APRESENTADO POR

Bom dia!

O Banco do Brasil indicou Gilson Bittencourt, um dos cabeças do Plano Safra, para assumir a vice-presidência de Agronegócios. A troca reacende a dobradinha entre governo e banco num momento em que o campo encara novos apertos.

E o tempo não dá trégua: o frio ajudou o café, mas travou a colheita de milho em várias regiões do Centro-Sul.

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Tudo no ponto, sem rodeios.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

COMMODITIES
Açúcar (Saca 50kg) R$120,19 1,61%
Algodão (Centavos R$/LP) 413,30 0,65%
Arroz (Saca 50kg) R$68,47 0,50%
Boi gordo (Arroba 15kg) R$296,10 -0,80%
Café Arábica (Saca 60kg) R$1.801,66 -1,03%
Etanol anidro (Litro) R$2,9204 -1,33%
Milho (Saca 60kg) R$64,02 1,88%
Soja (Saca 60kg) R$138,16 1,23%
Trigo (Tonelada) R$1.480,34 0,31%

Os dados são publicados por Cepea

E ESSE TEMPO, HEIN?

Frio que ajuda uns mas atrapalha outros

Foto: Freepik

Uma massa de ar polar virou a bússola do agro nesta semana. No Centro-Sul, o frio ajuda o algodão a abrir o capulho e turbina a secagem do café, mas trava a colheita do milho por falta de sol. Já no Matopiba, interior do Nordeste e boa parte do Centro-Oeste, o tempo seco predomina, com umidade no limite e lavoura no modo economia de água.

A previsão é de que o frio continue, mas sem riscos de geada como se temia. Para a próxima semana, vem aí uma nova frente fria, boa de chuva para o Sul, mas tímida no Sudeste e Centro-Oeste.

ASSUNTO DE GABINETE

“Vamos esmagar a economia do Brasil”, diz senador dos EUA

Foto: Saul Loeb/Getty

O tom subiu, e não foi pouco. O senador Lindsey Graham, um dos alidaos mais próximos de Donald Trump, foi à Fox News defender que os Estados Unidos esmaguem a economia brasileira com tarifas pesadas. O motivo? Segundo ele, o Brasil estaria “financiando a máquina de guerra de Putin” ao comprar derivados de petróleo da Rússia. Ele ainda disse que “estão fazendo dinheiro manchado de sangue”.

A fala vem dias depois do tarifaço de 50% imposto por Trump. Agora, a ala trumpista no Congresso quer dobrar a dose e empurrar as tarifas para até 100%, mirando setores estratégicos como energia, agro e mineração.

A retórica de Graham não é um ato oficial de governo, mas já acende uma luzinha no painel. O conflito comercial passou a abarcar geopolítica, segurança internacional e interesses do agro. E, com Trump no comando, essa narrativa agressiva tem cada vez mais chances de virar política de Estado.

RADAR DO AGRO

BNDES injeta R$ 114 mi na Santa Clara, que mira R$ 1 bi até 2030

Foto: Divulgação/Santa Clara

O Grupo Santa Clara, de Ribeirão Preto, recebeu um empurrãozinho de R$ 114 milhões do BNDES e ta querendo chegar no time dos bilionários até o fim da década. O investimento marca o retorno do banco ao capital de empresas fechadas e garante um bom fôlego pra ampliar fábrica, lançar bioinsumos e crescer rapidão, igual bambu.

Hoje com quatro empresas e presença em 30 países, a Santa Clara aposta alto em tecnologia verde: novos bionematicidas, biofungicidas e um centro de inovação fresquinho saindo do papel. A meta é quadruplicar o faturamento e quase triplicar o número de funcionários até 2030.

O banco leva 19,9% do capital e uma cadeira no conselho, mas quem continua no volante é a gestão da casa.

NAS CABEÇAS DO AGRO

Brasil ainda importa o que tem no quintal

Foto: Cláudio Neves/Portos do Paraná

No palco do Congresso da Soja em Campinas, Guilherme Bastos, da FGV Agro, mandou a real: o Brasil precisa decidir logo se vai ou não explorar suas reservas de fertilizantes. Porque depender de insumo importado em tempos de instabilidade geopolítica é brincar com fogo e com a soberania nacional.

