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Bom dia!

A colheita engrenou, o crédito rural promete vir no modo turbo e a agenda verde deu as caras com força, no campo e no posto. Teve milho batendo recorde, governo puxando mistura de biocombustível e o Plano Safra prometendo ser o maior da história.

Enquanto isso, o clima virou dor de cabeça nacional, a soja continua brilhando lá fora e tem app novo pra virar braço direito do produtor.

Hoje:
• Clima lidera o ranking de preocupações no campo
• Milho quebra recorde na safrinha
• Mistura de etanol e biodiesel sobe em julho
• Plano Safra deve passar dos R$ 600 bilhões

Se o campo não para, a gente também não. Bora?

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar R$120,73 -2,80%
Algodão R$409,60 -1,67%
Arroz R$66,26 0,87%
Boi gordo R$317,70 1,05%
Café Arábica R$1.935,67 -2,06%
Etanol anidro R$2,91 0,39%
Milho R$68,27 -0,23%
Soja R$134,43 -0,78%
Trigo R$1.498,60 0,22%

Os dados são publicados por Cepea

E ESSE TEMPO, HEIN?

Prova de resistência no sul

A semana começou com o campo virando freezer. Em Chapecó, mais de 4 mil pés de alface roxa foram congelados durante a madrugada. A estufa era aberta e não resistiu à mínima que derrubou a temperatura para perto de 0. Não deu perda total, mas a perda de produção chegou a 70%.

No Rio Grande do Sul, o cenário não foi diferente. Em Capão Bonito do Sul, um produtor perdeu quase tudo nas hortaliças. Pastagens de aveia também foram atingidas. Em Urupema, na serra catarinense, os termômetros marcaram -8°. A mínima no interior gaúcho chegou a -6,1°. Pra lidar com a ordenha no frio, teve produtor puxando até secador de cabelo pra aquecer o ambiente.

Pelo menos esse frio extremo não deve durar. Segundo o Inmet, a massa polar perde força a partir de agora. Mas o alívio vem com outro desafio: chuva forte nos próximos dias. Uma nova frente fria avança pelo Sul, trazendo instabilidade, raios, vento e risco de granizo. A previsão é de volumes entre 30mm e 70mm em boa parte da região.

O pior deve ser entre sexta e sábado, com acumulados que podem passar de 80mm em áreas pontuais. A chuva também se estende para o sul de Mato Grosso do Sul e o centro-sul de São Paulo.

Com o solo ainda encharcado, hortaliças fragilizadas e pasto recém-queimado pela geada, o agro no Sul vai encarar agora uma sequência pesada. E o produtor, que mal levantou da rasteira do frio, já precisa se preparar para o segundo round.

RADAR DO AGRO

Exportação de soja voou baixo em maio

O Brasil exportou 14,1 milhões de toneladas de soja em maio de 2025, um aumento de 4,9% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Mesmo com estoques elevados e gargalos logísticos, o ritmo segue forte e consolida o Brasil como líder nas exportações globais da oleaginosa.
Fonte: Secex

NAS CABEÇAS DO AGRO

Clima vira dor de cabeça número um no campo brasileiro

O maior medo do agro brasileiro hoje não é o dólar, nem a guerra que ta rolando entre EUA e Irã. É o clima. Segundo uma pesquisa do BCG com mais de 1.300 produtores, metade deles vê o clima como a principal ameaça ao próprio negócio.

E não é paranoia. Entre secas prolongadas, enchentes fora de época e queimadas cada vez mais comuns, o produtor se vê cercado por riscos que escapam da planilha e do controle. No Sul, por exemplo, a maior preocupação são as cheias dos rios e lagos. No Centro-Oeste, o bicho-papão são os incêndios florestais.

O curioso é que, mesmo com o alarme ligado, só 14% dos entrevistados disseram ter uma estratégia ativa pra lidar com os efeitos das mudanças climáticas. A maioria ainda tá no modo "vendo o que vai rolar".

Entre as saídas citadas, apareceram conhecimento, ferramentas digitais e até valores familiares. Mas no fundo, o recado é claro: não basta plantar bem. É preciso se preparar pro que vem depois.

MILHO OU MILHÃO?

A mãe de todas as safrinhas

Já era uma supersafra no papel. Agora virou fato. Segundo a Agroconsult, o Brasil deve colher 123,3 milhões de toneladas de milho na segunda safra. É o maior volume da história, quase 20% acima do ciclo passado e superando com folga o antigo recorde de 111,5 mi t.

A produtividade média nacional bateu 113,8 sacas por hectare, com destaque para o Mato Grosso, que chegou a 131,9 sacas. Goiás também mandou bem com 126,1, enquanto o Mato Grosso do Sul deu um salto de 35% e alcançou 98,1 sacas. No Paraná, a média ficou em 106,5 sacas.

