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Enquanto Brasília corre atrás de novos mercados para driblar o tarifaço, pesquisas no campo e na ciência seguem mexendo com o futuro da produção, do manejo de solos à piscicultura. Até a casca de ovo entrou na onda.
Também tem:
• Pecuaristas atentos ao impacto da inflação americana na carne
• Estudo global mostrando que 64% dos solos do planeta são frágeis
• Tambaqui na mira da IA para medir bem-estar em cativeiro
Tudo que você precisa saber.
Por Enrico Romanelli
TÁ QUANTO?
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E ESSE TEMPO, HEIN?
Rio Grande do Sul sofre com enchentes e agora enfrenta geadas

Foto: Jorge Schneid/Via Defesa Civil do RS
O Rio Grande do Sul começa a semana mais estável após enchentes no fim de semana. As áreas mais atingidas devem ter sol e frio, com risco de geada na Campanha. A chuva fica restrita à serra e ao norte do estado, perto da divisa com Santa Catarina.
Já Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul seguem sob alerta de pancadas fortes e ventos de até 70 km/h até quarta-feira. Enquanto isso, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia e interior de São Paulo enfrentam ar seco e calor de 30 a 33 °C, com risco de incêndios.
Na capital paulista e no litoral, a frente fria em alto-mar traz variação de temperatura e pancadas isoladas. Agosto deve terminar sem chuva consistente no Sudeste, com qualidade do ar prejudicada. No Norte e no litoral do Nordeste, a previsão é de pancadas tropicais e tempo abafado.
ASSUNTO DE GABINETE
Brasil mira o México para driblar o tarifaço

Foto: Cadu Gomes/VPR
Buscando um jeito de rebater as tarifas de Trump e contornar o preju, o vice-presidente Geraldo Alckmin desembarca no México para buscar fôlego novo. A missão comercial quer emplacar carnes, soja e até biocombustíveis como opções para compensar o baque vindo de Washington.
Em 2024, o agro já faturou quase US$ 3 bilhões com os mexicanos, e o cenário ficou ainda mais convidativo depois que o país suspendeu o embargo ao frango brasileiro. Agora, a comitiva aposta no apetite mexicano para ampliar essa corrente de comércio.
Mas não é só de abraços que se faz parceria. O México é também concorrente de peso no café solúvel, brigando pelo mesmo espaço que o Brasil no mercado americano. Com as tarifas de Trump, eles podem abocanhar uma fatia que antes era dos exportadores brasileiros.
Enquanto isso, Brasília joga em duas frentes: tenta segurar mercado no México e, ao mesmo tempo, pressionar os EUA para colocar o café na lista de exceções.
No tabuleiro maior, México e EUA costuraram uma trégua de 90 dias para negociar suas próprias tarifas. Ou seja, enquanto o Brasil corre atrás de novos acordos, os vizinhos do Norte seguem movendo as peças em ritmo acelerado.
RADAR DO AGRO
CerradinhoBio pisa fundo no etanol de milho

Foto: Divulgação/CerradinhoBio
A CerradinhoBio vai colocar R$ 140 milhões na Neomille, em Chapadão do Céu (GO), para turbinar sua usina de etanol de milho. A planta ganha 30% de capacidade extra e passa a processar 1,2 milhão de toneladas por ano.
O CEO Renato Pretti garante que o projeto é rápido, barato e cheio de sinergia com o que já está rodando. A obra tem estreia marcada para agosto de 2026, sem tempo a perder.
MENTES QUE GERMINAM
Estudantes transformam casca de ovo em vaso que alimenta e muda o solo

Foto: Divulgação
Dois alunos do Paraná deram um novo destino para a casca de ovo. Em vez de lixo, criaram um vaso biodegradável que substitui o plástico, serve de adubo ao se decompor e ainda altera o pH da terra, deixando o solo no ponto para frutas vermelhas e hortaliças.
A mistura de casca de ovo, vinagre, babosa e outros ingredientes rendeu um produto simples, rápido de produzir e cheio de potencial. Se secar no sol, o vaso fica pronto em uma semana. No forno, sai em dois dias. E já há versões em teste que podem alcalinizar o solo.
Agora no Ensino Médio, Gabriela El Kouba e Lucas Eduardo Dec Gomes seguem inventando receitas com casca de melancia, maracujá e até cravo em pó. A aposta é em um vaso resistente, sustentável e capaz de virar aliado de quem planta e colhe.
SAFRA DE CIFRAS
Ilhéus quer virar vitrine do cacau, mas tropeça na infraestrutura

