APRESENTADO POR

Bom dia!

Com a tarifa de 50% dos EUA apertando o bolso do produtor, o Brasil já mapeia carne, café e madeira para redirecionar às prateleiras árabes. No tabaco, as indústrias correram para embarcar antes da sobretaxa, mas o impacto cheio vem só em 2026. Na gringa, o café brasileiro virou motivo de ansiedade e altas buscas no Google.

Também tem:

• Inpasa aposta no sorgo para dividir espaço com o milho no etanol
• Argentina investe em leite de jumenta para nicho medicinal
• Operação no DF apreende carne de jacaré e bovina irregulares
• Frio e geada no Sul, chuva forte no Norte e seca no meio do caminho

Pra começar a semana ligado.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 135.913 13,14%
SLCE3 R$17,32 0,00%
ABEV3 R$12,37 6,64%
BEEF3 R$5,04 5,00%
VALE3 R$55,39 2,10%
Bitcoin US$119.194,40 27,53%
Ethereum US$4.242,78 27,36%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Frio aperta no Sul e geada ameaça lavouras

Foto: Ana Tigrinho/Agência Estadual de Notícias do Paraná

A semana começa gelada no Sul, com mínimas de até 3 °C e risco de geada no oeste catarinense, norte gaúcho e sudoeste paranaense. No RS, a Emater prevê frio perto de zero e geada em boa parte do Estado. No Paraná, o Simepar alerta para geadas moderadas no extremo sul. Enquanto isso, no Norte, a previsão é de até 50 mm de chuva por dia no norte do Amazonas e noroeste de Roraima, com ventos fortes e risco de alagamento. O restante do país deve ter mais do mesmo, sem grandes sustos.

ASSUNTO DE GABINETE

Lula assina licenciamento com 63 vetos e tenta agradar gregos e troianos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lula deu a canetada final no novo marco do licenciamento ambiental, mas com 63 vetos no texto aprovado pelo Congresso. O pacote, apelidado por ambientalistas de “PL da Devastação”, queria abrir o sinal verde para obras sem tantas exigências, mas o Planalto resolveu instalar umas lombadas no caminho para equilibrar proteção ambiental e segurança jurídica.

Entre os cortes: nada de licenciamento por autodeclaração para empreendimentos de médio impacto, nada de entregar a Mata Atlântica de bandeja e nada de deixar estados decidirem sozinhos as regras. Povos indígenas e quilombolas, até os que ainda estão no processo de reconhecimento, também continuam tendo que ser ouvidos antes de qualquer obra no quintal deles.

Para projetos estratégicos, o governo criou o Licenciamento Ambiental Especial, com promessa de análise mais rápida. Mas Marina Silva já avisou: aqui ninguém fura a fila, todo mundo passa por todas as etapas. Segundo ela, a missão é acelerar sem derrubar a cerca que protege o meio ambiente no meio da crise climática e do sumiço de biodiversidade.

Outros trechos derrubados mantêm o poder dos pareceres técnicos em unidades de conservação, exigem CAR regularizado para isenção de licenciamento e garantem que impactos indiretos também entrem na conta das compensações ambientais. Na parte financeira, ficou definido que bancos e financiadores seguem responsáveis por garantir que empreendimentos tenham licença antes de liberar crédito.

O Planalto diz que seguiu quatro diretrizes: manter o rigor do licenciamento, dar segurança jurídica a empreendedores sérios, proteger direitos de povos tradicionais e agilizar sem comprometer a qualidade das análises. Para ambientalistas, os vetos foram um respiro; para setores do agro e da indústria, um balde de água fria.

RADAR DO AGRO

Soja voando na china

Foto: CNA/Flickr

A China engatou a quinta marcha nas compras de soja em julho e importou 11,67 milhões de toneladas, alta de 18,4% na comparação com o mesmo mês de 2024. Foram US$ 5,1 bilhões desembolsados na oleaginosa, que no acumulado de janeiro a julho somou 61,04 milhões de toneladas, 4,9% acima do ano passado.

Enquanto a soja surfa na maré boa, outros produtos não tiveram o mesmo fôlego. As carnes e miúdos caíram 1,3% no mês e 2,5% no acumulado do ano, fechando julho com 533 mil toneladas importadas. O valor foi de US$ 2,05 bilhões, mostrando que o apetite chinês pela proteína não anda tão voraz assim.

