APRESENTADO POR

A Justiça dos EUA enquadrou Trump e deixou seu tarifaço pendurado até outubro, abrindo nova fase da disputa que mexe com exportadores brasileiros. Do outro lado do mapa, Pequim amplia o giro da soja no Cone Sul, enquanto o agro brasileiro pressiona Brasília a reconhecer práticas sustentáveis nas metas climáticas.

Também tem:
• Abelhas projetadas para migrar do Norte até 2050
• Tabaco supera soja e milho na renda por hectare
• Marfrig e Minerva brigando por frigoríficos no Uruguai

Tudo que você precisa saber.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 141.422 19,13%
RAIZ4 R$1,17 -45,07%
ABEV3 R$12,35 11,02%
BEEF3 R$6,03 26,68%
VALE3 R$55,56 4,36%
Bitcoin US$109.052,53 11,16%
Ethereum US$4.468,19 23,94%

Os dados são publicados por BCB e Brapi.
As variações são calculadas em YTD (Year to date)

COMO TÁ LÁ FORA?

Tarifaço de Trump balança, e pode cair

Foto: Getty Images

Donald Trump tomou um drible jurídico em Washington. Um tribunal de apelações decidiu que a maior parte das tarifas impostas pelo presidente americano é ilegal, já que a lei de emergência econômica não dá a ele passe livre para inventar impostos. Mas, até outubro, as sobretaxas seguem em campo, à espera de decisão da Suprema Corte.

O placar foi apertado, 7 a 4, e deixou claro que a lei não menciona tarifas. Ainda assim, exportadores continuam pagando a conta. Café, carne e açúcar do Brasil seguem travados no pedágio americano, enquanto Canadá, México e China também sentem o baque.

Economistas reforçam que Trump trata tarifas como arma política, e não como plano econômico. O resultado é inflação nos EUA, incerteza para investidores e exportadores brasileiros reféns de uma guerra de poder entre líderes globais. Se a Suprema Corte confirmar a decisão, fica dado o recado: ninguém governa sozinho o comércio mundial.

Trump reagiu no Truth Social: “Sem tarifas, os Estados Unidos serão completamente destruídos. Nosso poderio militar seria instantaneamente obliterado”, escreveu. Ele ainda agradeceu a um juiz indicado por Obama que votou a favor da manutenção das medidas e chamou os que votaram contra suas tarifas de esquerdistas radicais, inclusive um juíz indicado pelo próprio Trump.

NA PORTEIRA

Zebu quebra tabu na Expointer

Foto: Dado Nogueira/Ascom Expointer

A Expointer 2025 ganhou um novo rei do peso-pesado: pela primeira vez, não foi um europeu que levou o título, mas sim um zebu. Falcão, um Brahman de sete anos e 1.430 quilos, deixou charolês e companhia no chinelo e entrou pra história da feira.

O touro veio da Fazenda Talismã, em Içara (SC), que também fez sua estreia no evento. Chamado de Hércules no dia a dia, o bicho já mostrou serviço como reprodutor e impressiona pelo ganho de peso. Segundo o tratador Edinaldo Souza Borges, o Brahman caiu como uma luva no Sul pela rusticidade e adaptação ao clima catarinense.

E o gigante não para por aí: Falcão está escalado para o campeonato oficial da raça Brahman, que acontece nesta terça (2) na pista central da Expointer.

RADAR DO AGRO

@ do boi gordo subiu 7,5% em agosto

Foto: CNA/Flickr

Agosto terminou com um cenário de melhora pro bolso dos pecuaristas brasileiros. A arroba do boi gordo subiu até 7,5% em comparação a julho, puxada pelo apetite internacional pela carne brasileira. A demanda externa garantiu ritmo às cotações e sustentou o mercado mesmo com a oferta mais equilibrada no país.

No atacado, o traseiro chegou a R$ 22,90 o quilo, alta de 7% no mês, enquanto o dianteiro avançou 4,3% e fechou em R$ 18,25. O fôlego veio do embarque acelerado: quase 213 mil toneladas exportadas só em agosto, que renderam US$ 1,19 bilhão.