Hoje, mais de 80% do que o campo usa vem de fora. E se der ruim nas rotas comerciais, não tem plano B. Bastos citou o potássio canadense, extraído de áreas indígenas, enquanto aqui o debate sobre exploração anda travado. “Não dá pra abrir mão disso sem pensar nas consequências”, disparou.

Pra completar, a volta da Petrobras ao setor de fertilizantes tá causando pé atrás no mercado. Segundo ele, tem empresa segurando investimento esperando pra ver qual vai ser o tamanho da canetada da estatal nos preços.

SAFRA DE CIFRAS

O boi é gordo, mas o prejuízo é mais

Foto: CNA/Flickr

O tarifaço de 50% que os Estados Unidos querem jogar no lombo dos produtos brasileiros pode cortar a carne bovina brasileira mais rápido que a faca do açougue. Só em 2025, o prejuízo pode bater 1,3 bilhão de dólares, segundo a Abrafrigo. E se a taxação seguir firme nos próximos anos, a perda pode passar dos 3 bilhões.

A conta pesa porque os EUA são o segundo maior destino da nossa carne bovina. De janeiro a junho, mandamos pra lá mais de 1,2 bilhão de dólares em proteína, num salto de quase 100% sobre 2024. Mas com a tarifa, diversos produtor derivados do boi gordo podem simplesmente travar na alfândega.

A situação é ainda mais delicada porque a dependência é grande. Só o sebo fundido, por exemplo, tem quase 100% das exportações concentradas nos americanos. A entidade já fala em buscar outros mercados. México, Chile, Rússia e Japão entraram no radar.

O setor pede ação rápida do governo, sem bate-boca e sem revanche, pra não piorar a situação. Diplomacia afiada e novos acordos na mesa. Porque, se a porta fechar nos EUA, o agro vai precisar de janelas abertas em outros cantos.

DICA AGRO ESPRESSO

Mais um gol da Embrapa

Foto: Paulo Augusto Vianna Barroso/Embrapa

Chega de pulverizar no escuro. Produtores do Oeste da Bahia agora têm o MonitoraOeste, um app gratuito da Embrapa e Abapa que cruza dados de armadilhas e clima pra prever surtos de ramulária, ferrugem e bicudo. O resultado? Defensivo só quando faz sentido, e não no automático.

Além do alerta fitossanitário, o sistema entrega mapas de risco, clima, índice de vegetação e até evapotranspiração direto na tela. É ciência no celular pra evitar prejuízo e acertar no manejo. Tecnologia de ponta, sem desperdício nem adivinhação.

Disponível para Android, IOS e PC.

TRAMPO NO CAMPO

John Deere e Senai abrem vagas com bolsa de até R$ 3.330

Se você tá de olho numa carreira com futuro no agro, aqui vai uma chance daquelas. O Senai e a John Deere abriram matrículas pro programa Inspirar Agro, que vai formar 6 mil profissionais em manutenção de máquinas agrícolas em 157 cidades do país. As primeiras turmas começam logo menos em SP, MT, MG, PR e MA.

O curso é gratuito, tem quatro meses de duração, bolsa auxílio que pode chegar a R$ 3.330 e ainda conecta direto com a rede de concessionárias da John Deere. A formação cobre desde a parte técnica até o desenvolvimento comportamental, e tem tudo pra virar uma porta de entrada pra quem quer crescer junto com o agro de alta tecnologia.

Quer se inscrever? Clica aqui!

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Hoje a dica é o Worldle, o jogo perfeito pra quem acha que manda bem na geografia. A missão é adivinhar o país do dia só pela silhueta. Parece fácil? Espera até ver a sombra de Tonga ou Burkina Faso...

A cada palpite, o jogo diz quantos quilômetros você está de distância e em que direção seguir. É tipo jogar War contra o Google Maps.

Rápido, divertido e ótimo pra treinar o faro de quem trabalha com comércio exterior, cadeias globais ou só quer pagar de sabichão no grupo da firma.

👉 Joga aqui: worldle.teuteuf.fr

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Milheto

Pergunta de hoje: Qual produto agrícola não é comida, nem bebida, e sai do campo direto pra indústria automotiva?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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