
APRESENTADO POR
Bom dia!
Exportação engatando 500 novos mercados, bioinsumo cortando conta de fosfato, lodo de esgoto virando adubo de respeito na cana, Anvisa apertando lupa em cima da exposição a agrotóxicos e robusta ganhando terreno no cafezinho. No tabuleiro lá de fora, tem Reino Unido travando carne suína espanhola, clima prometendo chuva forte em meia mapa e o agro brasileiro correndo atrás de rastreabilidade, carbono e STF pra não tomar rasteira nas novas regras.
Pra você acordar bem informado
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
APRESENTADO POR CHRYSALABS
O entrave oculto dos projetos de carbono

A demanda global por créditos de carbono de alta qualidade cresce exponencialmente. O problema? Os métodos tradicionais de medição do carbono no solo não acompanham esse ritmo. Trabalhosos, lentos e caros, eles se tornaram um gargalo que deixa um enorme valor potencial preso no solo.
Para que os projetos de carbono sejam realmente rentáveis em escala, o setor precisa de um salto tecnológico, uma forma de obter dados defensáveis e auditáveis com muito mais rapidez e eficiência. Mas essa tecnologia não pode ser uma "caixa-preta"; deve atender aos mais altos padrões de rigor científico.
Por isso, buscamos e conquistamos validação de terceiros, comprovando nossa conformidade com a metodologia VM0042 da Verra. Isso confirma que nossa tecnologia de dados do solo é uma solução comprovada e confiável, capaz de viabilizar projetos de grande escala e alta integridade.
NAS CABEÇAS DO AGRO
EPI até na papelada dos agrotóxicos

Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA
A Anvisa resolveu olhar pro veneno além do prato feito. A agência regulamentou, pela primeira vez, a avaliação de risco de exposição pra quem tá na lida direta com os defensivos: trabalhador rural, operador de máquina, vizinho de lavoura e até quem só passa pela área tratada. Antes, o foco era praticamente só o consumidor e o resíduo que ficava ali no alimento. Agora, entra na conta quem veste EPI, pega no pulverizador e aplica na lavoura toda.
Pela RDC 998/2025, que entra em vigor em 180 dias, cada pedido novo de registro ou mudança em produto já aprovado só anda se mostrar na prática que o uso é seguro também no campo e pra quem tá em volta dele. A Anvisa definiu nível que eles considram aceitável pra exposição, um jeitinho de medir a absorção pela pele, o contato com folha tratada, a área aplicada e o tipo de aplicação, tudo padronizado. As empresas vão ter que montar o Daroc, um dossiê caprichado de risco ocupacional, e usar a calculadora avaliAR, uma ferramenta nacional que faz as contas com dado brasileiro e referência internacional.
Do lado da indústria, a CropLife Brasil comemorou esse avanço e disse que é um roteiro mais claro e que a lei só organizou estudos que já tavam na rotina das empresas, mas a gente não sabe se tava mesmo ou não. A Anvisa vende o pacote como um baita avanço pra saúde pública e pra aproximação do Brasil com as melhores práticas internacionais, com direto a guia técnico, manual, vídeo e até calculadora com tutorial pra noob.
O AGRO EM NÚMEROS
Mercado abrindo porteira, adubo vivo e esgoto virando fertilizante

Foto: Reprodução/Agro Estadão
O Ministério da Agricultura tá fechando 2025 batendo high score no fliperama do comex. De 2023 pra cá, a turma do secretário Luis Rua já abriu 496 mercados e deve bater a meta de 500 logo ali, no começo de dezembro. Uma conta feita pela Apex Brasil mostrou que o agro pode somar até US$33 bilhões em 5 anos na pauta exportadora se continuar crescendo desse jeitão.
Na lavoura, quem entrou em cena foi um bioinsumo com potencial de sobra. Um estudo do Ipea com a Embrapa calculou que a Solubilização Biológica de Fosfato, a SBF, pode economizar até R$15,7 bilhões por safra de soja. Tudo isso porquê ela pega o fosfato que já tá preso no solo e bota pra jogo, o que ajuda a cortar até 50% da adubação química. Pra deixar melhor, a produtividade pode crescer até 10,5% e a conta climática fala em reduzir de 1,3 milhão a 4,5 milhões de toneladas de CO₂,.
Na cana, o destaque foi um protagonista improvável: o lodo de esgoto compostado. Um experimento da Unesp em solos fraquinhos em fertilidade testou 5 toneladas por hectare de LEC combinado com só 50% da adubação mineral tradicional e o resultado deixou muito adubo químico de cara. A matéria orgânica do solo subiu mais de 25%, a acidez caiu entre 6% e 15% e fósforo, cálcio, magnésio, zinco e cobre ficaram mais disponíveis no solo e por mais tempo. E isso foi só usando resíduo de estação de esgoto que, em vez de virar dor de cabeça urbana, voltou pro campo como adubo orgânico, cortando custo, fechando ciclo e deixando o setor sucroenergético mais perto de provar que dá pra produzir muito sem jogar sustentabilidade pela janela.
RADAR SANITÁRIO
Jámon em quarentena britânica

