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Bom dia!
O Banco do Brasil indicou Gilson Bittencourt, um dos cabeças do Plano Safra, para assumir a vice-presidência de Agronegócios. A troca reacende a dobradinha entre governo e banco num momento em que o campo encara novos apertos.
E o tempo não dá trégua: o frio ajudou o café, mas travou a colheita de milho em várias regiões do Centro-Sul.
Também tem:
• Forbes abre inscrições para o ranking Agro100 2025
• Senar e Case IH formam mais de 2 mil operadores no MT
• Reciclagem animal brasileira mira biocombustíveis na Europa
• Jabuti Acadêmico destaca livros sobre agricultura de precisão e familiar
Tudo no ponto, sem rodeios.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
Os dados são publicados por Cepea
E ESSE TEMPO, HEIN?
Frio que ajuda uns mas atrapalha outros

Foto: Freepik
Uma massa de ar polar virou a bússola do agro nesta semana. No Centro-Sul, o frio ajuda o algodão a abrir o capulho e turbina a secagem do café, mas trava a colheita do milho por falta de sol. Já no Matopiba, interior do Nordeste e boa parte do Centro-Oeste, o tempo seco predomina, com umidade no limite e lavoura no modo economia de água.
A previsão é de que o frio continue, mas sem riscos de geada como se temia. Para a próxima semana, vem aí uma nova frente fria, boa de chuva para o Sul, mas tímida no Sudeste e Centro-Oeste.
ASSUNTO DE GABINETE
“Vamos esmagar a economia do Brasil”, diz senador dos EUA

Foto: Saul Loeb/Getty
O tom subiu, e não foi pouco. O senador Lindsey Graham, um dos alidaos mais próximos de Donald Trump, foi à Fox News defender que os Estados Unidos esmaguem a economia brasileira com tarifas pesadas. O motivo? Segundo ele, o Brasil estaria “financiando a máquina de guerra de Putin” ao comprar derivados de petróleo da Rússia. Ele ainda disse que “estão fazendo dinheiro manchado de sangue”.
A fala vem dias depois do tarifaço de 50% imposto por Trump. Agora, a ala trumpista no Congresso quer dobrar a dose e empurrar as tarifas para até 100%, mirando setores estratégicos como energia, agro e mineração.
A retórica de Graham não é um ato oficial de governo, mas já acende uma luzinha no painel. O conflito comercial passou a abarcar geopolítica, segurança internacional e interesses do agro. E, com Trump no comando, essa narrativa agressiva tem cada vez mais chances de virar política de Estado.
RADAR DO AGRO
BNDES injeta R$ 114 mi na Santa Clara, que mira R$ 1 bi até 2030

Foto: Divulgação/Santa Clara
O Grupo Santa Clara, de Ribeirão Preto, recebeu um empurrãozinho de R$ 114 milhões do BNDES e ta querendo chegar no time dos bilionários até o fim da década. O investimento marca o retorno do banco ao capital de empresas fechadas e garante um bom fôlego pra ampliar fábrica, lançar bioinsumos e crescer rapidão, igual bambu.
Hoje com quatro empresas e presença em 30 países, a Santa Clara aposta alto em tecnologia verde: novos bionematicidas, biofungicidas e um centro de inovação fresquinho saindo do papel. A meta é quadruplicar o faturamento e quase triplicar o número de funcionários até 2030.
O banco leva 19,9% do capital e uma cadeira no conselho, mas quem continua no volante é a gestão da casa.
NAS CABEÇAS DO AGRO
Brasil ainda importa o que tem no quintal

Foto: Cláudio Neves/Portos do Paraná
No palco do Congresso da Soja em Campinas, Guilherme Bastos, da FGV Agro, mandou a real: o Brasil precisa decidir logo se vai ou não explorar suas reservas de fertilizantes. Porque depender de insumo importado em tempos de instabilidade geopolítica é brincar com fogo e com a soberania nacional.
Hoje, mais de 80% do que o campo usa vem de fora. E se der ruim nas rotas comerciais, não tem plano B. Bastos citou o potássio canadense, extraído de áreas indígenas, enquanto aqui o debate sobre exploração anda travado. “Não dá pra abrir mão disso sem pensar nas consequências”, disparou.
Pra completar, a volta da Petrobras ao setor de fertilizantes tá causando pé atrás no mercado. Segundo ele, tem empresa segurando investimento esperando pra ver qual vai ser o tamanho da canetada da estatal nos preços.
SAFRA DE CIFRAS
O boi é gordo, mas o prejuízo é mais

