APRESENTADO POR

Bom dia!

A dose de hoje vem com exportação bombando, milho batendo recorde, cientista mapeando floresta e Trump achando que agro é questão de Estado. Tem até fungo marinho salvando tomateiro, azeite barrado pela Anvisa e genética nelore cruzando fronteira. Hoje tem:

• Exportação de carne suína quebra recorde
• Trump barra estrangeiros no agro dos EUA
• Amazônia com mapa de reflorestamento nativo
• Anvisa suspende venda de alimentos conhecidos
• Fungo do mar que combate praga no tomate
• Milho bate safra histórica no Mato Grosso
• Brasil e Bolívia selam parceria pelo nelore

Chega mais. Só o que importa, do jeito que você entende.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 139.303 -0,13%
MRFG3 R$23,68 2,33%
JBSS32 R$72,44 -3,63%
RAIZ4 R$1,66 -1,78%
VALE3 R$54,58 0,35%
Bitcoin US$108.841,54 0.79%
Ethereum US$2609,67 2,88%

Os dados são publicados por BCB e YahooFinance.

E ESSE TEMPO, HEIN?

Geada no sul, parte 8

Atenção, produtor: a madrugada desta quarta trouxe teste de resistência pra lavoura no Sul. O Inmet emitiu alerta de geada fraca em áreas pontuais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nada catastrófico, mas o frio vai apertar com mínima prevista de até 3 °C em regiões mais altas e secas.

O risco maior é pra quem ainda tem milho safrinha no campo ou plantou aveia e trigo cedo demais. Nessas horas, vale lembrar: o sol não vai dar as caras logo cedo, e a vegetação fica vulnerável até depois das 8 da manhã.

Se der tempo, vale lançar mão de proteção térmica, irrigação emergencial ou até cruzar os dedos e acompanhar o boletim do Inmet bem de perto. Frio a gente não controla, mas prejuízo dá pra tentar segurar.

RADAR DO AGRO

Pasto sob vigilância (via satélite)

A Embrapa resolveu meter satélite no manejo do gado. A nova ferramenta cruza clima e imagem de satélite pra dizer, com até 86% de acerto, quanta forragem tem no pasto. E o melhor: separa o capim bom (matéria verde) do capim mixuruca (matéria seca).

O sistema foi testado em São Carlos por dois anos e funcionou bem até nos modelos mais bagunçados, tipo ILP e rotacionado. Resultado? Dá pra planejar o manejo de um jeito mais inteligente, sem precisar andar o pasto inteiro de botina.

E se o Brasil tem 28 milhões de hectares de pastagem degradada dando sopa, tá aí uma baita ferramenta pra virar o jogo com produtividade e sem abrir mais área. Agricultura de precisão, agora no olho do satélite.

ASSUNTO DE GABINETE

Com licença pra destravar

O agro cansou de esperar e resolveu apertar o passo. Uma coalizão de frentes parlamentares que representam o setor produtivo declarou apoio ao projeto que muda as regras do licenciamento ambiental no país. O objetivo é simples: dar previsibilidade e acabar com o efeito eternamente pendente que trava obra, plantio e investimento.

O projeto de lei 2159 é o queridinho da vez. Ele propõe que os processos sejam proporcionais ao impacto ambiental da atividade. Ou seja, nada de exigir estudo completo pra quem vai construir uma cerca no interior de Minas. O foco é garantir que o que é simples ande rápido e o que é complexo tenha regra clara e prazo pra sair.

Segundo o deputado Zé Vitor, que relatou o texto, não tem nada de afrouxar regra. A proposta é dar segurança jurídica sem abrir mão da responsabilidade ambiental. A ex-ministra e atual senadora Tereza Cristina engrossou o coro. Disse que o texto é essencial pra manter o agro produtivo e competitivo, mas dentro da lei.

A pressão veio pesada. São 98 entidades do setor apoiando o texto, incluindo CNA, CNI, cooperativas e associações. A expectativa agora é que o Congresso vote logo e coloque a nova regra pra rodar.

Porque no agro, esperar por licença sem prazo virou o novo tipo de improdutividade.

ATUALIZAÇÃO NO CAMPO

Startup chega com promessa ousada: mais produtividade ou seu dinheiro de volta

A Sound Agriculture, agtech americana com grife de investidor global, decidiu fincar pé de vez no Brasil. E já chegou com um recado pra lá de direto: se o Trigger, fertilizante foliar da marca, não aumentar sua produtividade, eles devolvem a grana.

É isso mesmo. A startup promete que, se o produto não gerar retorno equivalente ao custo, o produtor recebe tudo de volta na safra seguinte. A ideia é simples. Você aplica o Trigger em parte da lavoura e compara com uma área sem o produto. Se não der resultado, tem reembolso. O programa é oficial, registrado e assinado.

Nos testes de quatro safras por aqui, o Trigger entregou até 5 por cento a mais de produtividade na soja e 10 por cento no milho. No portfólio, potássio, manganês e um extrato vegetal que ajuda a planta a lidar com estresse, pragas e aquele sol de rachar.