Os fertilizantes também entraram na lista de queda. Em julho, a China importou 677 mil toneladas, recuo de 19,9% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, foram 7,62 milhões de toneladas compradas, 5% abaixo do registrado no ano anterior.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Congresso do agro mira alianças em tempos de tarifaço

Foto: Reprodução CBA

O 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio acontece nesta segunda (11), em São Paulo, reunindo governo, executivos e especialistas para falar de parcerias estratégicas, inovação e clima. Organizado pela Abag e pela B3, o evento terá abertura de Roberto Azevêdo, ex-diretor da OMC, e lançará o documento “Agronegócio frente às Mudanças Climáticas”.

A programação inclui painéis sobre alimentos, energia e financiamento, além de homenagens a Globo, Estadão, Alexandre Parola e Izabella Teixeira. A proposta é discutir o futuro do agro no meio do tarifaço dos EUA e da pressão ambiental.

Serviço:
11 de agosto de 2025 | 9h às 18h
Sheraton WTC São Paulo e online
congressoabag.com.br

PAUTA VERDE

Do suco ao laboratório: a laranja que pode salvar o planeta do plástico

Foto: Adobe Stock

Cientistas da USP descobriram que sobra de laranja também serve para dar um chega pra lá no plástico de petróleo. Casca, parte branca, sementes e membranas viraram um pó que, misturado ao alginato de sódio (derivado de algas), resultou em um bioplástico mais resistente e menos vulnerável à água. Quanto mais pó, mais firme o material ficava.

Com a safra brasileira 2025/26 projetada em 320 milhões de caixas, sobra de laranja ta sobrando. Hoje, boa parte desse resíduo acaba no lixo, apesar de ter potencial para virar ração, adubo ou óleo essencial. Agora, também pode reforçar bioplásticos e ajudar a reduzir a poluição que só cresce no planeta.

O próximo passo é turbinar a resistência à água e testar outros resíduos para ampliar as aplicações. A USP já está aberta a empresas interessadas em escalar a produção e enfrentar a concorrência com o plástico convencional, que ainda reina pelo preço baixo.

DE OLHO NO PORTO

Bye bye Texas, hello Dubai!

Foto: Divulgação

O tarifaço de 50% dos Estados Unidos pode ter aberto uma nova porta para o agro brasileiro. Carne bovina, café e até madeira, que perderem espaço no mercado americano, podem embarcar direto para a Liga Árabe, onde as tarifas são mais camaradas e a demanda está em alta. Em alguns casos, o imposto de importação é zero, contra a mordida pesada dos americanos.

Em 2024, mais de 75% das exportações brasileiras para a região foram de produtos do agro. Açúcar, carne de frango, milho e carne bovina lideram a lista, mas o café está no radar como a grande aposta. Arábia Saudita, Egito e Argélia já importam volumes crescentes e sem pagar tarifa. A carne bovina congelada também tem vez, com Emirados, sauditas e egípcios entre os dez maiores clientes do Brasil.

O estudo da Câmara de Comércio Árabe Brasileira lembra que esse avanço não acontece sozinho. Para conquistar espaço, é preciso entrar no jogo local, e isso significa cumprir regras como a certificação halal e adaptar a produção ao gosto do freguês. Até o mel brasileiro pode entrar no pacote, desde que troque o granel pelo pote pronto que o consumidor árabe quer ver na prateleira.

A ideia é aproveitar um mercado em expansão para redirecionar o que perderia espaço nos Estados Unidos. Para isso, a Câmara defende mais promoção comercial, presença ativa de adidos agrícolas e ação conjunta de empresas e governo.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Hoje a pedida é o Contexto, um jogo online em que você precisa adivinhar a palavra secreta chutando outras até chegar perto. O sistema mede a “distância” das suas tentativas com base no significado, não nas letras, e o desafio é chegar lá com o mínimo de palpites possível.

Prepare o café, afie o raciocínio e teste seu vocabulário aqui: contexto.me

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Batata

Pergunta de hoje: Que grão entrou na dieta humana há cerca de 8 mil anos na Ásia e hoje alimenta bilhões?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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