Foto: Freepik
O Reino Unido resolveu botar o porco espanhol no castigo. Depois de a Espanha confirmar os primeiros casos de peste suína africana em mais de 30 anos, o governo britânico avisou que toda a carne suína fresca e produtos das áreas afetadas vai ficar retida nos postos de fronteira, sem previsão de sair da geladeira. O timing não podia ser pior: a Catalunha tinha acabado de ativar protocolo de emergência numa região que é coração da produção de suínos espanhóis.
O estrago no bolso não é troco de padaria não. Só em 2025, a Espanha já tinha mandado 37,6 mil toneladas de carne suína fresca e congelada pro Reino Unido, coisa de mais de €112 milhões, alta de 17% em volume e 9,5% em valor em relação ao ano passado inteiro. Como maior produtora de carne suína da União Europeia e livre da doença em rebanho doméstico desde 1994, ver o vírus aparecer em javali perto de Barcelona acendeu uma luz amarela num setor de €8 bilhões e nos importadores que vivem desse bacon.
A peste suína africana não pega em gente, mas derruba porco e javali em série, sem vacina nem cura, quase sempre com abate em massa e embargo no pacote. A Europa já tinha sentido esse baque na Alemanha em 2020 e mais recente na Croácia. Os britânicos já tavam paranóicos: no começo do ano tinham proibido até presunto na mala de mão vindo da UE por medo de febre aftosa. Agora, com javali positivo na Catalunha, qualquer caixa de Jámon cruzando o Canal da Mancha virou assunto veterinário, diplomático e de mercado ao mesmo tempo.
E ESSE TEMPO, HEIN?
Frente fria chegou fazendo hora extra no radar

Foto: PM Erechim/Divulgação
Uma frente fria começou a entrar pelo Sul no início da semana e já veio prometendo estrago meteorológico em meio mapa do Brasil. O Inmet ligou o alerta de tempestade numa faixa que ia do Rio Grande do Sul até o Amapá, pegando todo o Sul, boa parte do Centro Oeste, Norte e o Matopiba. Pro produtor, era aquela combinação querida de temporal, vento forte e até granizo em alguns lugares.
Pro leste do RS e de Santa Catarina, interior do Paraná e oeste do Mato Grosso do Sul, a previsão falava em acumulado entre 20 e 30 mm por hora e até 50 mm por dia, com rajada de 40 a 60 Km/h e chance de granizo. No interior do RS, de SC e no sul do PR, o alerta subiu de nível: podia chegar a 60 mm em 1 hora ou 100 mm no dia, com vento de até 100 Km/h e pedrada de gelo no pacote, coisa pra deixar lavoura, telhado e linha de transmissão na tensão.
ACONTECEU NO AGRO
Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA
A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Dessa vez, o vídeo é especial da COP30. Confere aí tudo que aconteceu:
PLANTÃO RURAL
Robusta roubando a cena. Com o clima apertando pro arábica, o robusta surfou melhor nas últimas safras, crescendo bem mais rápido e ganhando espaço nas áreas quentes do país. O produtor olha pra cultivar mais produtiva, resistente e barata, enquanto café instantâneo e novas regras da UE prometem puxar ainda mais demanda.
Robusta amazônico de olho no Vietnã. Com clonagem, manejo mais fino e produtor jovem ficando na propriedade, as matas de Rondônia já colhem safra de robusta bem turbinada, com produtividade recorde e selo de origem.
Licenciamento na rota do STF. Depois da derrubada dos vetos, Marina Silva falou em demolição sem precedentes da legislação ambiental e defendeu judicializar o tema. O temor no governo é de autolicenciamento virar faroeste sem lei em obra de médio impacto e órgão ambiental ficar de mão amarrada.
Café com QR code. Em São Paulo, o evento Agro em Código vai juntar Embrapa, GS1 e Cubo pra falar de rastreabilidade, ESG e das novas cobranças da Europa sobre origem de produto. No embalo dos 40 anos da Embrapa Agricultura Digital, a ideia é mostrar que dado bem cuidado também vale como ativo do agro.
SE DIVERTE AÍ
Hora de dar um descanso pros números e espremer o cérebro em outra lavoura: o vocabulário. Hoje a pedida é o Termo, aquele jogo em que você tem 6 tentativas pra adivinhar a palavra do dia. Vale combinar com o pessoal da fazenda, do escritório ou da república e ver quem acerta primeiro. Depois do café, já sabe: abre o Termo, chuta uma palavra qualquer e deixa a cor dos quadradinhos dizer se sua cabeça tá mais pra lavoura bem manejada ou pra área que precisa de reforço técnico.
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Amendoim
Pergunta de hoje: Qual pimenta amazônica virou condimento global e também ornamental por suas bagas rosadas?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!