Foto: Naiara Albuquerque/ Bloomberg Línea
Berço do cacau no Brasil, Ilhéus quer transformar sua tradição em chamariz turístico. A Rota do Chocolate já leva visitantes para ver o cultivo no sistema cabruca, provar suco direto do fruto e acompanhar o cacau virar barra de chocolate. A ideia é disputar espaço com os destinos de praia mais badalados do Nordeste.
O problema é que o sonho ainda emperra no básico. Falta guia, falta calendário de eventos, falta até cardápio em inglês nos restaurantes. O aeroporto segue limitado, espremido entre o mar e a cidade, sem espaço para crescer. Resultado: boa parte dos turistas desembarca em Ilhéus e pega a estrada rumo a Itacaré, Barra Grande ou Morro de São Paulo.
Ainda assim, a cidade insiste em fazer do cacau um motor de renda e inclusão. Quase 70% da produção local vem da agricultura familiar, em áreas de floresta preservada. Se a estrutura sair do papel, Ilhéus pode finalmente unir chocolate e turismo para competir de igual para igual com os vizinhos famosos.
PAUTA VERDE
Cápsula usada vira combustível na fábrica da Nespresso

Foto: Nespresso/Divulgação
A Nespresso decidiu que borra de café não vai mais para o lixo. Além do alumínio já reciclado, agora os resíduos das cápsulas viram biometano para abastecer a própria fábrica em Araçatuba.
O Brasil descarta 52 milhões de cápsulas por ano, mas só 15% têm destinação correta. A meta da empresa é chegar a 60% até 2030, com um pacote que já consumiu R$ 2 milhões só nesse projeto, parte de um investimento de R$ 74 milhões em sustentabilidade.
O processo é todo encadeado: em Valinhos o alumínio é separado, em Jundiaí a borra vira gás e, de lá, segue para Araçatuba em caminhões elétricos. Café que começa como espresso e termina como combustível.
PLANTÃO RURAL
Seca e calor apertam o campo. A primeira parte do ano ficou marcado por um calorão e tempo muito seco, segundo um relatório da Nottus. O Nordeste já sente a ameaça às lavouras, enquanto o Sul encarou enchentes históricas.
Carne cara nos EUA, reflexo no Brasil. A disparada da carne bovina no varejo americano pode respingar por aqui. Se sobrar produto no mercado interno, os preços caem. Mas sem novos destinos de exportação, os pecuaristas tendem a frear investimentos, abrindo caminho para escassez e preços mais altos no futuro.
Solos frágeis preocupam a ciência brasileira. Um estudo global liderado pela Esalq-USP revelou que quase dois terços dos solos do planeta são frágeis, pobres em nutrientes e vulneráveis à erosão. No Brasil, áreas arenosas concentram os maiores riscos.
IA mede o estresse do tambaqui. Pesquisadores da Unesp e da Embrapa desenvolveram uma ferramenta que mede o estresse do tambaqui só pela cor do corpo. O recurso ajuda a selecionar peixes mais resistentes e a melhorar o bem-estar em cativeiro. O Brasil já é líder mundial na produção da espécie.
SE DIVERTE AÍ
A cabeça também precisa de treino, e nada melhor que o Termo, o jogo diário de adivinhação de palavras em português. São seis tentativas para descobrir o termo do dia, com dicas coloridas mostrando se você está perto ou longe da resposta.
É viciante, rápido e perfeito para aquele intervalo entre um café e outro. Bora testar se o seu vocabulário anda em dia? Jogue aqui
VIVENDO E APRENDENDO
Resposta da edição passada: Pequi
Pergunta de hoje: Qual leguminosa, domesticada na Ásia há mais de 5 mil anos, hoje é base para produzir proteína vegetal no mundo todo?
A resposta você fica sabendo na próxima edição!