A estreia começou por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas a meta é avançar rápido para Bahia, Maranhão e onde mais tiver soja no radar. Milho, algodão e cana já estão no cronograma de testes.

Com a promessa de retorno ou reembolso, a Sound aposta num caminho que combina ciência, marketing e um certo desafio às regras do jogo. Porque no agro, confiança também vale por saca.

DICA AGRO ESPRESSO

Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo — Nicholas Vital

Se o nome já dá um nó na cabeça, o conteúdo vai além. Com uma escrita direta e provocadora, Nicholas Vital desarma mitos sobre defensivos agrícolas e coloca dados e contexto na mesa. O livro mostra como os agrotóxicos ajudaram a multiplicar a produtividade no campo, frear o desmatamento e garantir comida onde antes só havia fome. Não é propaganda, é leitura com lastro.

Ele desmente frases de efeito como “comemos 5 litros de veneno por ano” e explica por que comparar agrotóxico com veneno puro é o mesmo que dizer que remédio sempre faz mal. Vital ouviu mais de 50 especialistas e destrincha o tema sem tecnicês, mas com firmeza. É uma aula sobre segurança alimentar, sustentabilidade e o verdadeiro papel da ciência no agro.

Se você quer entender o agro sem filtro e com pé no chão, esse livro é um bom começo. Disponível em versão física e digital, nas principais livrarias.

LÁ FORA TA ASSIM

Trump late, mas talvez não morda

Donald Trump ameaçou colocar 10% de imposto extra sobre tudo que vem dos países do Brics, alegando que o bloco quer “destruir o dólar”. Clima de tensão? Até parece. Especialistas já adiantaram que a chance disso sair do discurso é baixa. Índia e Arábia Saudita, por exemplo, são aliados de longa data dos EUA e dificilmente vão entrar nessa dança.

Segundo Marcos Jank, do Insper Agro Global, o burburinho é mais barulho de campanha do que política comercial real. E se a treta escalar? O agro brasileiro pode até agradecer. Retaliações contra os EUA abririam espaço pra soja, carnes e algodão verde-amarelos ganharem mercado lá fora.

No caso da soja, o alerta está ligado. O anúncio de tarifas esfriou o mercado físico americano e aumentou a cautela. Se os chineses resolverem devolver na mesma moeda, o grão made in USA pode perder espaço justo na virada da safra, e adivinha quem entra no vácuo?

Claro, tudo depende da demanda global. Se não acelerar junto, os prêmios pagos pela soja brasileira podem cair lá por outubro, quando os EUA voltam ao jogo com mais força. Mas até lá, o Brasil tem janela pra surfar. Se Trump for mesmo pra cima do Brics, pode acabar empurrando o agro brasileiro pra frente, sem querer, querendo.

PAUTA VERDE

Piauí quer salvar floresta e faturar com isso

Esquece o discurso vago. O Piauí colocou no papel um plano claro: reduzir desmatamento em troca de créditos de carbono, e, claro, transformar floresta em receita.

O projeto é do tipo jurisdicional, ou seja, feito pelo governo e não por empresa privada isolada. A meta é ousada: cortar o desmate em 10% por ano e gerar 20 milhões de créditos de carbono até 2030. Tudo isso com apoio técnico da Systemica, gestão da Geonoma e dinheiro da Silvania, que deve injetar entre R$ 10 e R$ 20 milhões na jogada.

Quem compra esses créditos? Governos e empresas que precisam compensar suas emissões. E com a União Europeia estudando liberar esse tipo de transação, a demanda pode explodir.

Na prática, o que o Piauí quer é mostrar que floresta em pé vale mais que pasto raso. E se o agro aprender a jogar junto — seja protegendo ou investindo —, pode sair ganhando também.

NA CANETADA

Funcafé desamarra o jogo pro cafeicultor menor

Depois de anos travado, o acesso ao Funcafé finalmente ficou mais justo pra quem realmente precisa. As novas regras aprovadas pelo CMN atendem um pedido antigo do setor e liberam o uso combinado com Pronaf e Pronamp já nesta safra 2025 26.

Antes, pequenos e médios produtores tinham que escolher qual linha usar. Agora, podem montar o financiamento com mais liberdade e fazer o dinheiro render de verdade. A CNA chamou de vitória histórica. E é mesmo.

No total, o Funcafé vai liberar 7,1 bilhões de reais este ano. As taxas vão até 13 por cento ao ano pra quem produz e até 14,5 por cento pra indústria e exportação. Um alívio pra quem até ontem penava pra conseguir crédito com condições decentes.

A mudança corrige uma distorção que castigava quem está na base da cadeia. Agora é olhar pra frente, planejar com mais segurança e fazer o café brasileiro continuar sendo referência no mundo todo.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

O agro não para, mas dá tempo de jogar rapidinho:
Hoje a dica é o Worldle, o jogo geográfico que mostra o contorno de um país e você tem seis chances pra adivinhar qual é.
Tem dica de distância, direção e aproximação.
É rápido, muda todo dia e ajuda a treinar o mapa-múndi, uma habilidade útil pra quem acompanha exportação, importação e BRICS da vida.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Mel

Pergunta de hoje: Qual é o produto que cresce no chão, mas sustenta até avião?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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