamentares também acusam o governo de usar bases de dados “não oficiais”, como o MapBiomas, e modelos pouco transparentes, como o sistema Blues.

O Ministério do Meio Ambiente não arredou o pé. A Pasta diz que o plano já considera as remoções de carbono feitas no campo, garante estabilidade das emissões até 2035 e aposta em novas tecnologias para aumentar a produção com menos impacto. Ambientalistas foram além: afirmaram que 75% das emissões brutas do país estão ligadas ao agro e que, em grande parte, área derrubada vira pasto.

Enquanto o setor pede que a conta do desmate fique com o poder público, ambientalistas defendem que o produtor “faça o dever de casa”. No meio disso, o prazo da consulta pública terminou ontem, com o agro ainda tentando convencer o Ministério da Agricultura a bater de frente com o do Meio Ambiente.

RADAR DO AGRO

Tilápia tá nadando bem em casa, mas pode afogar lá fora

Foto: Ernesto de Souza

O primeiro semestre foi de braçadas largas para a piscicultura brasileira: as exportações de tilápia cresceram 52%, puxadas pelos embarques de filé fresco aos Estados Unidos, que sozinhos levaram 90% da produção exportada. O mercado interno também deu sinais positivos, com mais oferta, queda nos preços e peixes chegando à mesa dos consumidores mais gordos, o peso médio subiu de 921 gramas para 1,023 kg.

Mas a maré virou rápido. O tarifaço deve praticamente zerar os embarques no segundo semestre, jogando o excesso de oferta para dentro de casa. O problema ganha tempero extra com o filé de tilápia importado do Vietnã, que chega ao mercado brasileiro a preços bem abaixo dos nacionais, acendendo o alerta de dumping e de quebra de competitividade para produtores locais.

Com margens apertadas (a bruta caiu quase pela metade no semestre) e importações ameaçando o setor, a tilápia, que já responde por 70% da aquicultura nacional, entra em águas turbulentas. A saída, segundo especialistas, passa por abrir novos mercados e diversificar produtos, para que o peixe que mais cresce no Brasil não acabe engolido pela concorrência internacional.

ASSUNTO DE GABINETE

Cade suspende a Moratória da Soja e acende fogo cruzado

Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

A Superintendência-Geral do Cade mandou suspender, em caráter preventivo, a Moratória da Soja, acordo firmado por 30 grandes tradings para barrar a compra do grão produzido em áreas desmatadas da Amazônia Legal após 2008. Para o órgão, o pacto cheira a formação cartel e restringe a concorrência entre exportadoras.

O inquérito, aberto no ano passado a pedido da Comissão de Agricultura da Câmara e da Aprosoja-MT, ganhou força com apoio da CNA. Agora, as empresas têm dez dias para abandonar o acordo, sob pena de multa diária de R$ 250 mil. A bola passa para o Tribunal do Cade, que sorteará um relator para decidir se mantém ou não a suspensão.

A medida escancarou divisões no governo: enquanto o Ministério da Agricultura já tinha se posicionado contra a moratória, Fazenda e Meio Ambiente temem que a decisão arranhe a imagem do Brasil em plena vitrine internacional da agenda verde.

SAFRA DE CIFRAS

Brasil, o paraíso do churrasco

Foto: Freepik

O brasileiro pode até reclamar do preço na gôndola, mas a matemática global não mente: a carne bovina aqui é a mais barata do mundo. Somos o segundo maior produtor, com 11,2 milhões de toneladas previstas em 2025, e ainda assim ficamos lado a lado com os americanos no consumo por pessoa, mesmo com um PIB per capita oito vezes menor.

No atacado, a diferença é gritante. Uma arroba desossada custa R$ 339 no Brasil contra R$ 2.237 nos EUA. No varejo, um quilo de acém sai por R$ 39 no mercado brasileiro, enquanto os americanos pagam mais de R$ 100 e os chineses quase R$ 70. Com um salário mínimo, o brasileiro compra mais carne do que um americano ou um chinês.

Esse “milagre do churrasco barato” vem da eficiência: o desfrute do rebanho subiu de 18% em 2012 para 22% hoje, e a área de pastos degradados caiu quase 7 pontos percentuais desde 2000. O resultado é mais carne, menos terra e uma vitrine verde que atende mercado e exportação.

DE OLHO NO PORTO

Exportações de boi vivo na mira

Foto: CNA/Flickr

O projeto de lei que quer acabar com a exportação de gado em pé em até dez anos caiu atravessado na mesa dos pecuaristas. A União Nacional de Pecuária diz que o tema não é só sobre comércio, mas sobre o direito do produtor de escolher a quem vender. E alerta que, se o Brasil fechar a porteira, os compradores vão simplesmente bater em outras.

Para a UNAPEC, a exportação de animais vivos é mais que negócio: é autonomia. Ela permite ao pecuarista negociar direto com o importador, sem ficar refém dos frigoríficos. O setor também rebate as críticas de bem-estar, lembrando que os embarques seguem normas rígidas, com água, comida e veterinário a bordo. Há relatos até de boi que chega mais pesado no destino.

Do outro lado tá o projeto da deputada Duda Salabert (PDT), que prevê cotas anuais progressivas até a proibição total em cinco anos. A justificativa mistura bem-estar, segurança sanitária e incentivo a exportações de carne de maior valor agregado. Só que o setor lembra: em 2024 o Brasil exportou um milhão de bovinos vivos, recorde histórico.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Hoje a pedida é o Termo, o jogo que virou mania entre os fãs de palavras. Todo dia, você tem seis tentativas para adivinhar um termo secreto em português. As dicas aparecem nas cores: verde quando a letra está certa e no lugar certo, amarelo quando está na palavra mas fora de posição e cinza quando não faz parte.

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VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Mamona

Pergunta de hoje: Qual fruto tropical brasileiro já foi usado como moeda de troca por povos indígenas?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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