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Bom dia!

Produtores do Pará já tão lustrando a bota pra brilhar na COP 30 e mostrar que dá pra produzir no coração da Amazônia sem derrubar floresta. Enquanto isso, o crédito rural emperra, a inadimplência dispara e o café americano azeda com o tarifaço.

Pra você acordar bem informado.

Por Enrico Romanelli

TÁ QUANTO?

MERCADO
IBOVESPA (B3) 143.398,62 20,98%
MDIA3 R$29,11 49,53%
SMTO3 R$15,21 -37,15%
BEEF3 R$6,79 42,65%
VALE3 R$60,13 12,94%
Bitcoin US$109.075,26 11,18%
Ethereum US$4.003,90 11,06%

Os dados são publicados por BCB e Brapi.
As variações são calculadas em YTD (Year to date)

PAUTA VERDE

Produtores do Pará querem brilhar na COP 30

GIF: Giphy

A um mês da conferência do clima em Belém, o agro paraense tá calçando a bota e botando a calça pra mostrar que dá pra produzir no coração da Amazônia sem derrubar floresta. Pecuaristas e agricultores veem o evento como vitrine pra provar que sustentabilidade e produtividade podem andar juntinhas.

Na bagagem, vão levar exemplos que o mundo inteiro precisa conhecer: integração lavoura-pecuária-floresta, cooperativas agroflorestais e negócios de impacto, como a Manioca, que transforma tucupi e jambu em produtos industrializados. Pra ajudar ainda mais, a Embrapa prepara, dentro da COP, o espaço AgriZone, uma vitrine viva de sistemas sustentáveis, pra exibir nossos avanços pros visitantes e investidores.

Pro pecuarista Mauro Lucio Costa, que toca uma fazenda regenerativa em Paragominas, a COP é a chance de mostrar o lado bom da história.

Não dá pra esconder o que tem de ruim, mas também não dá pra deixar de mostrar o que tem de bom

Mauro Lucio Costa, Pecuarista paraense

O Pará chega pra COP com menos desmate, mais floresta em pé e muita vontade de mostrar que o agro amazônico tem história pra contar.

SAFRA DE CIFRAS

Não é só a sua fatura, o crédito rural também tá no vermelho

Foto: Famasul

O campo continua colhendo bem, com várias expectativas de recordes e números animadores de produtividade, mas o bolso tá ficando cada vez mais apertado. A inadimplência do crédito rural disparou pra 5,1%, o maior nível desde 2011, segundo a L.E.K. Consulting. A conta veio de um ciclo amargo iniciado lá na safra 22/23, quando custos subiram, preços caíra e o lucro murchou mais rápido que lavoura em tempo de seca.

Mesmo com a safra recorde de 24/25, a recuperação ainda não pagou o estrago das duas anteriores. Em Mato Grosso, um em cada cinco produtores ainda tá vivendo no prejuízo, e o milho tá entre os mais ferrados: 65% dos produtores do grão fecharam a safra no vermelho. O pior é que o que vem pela frente também preocupa. O Cepea tá prevendo uma queda de 36% na rentabilidade da soja e de 92% no milho pra safra 25/26.

Com juros altos e preços parados, o crédito tá virando mais uma dor de cabeça, em meio a tantas outras. Quem se protege com trava de preço e seguro rural ainda consegue respirar, mas pra muita gente, o alívio vai demorar algumas colheitas pra chegar…. Isso é, se chegar.

O AGRO EM NÚMEROS

Cai nunca esse pix?

GIF: Giphy

O BNDES abriu a porteira e recebeu 1,2 mil pedidos de financiamento rural em apenas 24 horas, mas o dinheiro ainda não saiu. A linha de R$ 12 bilhões criada pra renegociar dívidas rurais tá empacada num labirinto burocrático que vai do banco ao Banco Central, ao governo e volta.

O problema é que as operações são inéditas: não são simples prorrogações, mas novos empréstimos pra quitar dívidas antigas. E o sistema do BC, o Sicor, ainda nem tá pronto pra registrar as operações. Como resultado, os produtores seguem com nome sujo e sem crédito, bem às vésperas do plantio da safra 25/26.

Enquanto o dinheiro não pinga, a confiança evapora. Executivos do setor dizem que o selo de adimplente só deve aparecer lá pra dezembro, e aí já vai ser tarde demais pra financiar a safra. E no meio disso, quem mais sofre é o produtor do Sul, que tenta renegociar dívidas antigas depois de secas, enchentes e promessas vazias.

