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Bom dia!

O Brasil bateu firme na mesa da OMC e chamou na chincha o tarifaço de Trump. Sem citar nome, mas mirando certo, o Itamaraty criticou as medidas unilaterais e ganhou coro de peso: 40 países, incluindo China, União Europeia e Canadá, saíram em defesa da ordem no comércio internacional.

Também tem:

• Gripe aviária reaparece no Bioparque do Rio
• Quatro países voltam a comprar frango brasileiro
• Governo define cronograma para rastrear todo o rebanho
• Trigo no Paraná perde 27% da área por conta do clima
• Banco do Brasil quer ser líder no mercado de carbono

Tudo o que você precisa saber, sem enrolação.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 135.368 -0,11%
RAIZ4 R$1,54 1,32%
ABEV3 R$13,59 -0,59%
BEEF3 R$5,24 -1,32%
VALE3 R$57,42 5,55%
Bitcoin US$118.797,40 0,74%
Ethereum US$3.648,18 1,49%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Tem temporal chegando

Fonte: Freepik

A trégua acabou: a chuva voltou com força ao Sul do país e, junto com ela, o risco de doenças em culturas de inverno como trigo e cevada. A umidade chegou no embalo de frentes frias e ciclones extratropicais, mudando o padrão seco e gelado de julho, e a previsão é de instabilidade até o fim do mês.

No Rio Grande do Sul, a Emater alerta que o tempo nublado já atrapalha o avanço das lavouras, que vinham se recuperando bem das enchentes de junho. O problema agora é outro: o solo encharcado abre espaço pra fungos e bactérias se espalharem com gosto. O Paraná respira um pouco melhor, com o trigo em boas condições, mas áreas fora do zoneamento sentem o baque do frio acumulado.

A frente úmida também deve alcançar o Sudeste e o Centro-Oeste a partir da próxima semana. Em MS, a colheita do milho segunda safra pode travar — até 19 de julho, só 37% tinham sido colhidos, segundo a Conab. Já em SP e MG, o alerta vai pro café: a chuva atrapalha a secagem ao sol e aumenta o risco de fermentação indesejada.

O que era preocupação com falta de água virou tensão por excesso. Produtor que vinha pedindo céu fechado agora corre pra não perder qualidade nem produtividade.

ASSUNTO DE GABINETE

Brasil manda recado pra Washington na OMC

Foto: Reprodução/Mercosul

Na Organização Mundial do Comércio, o Brasil subiu o tom contra o tarifaço de Trump, sem citar o nome, mas mirando direto no alvo. Chamou de “atalho pra guerra” a tática dos EUA de usar tarifa como arma política, denunciou ataque à soberania nacional e ainda puxou 40 países pro lado verde e amarelo. Brics, Europa, Canadá... o bonde da pressão tá crescendo.

Enquanto isso, os EUA ameaçam taxar milho, carne, etanol, suco de laranja e pescados brasileiros em até 50%. O agro já sente o baque, a CNA pede menos ideologia e mais mercado, e o Ministério da Agricultura corre atrás de plano B, que pode ser a tão falada Lei da Reciprocidade.

Só que lá fora o jogo é outro. Japão, Vietnã e Indonésia já fecharam acordos com Trump por taxas mais leves. O Brasil, por ora, aposta no barulho multilateral e tenta blindar o sistema da OMC antes que o protecionismo vire moda. Porque a treta não é só nossa, é do comércio global inteiro.

RADAR DO AGRO

Cana sem graça

Foto: CNA/Flickr

A cana azedou no Centro-Sul. Segundo o CTC, a safra 2025/26 até junho veio com ATR 3,1% menor, produtividade 10,8% abaixo e um tombo de 11,5% no açúcar por hectare. Culpa do manejo e da escolha de variedades. Ainda tem produtor ignorando variedade precoce e deixando ATR na lavoura. Tá na hora de afiar o canavial.

SAFRA DE CIFRAS

Milho no caminhão, frete na contramão

Foto: Istock

Com a safrinha pegando fogo, os fretes agrícolas aceleraram em boa parte do país. A colheita recorde de milho da temporada 2024/25 esquentou o mercado e empurrou os preços do transporte lá pra cima, especialmente em Estados como MT, GO, PR, SP e MA. E não para por aí: o fluxo de fertilizantes vindo dos portos também entrou na conta, com o agro se armando pro plantio da soja.