Foto: CNA/Flickr
O tarifaço de 50% que os Estados Unidos querem jogar no lombo dos produtos brasileiros pode cortar a carne bovina brasileira mais rápido que a faca do açougue. Só em 2025, o prejuízo pode bater 1,3 bilhão de dólares, segundo a Abrafrigo. E se a taxação seguir firme nos próximos anos, a perda pode passar dos 3 bilhões.
A conta pesa porque os EUA são o segundo maior destino da nossa carne bovina. De janeiro a junho, mandamos pra lá mais de 1,2 bilhão de dólares em proteína, num salto de quase 100% sobre 2024. Mas com a tarifa, diversos produtor derivados do boi gordo podem simplesmente travar na alfândega.
A situação é ainda mais delicada porque a dependência é grande. Só o sebo fundido, por exemplo, tem quase 100% das exportações concentradas nos americanos. A entidade já fala em buscar outros mercados. México, Chile, Rússia e Japão entraram no radar.
O setor pede ação rápida do governo, sem bate-boca e sem revanche, pra não piorar a situação. Diplomacia afiada e novos acordos na mesa. Porque, se a porta fechar nos EUA, o agro vai precisar de janelas abertas em outros cantos.
DICA AGRO ESPRESSO
Mais um gol da Embrapa

Foto: Paulo Augusto Vianna Barroso/Embrapa
Chega de pulverizar no escuro. Produtores do Oeste da Bahia agora têm o MonitoraOeste, um app gratuito da Embrapa e Abapa que cruza dados de armadilhas e clima pra prever surtos de ramulária, ferrugem e bicudo. O resultado? Defensivo só quando faz sentido, e não no automático.
Além do alerta fitossanitário, o sistema entrega mapas de risco, clima, índice de vegetação e até evapotranspiração direto na tela. É ciência no celular pra evitar prejuízo e acertar no manejo. Tecnologia de ponta, sem desperdício nem adivinhação.
TRAMPO NO CAMPO
John Deere e Senai abrem vagas com bolsa de até R$ 3.330
Se você tá de olho numa carreira com futuro no agro, aqui vai uma chance daquelas. O Senai e a John Deere abriram matrículas pro programa Inspirar Agro, que vai formar 6 mil profissionais em manutenção de máquinas agrícolas em 157 cidades do país. As primeiras turmas começam logo menos em SP, MT, MG, PR e MA.
O curso é gratuito, tem quatro meses de duração, bolsa auxílio que pode chegar a R$ 3.330 e ainda conecta direto com a rede de concessionárias da John Deere. A formação cobre desde a parte técnica até o desenvolvimento comportamental, e tem tudo pra virar uma porta de entrada pra quem quer crescer junto com o agro de alta tecnologia.
Quer se inscrever? Clica aqui!
PLANTÃO RURAL
Do lixo ao luxo. A indústria de reciclagem animal brasileira já transforma 13 milhões de toneladas de resíduos em farinhas e gorduras exportadas para 68 países. E tem mais: a gordura animal nacional entrou no radar da Europa como matéria-prima para biocombustíveis, com potencial para abastecer cadeias de SAF e HVO.
Nova cara no Banco do Brasil. Gilson Bittencourt, parte do Ministério da Fazenda e um dos arquitetos do Plano Safra, foi indicado para a vice-presidência de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB. A mudança retoma uma velha prática: colocar quem desenha a política agrícola pra operá-la no banco que lidera o crédito rural.
Quem é quem no agro. A Forbes abriu as inscrições para o Agro100 2025, ranking que destaca as 100 maiores empresas e cooperativas do setor. Para participar, é só apresentar o balanço auditado de 2024 e esperar a análise e o ranqueamento. O prazo vai até 15 de setembro.
Ciência na vitrine. Saiu a lista dos finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico 2025. Entre os destaques na categoria de ciências agrárias, obras sobre agricultura de precisão, genética vegetal e multifuncionalidade da agricultura familiar. A cerimônia será no dia 5 de agosto e com transmissão online.
Treinamento de peso no MT. Mais de 2 mil trabalhadores já foram qualificados em operação de máquinas e agricultura de precisão na parceria entre o Senar/MT e a Case IH. Os cursos são práticos, refletem o dia a dia do campo e têm apoio de simuladores e tecnologia embarcada.
SE DIVERTE AÍ
Hoje a dica é o Worldle, o jogo perfeito pra quem acha que manda bem na geografia. A missão é adivinhar o país do dia só pela silhueta. Parece fácil? Espera até ver a sombra de Tonga ou Burkina Faso...
A cada palpite, o jogo diz quantos quilômetros você está de distância e em que direção seguir. É tipo jogar War contra o Google Maps.
Rápido, divertido e ótimo pra treinar o faro de quem trabalha com comércio exterior, cadeias globais ou só quer pagar de sabichão no grupo da firma.
👉 Joga aqui: worldle.teuteuf.fr
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Milheto
Pergunta de hoje: Qual produto agrícola não é comida, nem bebida, e sai do campo direto pra indústria automotiva?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