A área plantada também cresceu, passando de 18 milhões de hectares, o que representa alta de 5,7% em relação ao ciclo anterior. Com isso, a produção total de milho no país deve fechar a temporada 2024/ 25 em 150,3 milhões de toneladas, somando verão e safrinha.

Safra cheia é tudo de bom, mas nem só de produtividade vive o produtor. A comercialização ainda anda devagar, com menos de 35% da safrinha vendida. No Mato Grosso, o preço está travado abaixo dos 40 reais por saca e o grão vai ficando na fazenda.

Do lado de fora, a China saiu da jogada, e os principais compradores estão instáveis. Resultado? Exportar tá difícil, e os estoques devem subir para 30 milhões de toneladas antes da próxima safra.

Ou seja, a roça fez o seu. Agora é a vez da logística, da demanda e do mercado.

DICA AGRO ESPRESSO

O Dr. House das lavouras na palma da mão

Tem uma mancha esquisita na folha e você já tá abrindo grupo de WhatsApp com aquela foto toda tremida e em 144p? Calma. O Plantix te ajuda com isso de forma muito mais rápida e certeira.

O app usa inteligência artificial pra identificar doenças, pragas e deficiências nutricionais em mais de 60 culturas. É só tirar uma foto da planta e deixar a IA trabalhar.

Além do diagnóstico, o app sugere tratamentos possíveis, informa sobre condições do solo, monitoramento climático e até conecta o produtor com uma comunidade global que compartilha dúvidas e soluções em tempo real.

É gratuito, funciona offline e tá disponível em português. Pra quem vive com o celular no bolso, é quase um novo membro da equipe técnica.

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PAUTA VERDE

Mistura turbinada: etanol e biodiesel sobem de nível e devem mexer com o agro

Imagem: GettyImages

O governo apertou o passo na agenda verde. A partir de julho, a mistura obrigatória de etanol na gasolina sobe de 27,5% para 30%. Já o biodiesel no diesel passa de 14% para 15%. A mudança é técnica, mas o impacto é graúdo: vai ser preciso produzir 1,5 bilhão de litros a mais de etanol por ano só pra dar conta da nova regra.

O pacote faz parte da estratégia do Brasil para reduzir emissões no setor de transportes, que ainda responde por mais de 47% das emissões ligadas à energia. Com a medida, o governo estima uma redução de 15 milhões de toneladas de CO₂ por ano. Na ponta do lápis, a pegada de carbono da frota vai ficar mais leve e o agro entra como peça-chave nessa equação.

Do lado da cana, o setor vê espaço pra crescimento. O Brasil já é o segundo maior produtor global de etanol e tem infraestrutura e escala pra entregar. O risco maior está no timing: a demanda sobe já, mas o aumento da produção leva tempo, especialmente no etanol de milho, que ainda corre por fora.

No biodiesel, a pressão também chega forte. A mistura B15 já vinha sendo prometida e adiada há anos. Agora, sai do papel com apoio do setor e com potencial de puxar investimento em novas plantas, inclusive voltadas à soja e aos resíduos.

ASSUNTO DE GABINETE

Plano Safra 25/26 deve bater R$ 600 bilhões e virar novo recorde

Imagem: Governo Federal

Vem aí mais um recorde no agro. O novo Plano Safra deve liberar até R$ 600 bilhões em crédito rural, segundo fontes em Brasília. O valor supera os R$ 584,5 bilhões do ciclo atual.

A espinha dorsal do pacote já tá no papel: R$ 455,2 bilhões vêm de recursos obrigatórios das instituições financeiras. Quase metade disso será aplicada em CPRs bancadas com LCAs, com estimativa de R$ 200 bilhões só nessa linha. Outras LCAs devem reforçar o crédito tradicional com mais R$ 128,7 bilhões.

Além disso, entram no jogo mais R$ 76,4 bilhões via poupança rural e R$ 43,7 bilhões pelos depósitos à vista. Cooperativas de crédito, que passam a ter exigência obrigatória, devem liberar mais R$ 6,4 bilhões.

Com Funcafé, BNDES, fundos constitucionais e o Tesouro completando a conta, o volume total pode mesmo bater a marca histórica. O governo promete um plano “robusto”, mas ainda faz as contas para definir taxas e condições, que serão anunciadas entre 30 de junho e 1º de julho.

Crédito forte é o que segura o campo. Agora falta o detalhe que decide tudo: quanto vai custar pegar esse dinheiro.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

O maquinário pode até parar, mas o cérebro não.
Bora testar seus palpites no Contexto, o jogo onde você descobre uma palavra secreta chutando outras, e recebe dicas com base na semelhança de significado.

Tem agro no dicionário? Às vezes sim, às vezes não. Mas o desafio é bom.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Açaí

Pergunta de hoje: Qual produto do agro brasileiro é o mais exportado em volume, mas quase nunca aparece nos pratos do dia a dia por aqui?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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