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O agro brasileiro foi ao banco dos réus em Washington e rebateu acusações de tarifas injustas, desmatamento e práticas desleais, com café no centro do embate. No Brasil, a Justiça suspendeu o 2,4-D no Rio Grande do Sul, a vacina Excell 10 virou caso de saúde animal. Entre as novidades, destaque para o lançamento do capim BRS Sarandi, o avanço da Rota do Açaí com robôs colhedores e um novo píer de grãos no Amazonas.

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Tudo que você precisa saber, do seu jeito e no seu ritmo.

Por Enrico Romanelli

O agro brasileiro desembarcou em Washington com argumentos e dados na ponta da língua. Em seis painéis, 39 vozes de CNA, CNI, Cecafé, Unica, Abipesca e outras insituições, ocuparam a audiência da investigação 301 pra rebater, item por item, as acusações de práticas desleais, desmatamento ilegal e tarifas injustas. A missão é mostrar que a relação é de ganha-ganha e que a conta do tarifaço volta pro consumidor dos Estados Unidos.

No café, o recado foi direto. Marcos Matos, do Cecafé, lembrou que o Brasil supre cerca de 30% do que os americanos consomem e que não vão achar forncedor pra esse volume todo em curto prazo, talvez nem em longo. Além da tarifa de 50%, o arábica já subiu 35% em agosto e a chaleira da inflação lá fora começa a apitar.

No ambiental, a CNA puxou o Código Florestal como manual de etiqueta verde do produtor. Segundo a entidade, 66% do território segue coberto por vegetação nativa, metade preservada dentro de propriedades privadas. Roberto Azevêdo, ex-OMC, reforçou que o Brasil tem sistema robusto pra rastrear produção e produtos florestais. Segundo Azevedo, a narrativa de que o desmatamento ilegal turbina competitividade contra os EUA não para em pé.

Até o pescado entrou na conversa. A Abipesca citou mais de 30 mil toneladas exportadas em 2024, com a tilápia puxando o bonde, e avisou que taxar tilápia, lagosta e atum é trocar filé por espinha no prato dos americanos.

Nas tarifas, vieram os dados. Apenas 5,5% das exportações do agro brasileiro usam alíquotas preferenciais e quase 75% dos bens americanos entram no Brasil livres de imposto, com tarifa média efetiva de 2,7%. Pra completar, em 2024 o Brasil comprou mais de US$ 1,1 bi em fertilizantes, máquinas e sementes dos EUA. Em bom economês e bom senso, não faz sentido punir quem ajuda a manter a mesa, e o bolso, cheios.

Depois de 25 anos de novela, o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul chegou à Comissão Europeia. Pra Alemanha e Espanha, é uma chance de driblar o tarifaço de Trump e ainda reduzir a dependência da China em minerais estratégicos. Mas França e Polônia estão na retranca, com medo da concorrência rural sul-americana.

Pra acalmar a turma, Bruxelas incluiu salvaguardas: cotas restritivas e gatilhos automáticos se as importações de carne, frango ou açúcar crescerem mais de 10% ou derrubarem preços na mesma proporção. Agricultores franceses e grupos verdes chamam o pacto de “destruidor do clima”, por conta da diferença nas regulações e normas entre América do sul e Europa, e prometem segurar a votação.

O futuro do acordo depende de 15 dos 27 países da UE, que somem 65% da população. Se passar, será o maior corte de tarifas já assinado pelo bloco.

O kombucha deixou de ser modinha de feira e já virou negócio robusto. A produção da bebida fermentada cresceu 923% em seis anos e hoje o Brasil soma 249 fabricantes registrados no Mapa, com São Paulo liderando com 42 empresas.

O mercado de fertilizantes também segue vitaminado: as entregas no 1º semestre somaram 20,14 milhões de toneladas, alta de 10,5% frente a 2024. Mato Grosso concentrou 23,9% do total, com 4,81 milhões de toneladas.

A safra de talentos também virou prioridade no agro. Do lado das máquinas, a John Deere turbinou seu centro de treinamento em Horizontina em parceria com a Fahor. São 3.150 m², seis salas de aula, um Centro de Soluções Conectadas e uma fazenda experimental de 15 hectares com 20 equipamentos para aula prática.

O CT não vai atender não só brasileiros, mas funcionários e interessados de países vizinhos, por isso conta com treinamentos em português e espanhol, que focam em operação, diagnóstico e agricultura de precisão, além dos programas JD Tech e CDI.

A JBS abriu inscrições pro seu Programa de Estágio 2026 e quer garimpar mulecada com potencial. Com vagas em Presidente Epitácio-SP e em outras unidades em 10 outros estados, o programa oferece imersão de 12 meses em produção, manutenção, agropecuária e qualidade. Rotina real de fábrica, metas na veia e acompanhamento de líderes pra acelerar quem pensa como dono. As inscrições vão até o dia 26 de setembro.

O Ministério da Agricultura atualizou para 612 o número de mortes de caprinos, ovinos e bovinos ligadas à vacina contra clostridiose Excell 10, da Dechra Brasil. Os casos vêm sendo notificados em Piauí, Maranhão, Ceará e Sergipe e seguem subindo conforme os produtores registram novas perdas.

Os lotes 016/2024 e 018/2024 foram recolhidos e a produção do imunizante tá suspensa. Auditoria na fábrica e análises em laboratório federal estão em curso. Só o Piauí concentra 488 mortes, sendo o epicentro da crise.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul proibiu o uso do herbicida 2,4-D na Campanha Gaúcha e em áreas próximas a vinhedos e pomares de maçã. A decisão vale até que o governo estadual comprove um sistema confiável de monitoramento e fiscalização, com prazo de 120 dias para entregar a lição de casa.

O pedido partiu das associações de produtores de maçã e vinhos finos da região, que alegam prejuízos pesados com a deriva do produto aplicado na soja, em alguns casos, viajando até 30 km com a ajuda do vento.

Quem descumprir a medida paga multa diária de R$ 10 mil. O governo do Estado argumentou que a proibição caberia ao nível federal, mas a Justiça entendeu que o RS pode sim disciplinar o uso no território.

Tá na hora de dar um descanso das notícias pesadas do agro e testar seus dotes de navegador. O GeoGuessr te joga em qualquer canto do mundo pelo Street View e o desafio é adivinhar onde você caiu. Pode ser uma estrada perdida no Piauí ou um cruzamento em Tóquio.

Treina o olho em placas, paisagens e até nos postes. É viciante, dá pra jogar sozinho ou com os amigos e ainda rende boas risadas. Bora tentar?

Resposta da edição passada: Pupunha

Pergunta de hoje: Qual grão, cultivado pelos astecas, era usado em rituais religiosos e hoje é ingrediente de barras de cereal?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!