MENTES QUE GERMINAM

Uma IA atrás da outra

A Embrapa e a Universidade Federal do Ceará lançaram um aplicativo que veio pra ajudar, e muito, os produtores de ovinos do Brasil a encarar de frente a verminose, maior vilã dessa criação e responsável por até 30% das mortes dos rebanhos. O StopVerme, que já tá disponível pra Android, usa inteligência artificial pra analisar fotos da mucosa ocular dos animais e detectar sinais de anemia, um sintoma muito clássico de infecção parasitária.

A tecnologia é uma evolução do método Famacha, que usa cartões e olhômetro pra fazer essa análise, reduzindo erros de interpretação. A IA aprende cada vez que uma nova imagem entra no app e tende a ficar ainda mais afiada com o tempo. Além de ajudar o produtor a medicar só quando necessário, o app tem potencial pra se tornar uma baita ferramenta pra políticas públicas de combate ou prevenção, já que ele permite mapear os casos, os medicamentos usados e as regiões mais afetadas.

Nos testes de campo, feitos em 65 propriedades do Ceará, o StopVerme acertou o diagnóstico, que depois foi confirmado com exames de sangue, e ganhou elogios pela praticidade.

COMO TÁ LÁ FORA?

Café amargo e sem desconto

Os americanos tão começando a sentir na pele o que é acordar sem um cafézinho pra despertar, e a culpa é do tarifaço. Desde que Trump decidiu taxar o grão do Brasil em 50% e o do Vietnã em 20%, o preço do café pro consumidor nos Estados Unidos subiu 20%, e o tradicional espresso do café da manhã virou artigo de luxo.

A parada começou a azedar quando a Conab passou a faca na previsão da safra brasileira de arábica, diminuindo em 4,9% e ficando em 35,2 milhões de sacas, o que já apertou o mercado. Aí veio a tarifa americana e estragou de vez o expresso. Com 66% dos adultos nos EUA tomando café todo dia, e cada um virando em média três xícaras, o impacto vai do balcão da Starbucks até o cofre da Casa Branca.

Pra reverter isso, os deputados gringos tentam aprovar o “No Coffee Tax Act”, projeto que busca derrubar a taxação e devolver o café (e o bom humor) pros americanos. Mas essa história ainda vai se arrastar bastante.

ACONTECEU NO AGRO

Confira o resumão de tudo que rolou no agro na semana passada, pela CNA

A semana passada foi corrida demais pro pessoal da CNA. Sorte a nossa que, toda semana, eles soltam um vídeo de resumo pra gente ficar de olho. Confere aí no vídeo tudo que eles fizeram:

PLANTÃO RURAL

  • Vaquinhas melhoradas no Vale do Mucuri. Em Bertópolis (MG), um pequeno produtor conseguiu o que parecia impossível: 100% de prenhez nas suas vacas com fertilização in vitro. O feito aconteceu por causa de um projeto do Sebrae-Minas que virou referência entre os 150 pecuaristas do Vale do Mucuri. Desde o início do programa, a produção de leite na região disparou até 700%.

  • Tilápia sob suspeita. O Ministério do Meio Ambiente quer incluir a tilápia na lista de espécies invasoras, o que acendeu o alerta em todo o setor aquícola. Entidades como Peixe BR e FAEP dizem que a medida ameaça milhares de produtores e empregos no Paraná, que responde por 36% da produção nacional. O MMA garante que o cultivo não será proibido.

  • Gado francês de quarentena. A França proibiu por 15 dias a exportação de gado após a detecção de surtos da doença de pele nodular perto da fronteira com a Espanha. A enfermidade não afeta humanos, mas causa bolhas, queda na produção de leite e prejuízos pesados. O país tenta conter a contaminação com vacinação emergencial.

  • Bahia de todos os bois. O IBGE confirmou um dado histórico: o rebanho bovino da Bahia bateu recorde, com 13,7 milhões de cabeças, alta de 3,5% em 2024. O estado já é o sétimo maior criador do país, puxado pelo crescimento no oeste baiano. Santa Rita de Cássia segue líder, mas Wanderley foi o destaque, com aumento de 16% no número de animais.

SE DIVERTE AÍ

O jogo de hoje é o Contexto, aquele em que você tenta adivinhar a palavra secreta chutando outras e vendo o quão perto chegou, tipo medir a distância entre “milho” e “espiga” sem régua. É viciante e perfeito pra quem gosta de testar o raciocínio entre uma dose de café e outra.

VIVENDO E APRENDENDO

Resposta da edição passada: Mandioca

Pergunta de hoje: Qual especiaria indiana era usada como perfume nos templos antigos e hoje é base de remédios e doces?

A resposta você fica sabendo na próxima edição!

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