No Mato Grosso, o sobe e desce das estradas virou sobe e sobe mesmo. Os fretes saltaram até 18% em junho, com trechos como Primavera do Leste a Alto Araguaia batendo R$ 130 por tonelada. Já de Sorriso até o porto de Santos, a viagem de quase dois mil quilômetros chegou a R$ 490. E tudo indica que os preços devem continuar salgados até setembro.

O motivo? Uma combinação clássica: colheita gigante, armazéns cheios até o talo e logística ainda tropeçando. Isso força o milho a pegar estrada rápido, mantendo o ritmo das vendas. De quebra, a demanda das granjas e das usinas de etanol promete dar sustentação aos preços no segundo semestre.

Enquanto isso, os portos seguem fervendo. Só no primeiro semestre, o Brasil importou 19,4 milhões de toneladas de fertilizantes, um salto de 9,3% na comparação anual. Paranaguá liderou o desembarque, mas o Arco Norte e Santos também viram adubo passar que foi uma beleza.

PAUTA VERDE

BB quer mandar no mercado do carbono

Foto: Gil Dutra/Divulgação/Web Summit

O Banco do Brasil quer sentar na cabeceira da mesa do carbono. A estatal tá montando uma operação própria pra intermediar a compra e venda de créditos, com meta de movimentar mais de R$ 100 milhões até 2030. A jogada é virar um balcão completo: conecta projeto, faz assessoria, vende crédito e ainda garante que a matrícula da área tá certinha.

Com 85 milhões de contas na base e pé fincado em 90% das cidades do país, o BB quer usar o agro e o empresariado como porta de entrada. Já são 25 projetos de carbono com o selo do banco. E tem mais: teve cliente que até quitou dívida com crédito de carbono. Sim, tá valendo como moeda.

Enquanto aguarda as regras finais da CVM e do Banco Central, a estatal segue testando o modelo. A expectativa é lançar tudo ainda em 2025, surfando no hype da COP 30 em Belém. Se der certo, o Banco do Brasil pode virar referência num mercado que ainda é mato, mas já tá valendo ouro.

DICA AGRO ESPRESSO

AutoTag no pasto, dedo longe do teclado

Foto: Divulgação

A Belgo Arames se juntou à startup gaúcha Instabov e lançou o AutoTag: brinco eletrônico com IA que faz o inventário do rebanho sozinho, rastreia comportamento animal e gera relatórios zootécnicos em tempo real, tudo por comando de voz. O pecuarista pergunta e a assistente responde: peso, manejo, contagem, tá tudo ali.

O sistema já detecta desvios sanitários, conecta com balanças e identifica boi doente só pelo jeito de andar. Foram 10 mil brincos promocionais com mensalidade a partir de R$ 0,86 por cabeça. Sem planilha, sem papelada, sem enrolação.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Dia do Suinocultor

Hoje é Dia do Suinocultor, e o Brasil tem motivo de sobra pra comemorar. Em junho, o país exportou 137,1 mil toneladas de carne suína, o segundo maior volume mensal da história. A receita bateu US$ 341,6 milhões só no mês, puxada por um salto de 28% no volume e 45% no faturamento. No semestre, já são mais de 722 mil toneladas embarcadas. Tudo isso de acordo com a ABPA.

Por trás desses números, tá o produtor que segura a bronca na granja e mantém a vara saudável com manejo afiado e a saúde animal em dia. Em um mercado cada vez mais exigente, especialmente com a China na linha de frente, manter o status sanitário e o manejo em dia é mais do que diferencial, é passaporte pra viajar o mundo inteiro.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Hoje a missão é decifrar uma cruzadinha fresquinha do dia. A cada acerto, uma nova pista se encaixa, e no fim, você sai se sentindo o próprio dicionário ambulante.

Bão demais uma palavra cruzada na hora do café, hein?

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Borracha natural

Pergunta de hoje: Qual produto rural brasileiro quase dobrou de valor por tonelada em 5 anos?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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