Com preço médio de US$ 5.602 por tonelada, a exportação virou o principal motor das altas. E o mercado já aposta que setembro deve manter o boi no pasto das valorizações.

DE OLHO NO PORTO

China troca soja americana por latina

Foto: Reuters

Pequim resolveu reforçar o estoque sem passar pelo Tio Sam. Em plena guerra comercial, a China não reservou um único embarque de soja dos Estados Unidos para o quarto trimestre e virou os olhos para a Argentina e o Uruguai. Só desses dois países devem sair até 10 milhões de toneladas na safra 2025/26, recorde absoluto.

De setembro deste ano a maio de 2026, já estão garantidas 2,43 milhões de toneladas. A estratégia é clara: reduzir a dependência dos grãos americanos e turbinar a segurança alimentar. Enquanto isso, os embarques brasileiros continuam gigantes, consolidando o papel da América do Sul como fornecedora número um da soja chinesa.

Os números explicam o apetite: a Argentina colheu quase 51 milhões de toneladas em 2024/25, recuperando o fôlego depois da seca. O Uruguai também bateu recorde, com 4,2 milhões de toneladas. Com oferta farta e tarifas atravessando o comércio entre Washington e Pequim, os EUA perdem espaço num mercado onde já foram protagonistas.

PAUTA VERDE

Agricultura regenerativa faz produtividade subir

Foto: Divulgação

Na Fazenda Estância, em Pirassununga, a sustenabilidade não é só no discurso: a pegada de carbono da soja ficou 60% abaixo da média nacional e a do milho 46% menor. Mérito das irmãs Aline e Nathalia Vick, que desde 2021 entraram de cabeça na agricultura regenerativa e transformaram a lavoura em laboratório de futuro.

O pacote é simples de falar e difícil de copiar: palhada que mantém o solo fresco, cobertura o ano inteiro, rotação de culturas e menos adubo químico. Onde o carbono ficou guardado, a produtividade explodiu: 77 sacas de soja por hectare. Até a temperatura do chão despencou de 49° para 28° , dando fôlego para a microbiota trabalhar.

Hoje, a Estância é vitrine do programa Bayer ForwardFarming, que conecta fazendas-modelo em 14 países. Para a Bayer, o Brasil pode liderar a agricultura regenerativa no mundo. Para as irmãs, a meta já é realidade e tá trazendo muito resultado, como estabilidade de safra, solo mais vivo e uma marca carimbada de sustentabilidade.

MENTES QUE GERMINAM

Banana da Embrapa blindada contra a praga mundial

Foto: Embrapa

A Embrapa acaba de marcar mais um golaço no campo da pesquisa: as variedades BRS Princesa e BRS Platina se mostraram resistentes à raça 4 tropical (Fusarium), a doença mais temida da bananicultura mundial. O fungo já assombra Colômbia, Peru e Venezuela, mas ainda não deu as caras no Brasil.

Nos testes de fogo em solo colombiano, menos de 1% das plantas foi afetada após três ciclos, desempenho que coloca as cultivares no time das mais resistentes. Agora, a expectativa é de lançamento comercial em 2026, junto a novas linhas de pesquisa que miram até clones da Cavendish mais fortes contra a doença.

Para polos como o Vale do Ribeira, em São Paulo, a notícia é um respiro: se a R4T cruzar a fronteira, os produtores terão arma para não ver a lavoura no chão.

PLANTÃO RURAL

SE DIVERTE AÍ

Tá na hora de dar um respiro na cabeça e brincar um pouco. Nossa dica de hoje é o Termo, o joguinho de adivinhação de palavras em português que já virou febre. Você tem seis tentativas para descobrir a palavra do dia, recebendo pistas de letras certas e posições corretas a cada chute.

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VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Pimenta-do-reino

Pergunta de hoje: Qual cereal africano, resistente à seca, está ganhando espaço no Brasil como alternativa ao milho?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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